O Espelho!

II - O Retorno dos que não foram!

– Nunca mais repita isso, sua... - a interrompi

– Por que? - ri de forma debochada - Tem tanto medo da verdade assim? - ela olhou para o meu pescoço e começou a apertar

– Desde quando perdeu o respeito e medo por mim? - falou com raiva enquanto soltava sua força em mim

– E quando foi que eu disse que tinha respeito ou medo de você? - a desafiei com o olhar e removi as mãos do meu pescoço quando ela deu uma brecha por conta da minha suavidade

– Você deveria tomar cuidado com a língua! - esbravejou de forma raivosa

– E você deveria tomar cuidado com a pessoa que lhe matou uma vez. - me levantei, ela me olhou do chão queimando de ódio

– Sabe, Jully... - riu se levantando - Eu pensei que podíamos ser amigas e resolver toda essa situação.

– Eu nunca vou ser a sua amiga. - lancei um olhar psicótico que ela conheceu no dia que lhe enfiei um machado no cérebro.

– É uma pena ouvir isso... - debochou - Porém seu acerto de contas não é comigo. - a encarei sem mudança alguma no olhar - Eu estou aqui para te parabenizar pela gravidez e para lhe avisar sobre o que está por vir. - ela se aproxima - Você me acha terrível? Tem alguém muito pior atrás de você.

– Que seria o seu capacho Afonso Killery? - ri de forma debochada - Ou o falso do Augustus Heart? - continuei rindo, ela soltou um suspiro estranho

– Não deveria rir, Jully! - disse séria pela primeira vez na vida - Vou lhe dizer uma coisa... - relaxei a onda de risadas quando percebi a sinceridade em seu olhar - Existem dois tipos de pessoas, as que se escondem na escuridão por medo e as que se escondem na escuridão esperando o momento certo para atacar.

Ela se afastou de mim e encarou a escuridão que estava a minha mente.

– Eu já fui a segunda pessoa, mas agora sou a primeira. - passou as mãos nos cabelos e me olhou profundamente - Não se preocupe comigo ou com o Afonso Killery, ele está pagando por todos os pecados no inferno, assim como eu. - ela riu - O Augustus Heart está cuidando do reinozinho dele e não pretende se envolver nessa confusão outra vez.

– Essa não é você! O que está acontecendo aqui? Você nunca seria tão gentil assim comigo... - a olhei com bastante desconfiança - Não confio em você!

– Continue assim! - debochou - Não preciso da sua confiança, Jully! Estou apenas lhe avisando, quero lhe proteger!

Comecei a me afastar dela, isso é demais para mim. Por qual motivo ela protegeria a garota que lhe tirou a vida? Qual é a razão desses joguinhos de mudança de comportamento?

Ela enlouqueceu ou a minha mente já entrou em declínio? Não faz sentido nenhum essa situação.

– Por que você está querendo me proteger? - indaguei alterando a voz

– Não estou protegendo você, estou protegendo o seu bebê. - respondeu aumentando a minha confiança, ela nem olhou nos meus olhos

– Você não protegeria o meu filho! Diga a verdade, Artivia G.! - a raiva estava voltando para o meu corpo outra vez

– Eu estou com medo, tá bom? - disse com a voz trêmula - Mesmo que depois dessa conversa eu retorne para o inferno, ela irá atrás de mim e me fará sofrer da mesma forma que a minha irmã sofreu. E depois irá atrás de você e terminará o que eu comecei.