Meu Amado - Livro 2

Capítulo 20

Alexandra....

Estava deitada na cama da minha filha, tentando acalma-la para cirurgia.

Eu temia tanto pela vida da minha pequena. Ela era minha alma, meu amor, minha razão de viver. Eu não conseguia me imaginar sem ela. Parece clichês, mas a vida antes de Lia era cinza e robótica, depois de sua chegada, tudo que era cinza ficou rosa e humano.

O amor maternal foi uma pequena semente plantada em meu coração e depois floresceu como um jardim.

Ser mãe dessa pequena menina é uma das maiores bênçãos que tive na vida. Se lá atrás soubesse que tudo que vivia seria uma preparação para sua chegada, eu teria passado por isso mil vezes.

-Mamãe.

-Sim, meu amor.

-Estou com medo.

-Eu também meu amor, mas você se lembra das palavras da vovó Maria?

-Se estiver com medo, vai com medo mesmo.

-Sim meu amor.

-Você é corajosa feito eu e doce feito seu pai. Vá dar tudo certo meu amor.

- Papai do céu disse que sim mamãe.

***

Suas mãos quentes e macias seguravam as minhas, enquanto eu olhava para o relógio que indicava o tempo de a cirurgia iria durar.

- Você quer comer algo Alê? - perguntou Arnold.

Naquele olhar vi tanto amor e cuidado e por um instante me sentir culpada. Porque eu também tinha aquele mesmo olhar, mas era direcionado ao homem que estava na fileira oposta com um pequeno terço na mão.

-Não meu bem. Não quero.

Ele fez que sim com a cabeça e me avisou que ia ao banheiro. Depois de levantar e ir embora. Lucas me olhou profundamente.

-Ele não deveria estar aqui.

-Eu preciso de um apoio, Lucas! Sabe como é ter que ser forte o tempo todo? É muito duro! Eu preciso de um colo pra mim!

-Eu estou aqui para isso!

-Estou magoada com você!

Ele bateu as mãos nas pernas e se levantou vindo em minha direção.

- Às vezes eu não entendo porque quando finalmente estamos juntos, alguém ou algo nos afasta assim.

Eu me ergui para ficar de igual para igual.

-Eu te amo Lucas! Amo como nunca amei e nunca irei amar, mas nesse momento eu preciso de uma nova história, quero algo sem magoa e rancor!

Ele olhou para os próprios pés, e depois voltou ao olhar nos meus olhos.

-Eu não vou desistir de você! Você é minha mulher!

Eu estava louca para sair daquela conversa, então anunciei:

-Vou atrás de Arnold.

Me virei de costas e caminhei até o refeitório e o encontrei conversando com uma moça. Caminhei rapidamente até onde ele estava e coloquei a mão sobre seu ombro.  Ele beijou minha mão.

- Boa tarde. - olhei firme para aquela mulher.

-Alê, essa moça é uma das enfermeiras que vai cuidar de Lia.

-Então a senhora é Black? Você me parece ser jovem para ser o senhor Black.

Aquela está me chamando de velha.