Uma babá no gelo

Capítulo I

7 anos depois

Violett colocou Casey na cama de seu irmão, olhando para o despertador na cômoda, ela notou que já passava de meia noite.

- Ela dormiu - comentou Jess, sentado no sofá - agora me conta o que aconteceu?

- Que? - ela levantou a cabeça confusa.

- Você é a minha gêmea Vio, eu te conheço, agora me conta o que aconteceu?

Violett encarou o irmão por um momento, desviando o olhar para sua mão, seus dedos as vezes se tornavam tão interessantes. Soltando o ar ela mexeu na bolsa, entregando uma carta para o irmão.

- O que isso? - questionou ele, lendo.

- Vão hipoteca a casa.

- O que?! - Jess ergueu a cabeça, choque e surpresa em seus olhos.

- Mamãe não paga a uns cinco meses, temos que reembolsa todos esses meses e mais uma multa, se não rua - explicou ela, sentindo a garganta se fecha. Ela se sentou ao lado do irmão, jogando a cabeça para trás, ela admirou o teto.

- Vio! - preocupação misturado com questionamento, transparecia em sua voz, uma palavra e tantos sentimentos.

- Ela mentiu pra mim - protestou Violett, ainda encarando o teto - bem na minha cara - sentindo os olhos se encheram de lágrima, tanto de raiva, como de cansaço, ela piscava para conte-las - dês que fizemos aquele combinado de ela mantém a casa e nos não perguntamos sobre as merdas dela, eu pergunto eu juro que eu pergunto todo mês, e quer saber o que ela me responde? - Violett se ajeitou no sofá, agora encarando o irmão - querida não se preocupe está pago, faz parte do nosso trato filha, querida a mamãe prometeu que cuidava disso, claro que eu paguei filha.

Jess batia o punho contra a própria boca, em um hábito antigo, demostrando que estava pensando.

- Violett - foi um murmúrio de ajuda, seus olhos ainda refletiam choque.

- Como ela pode? Vamos perder a casa, e a Casey? O que eu faço com a Casey? O que eu faço, Jess?

Eles ficaram em silencio, pensando em como chegaram naquele ponto com a mãe, pensando em como resolver.

- Eu vou pedir um empréstimo no banco e pagar a multa - disse seu irmão, quase um murmúrio, interrompendo o silencio da noite - você vende essa maldita casa, pega o dinheiro e se manda com a Casey, sei lá aluga, compra um apartamento.

- Eu não posso vender a casa.

- Por que não?

- Porque? Crescemos lá Jess, nossa infância está marcada em todo canto daquela casa, o papai ... era o lar do papai.

- Era Violett, a casa não é um lar a muito tempo, sabe porque eu me mudei? Por que se eu passasse mais um minuto ali, todas as minhas lembranças iam ser apagadas, porque lá não é mais a nossa casa, não é a sete anos.

Ela desviou o olhar do dele, ele estava certo, mas ainda era o lar dela, ou pelo menos carregava essa lembrança, mas Jess ainda estava certo e Violett sabia disso, suspirando ela apoiou a cabeça no ombro do irmão.

- Tenho que arrumar um emprego, só a dança não vai nos sustentar - comentou Vio, para a noite.

- Eu te ajudo, você sabe.

- Eu sei - ela soltou o ar erguendo a cabeça, fechando e abrindo os olhos, sentindo o cansaço em seus ossos - tenho que conversar com a Casey.

- Amanhã nos preocupamos com isso, - começou ele se levantando e indo ate o armário - que tal dividirmos uma barra de chocolate, tem do seu preferido.