*Sequência história Sýndesis* - Saga Sýndesis - Livro 2
Kairós (em grego: καιρός)
O momento oportuno em que algo especial acontece.
Os acontecimentos vivenciados no primeiro ano em Tóquio agora não passavam de lembranças. Depois de tanto tempo viven...
O caminho do avião para a saída do aeroporto foi rápido. Depois de dois meses trabalhando na Europa tudo que queria era voltar para casa e ter uma boa noite de sono, sem precisar acordar de repente para atender ligações. Ou feiticeiros jujutsu que vinham para visitar e contar suas lamúrias.
Foram semanas e mais semanas pulando de país para país tentando de alguma forma ajudar o que foi chamado de comunidade. Mas pelo menos algumas coisas deram certo.
Na saída uma figura franzina e conhecida me esperava próxima ao carro escuro que imediatamente reconheci como sendo propriedade da escola.
-Ijichi - cumprimentei o assistente que era dois anos mais novo do que eu - Fico feliz que Yaga-san conseguiu ver minha mensagem a tempo.
-[Nome]-san - o rapaz se curvou levemente em seguida me ajudando a colocar as malas na parte de trás do carro - Porque não daria, já não estava planejada a sua volta?
-Sim e não - balancei a cabeça abrindo a porta do carro - Alguns contratempos me fizeram precisar voltar um pouco antes do esperado.
-Entendo - ele fechou a tampa do porta malas para se dirigir ao lugar do motorista - Alguém com certeza vai agradecer por isso.
Balancei a cabeça, estava mais do que feliz de poder voltar pros braços de Satoru. Nossa ligação se fazia presente na maioria dos momentos, nos falamos sempre que possível mas não era o mesmo e conhecendo seu jeito aposto que andou dando algum trabalho para Yaga-san e a minha amiga Shoko.
A nove anos atrás quando Gaia apareceu como uma ameaça a comunidade jujutsu algumas questões finalmente começaram a entrar em pauta. Começando pelo descaso japonês em relação aos outros países, o Japão era o polo principal mas não significava que o restante do mundo pudesse operar de maneira independente.
Então visando estreitar e reafirmar os laços foi criado algo classificado como relações exteriores. Alguns feiticeiros escolhidos a dedo pela diretoria e o conselho fariam a ponte entre o Japão e o restante do mundo, claro que eu fui escolhida como a pessoa responsável pelo braço Europeu.
Além de ter uma série de questões burocráticas para estar sempre revisando, era a maneira que o conselho achou para manter as rédeas em mim e na minha técnica amaldiçoada de perto. Afinal qualquer erro colocaria em cheque a vida de pessoas importantes para mim, Miller e os garotos ainda estavam na Suíça, mas além disso o meu autoproclamado irmão mais velho que atende pelo nome de Akira também se estabeleceu nas águas quentes do mediterrâneo.
Assim como eu ele era o responsável pelas informações dadas aos outros feiticeiros, então mesmo longe sempre estávamos em contato.
Respirei fundo e apoiei a cabeça no encosto do carro vendo a cidade passar pelo vidro enquanto Ijichi dirigia calmamente na direção da minha casa. Bom, a casa de Satoru... Nossa casa.
Um pouco antes de eu viajar algo na mente dele virou a chave e o convite oficial para morarmos juntos veio. Mesmo que a maioria dos meus dias já fossem gastos na residência Gojo, oficialmente ainda era uma moradora da escola. E esse simples fato me deixava um pouco ansiosa para a volta, não ficamos nem um mês juntos antes de me mandarem para o meio do mundo resolver uma série de questões que nem envolviam maldições. Seria mesmo possível manter uma rotina como dois?
Me limitei a fechar os olhos e trancar qualquer possibilidade de passar essas preocupações pela ligação. Na verdade já estava quieto a um bom tempo, escolha minha é claro.
-Quer ajuda com as malas [Nome]-san? - me perguntou já saindo do carro depois de estacionar.
-Não precisa, só abra o porta-malas para mim. - coloquei uma das pernas para fora do carro - A propósito as maletas pequenas, entregue direto para o diretor. Somente para ele.
-Pode deixar - ele ajeitou o óculos me encarando pelo espelho - Farei isso.
Sorri e agradeci, as rodinhas fizeram barulho durante o caminho até a entrada. Girei a chave na porta e entrei, ainda parecia tudo igual exatamente como estava dois meses atrás. Satoru ainda tinha alguns criados que apareciam de vez em quando mas eram bem pontuais.
Subi as escadas seguindo para o quarto, tinha amanhecido a pouco tempo, então imaginei que Satoru ainda estava dormindo. Usando do meu controle de tempo para não fazer barulho entrei no quarto para me deparar com suas costas nuas.
Os cabelos estavam bagunçados, assim como os lençóis que se embrenhavam entre suas pernas, nos braços seguro perto ao corpo o mesmo travesseiro que usava parecia estar servindo como substituto. Segurei chrono mais algum tempo, apenas o suficiente para que conseguisse tomar uma ducha e me livrar dos vestígios da viagem.
Andei até o meu lado da cama e puxei os lençóis antes de tentar tirar o travesseiro dos braços dele. Foi quase imperceptível, mas um pequeno puxão no canto da boca do homem foi mais do que prova para que soubesse que ele estava acordado.
- Tenho certeza que a verdadeira é melhor.
A risada rouca e baixa percorreu o quarto, Satoru abriu um olho enquanto soltava os braços do travesseiro para que pudesse tomar o meu lugar. Imediatamente seu braço encontrou minha cintura, a mão passando por debaixo da blusa do pijama tocando a minha pele em seguida uma das pernas dele subiu sobre as minhas me puxando mais para perto.
Satoru respirou fundo - Você não me disse que ia voltar antes.
-Não sabia que ia voltar antes - acariciei seu braço me embriagando de seu calor e seu toque - Senti sua falta.
-Não mais do que eu senti a sua - num movimento ele virou ficando sobre mim, os cabelos caíram de leve em seu rosto e seus olhos cintilavam enquanto pareciam observar cada detalhe meu. Satoru se inclinou encostando a boca contra a minha, sua língua acariciou meu lábio inferior fazendo com que eu me abrisse para ele sem resistência, não contive um suspiro de satisfação.
-Sabe [Nome] não tem um apagão em algum tempo - disse no meu ouvido me tirando uma risada.
-Você já teve desculpas melhores - segurei seu rosto entre as minhas mãos - Não somos mais adolescentes, já devíamos ter certo controle sobre isso.
-Isso é um desafio? - beijos lentos começaram na lateral do meu pescoço descendo para o meu colo - Esse tempo longe me deu muitas ideias.
-Você vai se atrasar para a aula - levantei a perna roçando contra ele.
-Estou sempre atrasado.
N/A: É isso mesmo que vocês estão vendo, o casal de patrões está de volta.
Não vai ser tão longa quanto Sýndesis, MAS estamos aí para proporcionar bons momentos nesse universo que eu amo de paixão.
Atualizações regulares!
Vejo vocês semana que vem, Xx
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