027

1.5K 122 3
                                    

Any Gabrielly

Minha vó tinha um broche com uma pequena rosa desenhada no metal do pingente. Ela o guardava com todo o carinho já que foi meu avô quem lhe deu. Sabe aquela frase: Os maiores gestos de amor estão nas pequenas coisas? Pois é, meu avô demonstrava isso durante todos os anos de casamento com minha avó, até que a morte os separou mas que agora, irá uni-los novamente.

Como combinado, as nove da noite começamos a velar seu corpo em uma capela sedida pelo padre que realizava as missas de domingo, um grande amigo de minha vó. Parentes e amigos passaram para se despedir. Eu não saí do seu lado um minuto se quer, tinha vontade de chorar mas não tinha mais lágrimas para isso.

– Any, minha filha se sente um pouco.

– Eu não sairei do lado dela...

Minha mãe acaricia o topo da minha cabeça e deposita um beijo na mesma. Eu queria tanto que Josh estivesse aqui comigo, sendo meu bote salva-vidas, queria estar em seus braços me sentindo segura como eu sempre me sinto.

Foram horas ali ao seu lado, após as primeiras horas não tinha forças para nada. Não consegui comer nada desde que cheguei e sei que ficarei fraca mas nada me desce. Parentes e amigos chegavam a todo momento. Como já havia dito, meus pais moram em uma região de mata, como se fosse uma fazenda em uma cidadezinha pequena, aqui todos se conhecem e por isso diversas pessoas vieram se despedir da minha avó. Dona Cecília era querida por todos aqui, sempre com um sorriso contagiante nos lábios e um humor invejável.

Josh Beauchamp

Any não mentiu quando disse que seus pais moravam afastados de tudo. Por sorte o motorista me informou que todos se conhecem aqui e me perguntou se namorava Any, não soube o que responder pois estou cansado mas o cara me disse que eu tenho uma menina de ouro ao meu lado, pois é, eu tenho e fiz uma merda gigantesca, prometi e não cumpri. Avisei minha mãe que houve um previsto e que não estarei em casa quando chegar, deixei a chave em baixo do tapete, ela sabe onde fica.

– É aqui. – O motorista me informa.

– Hey moça, você sabe se uma garota chamada Any Gabrielly está? – Questiono para uma menina que parece ter uns quatorze anos.

– Ela está lá. – Aponta para um canto da capela e vejo Any em pé e parece pensativa.

– Obrigada. – Pago o motorista e ele sorri.

– Cuide dela, Any vale ouro garoto. Ela vale ouro.

– Eu sei disso, eu sei... Cuidarei dela.

Desço do carro e pego a pequena mala que trouxe, quando direciona seu olhar para o lado e me vê, tem uma expressão confusa. Os olhos avermelhados e inchados, o olhar triste que me corta o coração.

– Josh! – Ela corre em minha direção me abraçando forte.

– Me desculpa Any, me desculpa.

– O quê importa é que você está aqui. Eu precisava disso. – Ela aperta mais seus braços em volta de mim e meu coração se comprime.

– Estou, e não sairei do seu lado. – Beijo o topo da sua cabeça. – Você parece fraca, você comeu? – Ela nega sem desgrudar seu rosto do meu peito. – Agora é a minha vez de fazer você comer.

– Eu não estou com fome.

– Mas pelo menos coma um sanduíche, não quero ver você fraca.

– Eu não quero sair de perto dela.

– Sua mãe está com ela, ela não gostaria que você não comesse. Segundo ela, suas netas não são desnutridas, são fortes e para isso, precisam comer.

Destiny [ Short fic ]Onde histórias criam vida. Descubra agora