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Any Gabrielly

Conviver longe da família faz você perder várias coisas. Inclusive sua irmã caçula ganhando o prêmio de melhor invenção no colégio. Recebi a foto hoje e estou morrendo de orgulho. Minha pequena cientista.

Sinto muita falta da minha família, de pescar com meu pai, fazer cookies com minha mãe e jogar vídeo game com minha irmã e discutir quem é melhor no final, também sinto falta de conversar com minha avó. Você só percebi o valor das pequenas coisas quando já não as tem mais. Minha irmã me irritava pedindo que arrumasse seus cabelos mas agora sinto falta disso como nunca jamais senti.

Eram nossos momentos de irmãs, contava coisas que jamais contei a ninguém para ela e fui a primeira a saber que deu seu primeiro beijo na escola, com um menino intitulado Bernardo. Quando tenho tempo ligo para meus pais, conversamos por horas a fora e atualizo ambos sobre minha vida.

Apesar de gostar de morar sozinha sinto falta de afeto familiar, o aconchego do colo da minha mãe e seus conselhos. Nessas horas ela saberia o que fazer para desfazer o nó em minha mente. Nessas horas tenho vontade de pegar um voo só para deitar em seu colo e ter seu carinho e cuidado, mas se fizer isso perco meu emprego e o risco de Josh fazer alguma merda, como já disse antes, pareço mais sua mãe do que sua melhor amiga.

O sujeito age como se não houvesse consequências no outro dia mas quando elas chegam é para mim que ele corre. Podem me chamar do que quiser, antes de começar a sentir algo por Josh já éramos melhores amigos, não o deixaria em uma furada ou bêbado jogado em um canto. Devo parecer uma idiota de fazer isso mas o que eu posso fazer? Ele só tem a mim a quem recorrer. Noah não sairá no meio da madrugada ou até quando o sol está nascendo para o resgatar em uma festa qualquer não se aguentando em pé.

Trabalhar com uma amiga é divertido mas arriscado. Ficamos conversando sobre a vida alheia de todos a nossa volta e nem vimos nosso chefe chegar, graças aos céus ele também é como nós, fonte de informações alheias. Nos contou tantas coisas sobre os clientes que ficamos de cabelos em pé, quem vê cara não vê coração como diz o ditado popular.

– Meninas, vou precisar sair e como hoje o movimento está fraco, estão liberadas mais cedo. – Isso é música para meus ouvidos.

– Tá ouvindo isso? – Sabina leva as mãos as orelhas. – O som do descanso! Só vou terminar de repor algumas mercadorias nas prateleiras e podemos ir embora. – Explica.

– Eu ajudo você.

– Por isso que eu te amo!

– Deixe para me bajular outro dia, só quero ir para casa e me afundar em um pote de sorvete e assistir um bom filme. – Peço enquanto andamos até a prateleira segurando seus ombros como fazíamos quando éramos crianças. O famoso tremzinho.

Arrumamos tudo o mais rápido possível e fechamos a loja, depois que me despedi de Sabina procuro meu celular em minha bolsa até que sinto uma respiração em meu pescoço, congelo sem saber o que fazer. Era só o que me faltava, ser assediada ou assaltada, ou as duas coisas.

– Está com medo por quê? – Eu não acredito.

– Seu idiota! Eu odeio quando me assusta! – Josh solta uma gargalhada.

– Está com tanto medo assim Gaby?

– Você é um idiota sabia?!

– Desculpa, não queria assustar você. Minhas sinceras desculpas. – Mentiroso do caramba.

– Está me devendo! – Aponto o dedo indicador em sua direção.

– Coloque na conta.

– Ela já está enorme, tome cuidado.

Destiny [ Short fic ]Where stories live. Discover now