Chapter Forty Eight ~Breakfast~

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Na pequena "tour" feita com Draco no dia anterior, Harry achava ter visto tudo, mas com certeza, estava enganado. A mulher o guiou cruzando um caminho ao lado da escada e ao abrir a porta, Harry observou uma sala enorme com janelas transparentes e que davam a visão ampla do jardim da residência. Aquilo era sem dúvidas, maravilhoso.

— Sente-se, Potter. – ela disse apontando uma poltrona antes de fazer o mesmo, endireitando o corpo do neto em seu colo. Apesar de ser tratado pelo segundo nome, Harry não estranhou ou sentiu hostilidade em seu tom de voz, não era igual ao de jeito como Minerva o tratava, tampouco, como Lucius. — Acho que está na hora de conversamos um pouco, sim? – o moreno assentiu de forma insegura antes de ouvir o barulho da maçaneta sendo girada. Estou salvo. Harry pensou. E então a porta foi aberta revelando o patriarca da família.

— Atrasado? – Lucius indagou com um sorriso enviesado e então Harry sentiu vontade de vomitar.

— Claro que não querido. Entre. – o homem assentiu dobrando uma perna por cima da outra depois de sentar ao lado da esposa voltando sua atenção ao garoto à frente.

Harry estava se sentindo patético por demonstrar tanta fraqueza, mas o que ele podia fazer?! Ser um membro da família e conviver diariamente com os Malfoy, não era algo que todos desejassem e que pudesse aceitar da noite pro dia.

Muito menos, estar "a sós", numa sala gigante com Narcisa e Lucius Malfoy.

— Eu sei que nunca nos demos bem. – o de cicatriz começou depois de reunir todas as forças que tinha pra acabar logo com aquilo — Tampouco é do agrado de vocês um herdeiro que venha dos Potter, e eu sinceramente não entendo porque diabos isso aconteceu, mas o Draco e eu enfrentamos muita coisa desde a descoberta dessa gravidez e ninguém faz ideia do inferno que foi pra nós. Eu sei que o senhor me odeia – Harry encarou Lucius — Só peço que não trate o meu filho com ironias ou descaso, ele não tem culpa do que aconteceu, nenhum de nós tem, então o mínimo que eu peço enquanto estivermos aqui e depois que voltarmos pra Hogwarts, e que o senhor trate o Scorpius bem e principalmente o Draco, ele vive tentando impressioná-los o tempo todo, sempre tentando fazer o que é certo e não é justo que ele seja ignorado e maltratado por minha causa. Eu aguento o que vier, mas ele não, o Draco é um ser humano como qualquer um, e sente-se mal da mesma forma. – Harry ofegou.

Ele não fazia ideia de como tinha conseguido dizer tudo aquilo, seu peito estava acelerado e pelo longo silêncio que se fez depois de sua pausa ele achou que seria posto pra fora da mansão.

O que de certa forma, seria ótimo.

— Nós sabemos que deve ter sido insuportável pra você, querido. – Narcisa disse com a voz baixa — E lamentamos imensamente por não termos ficado do seu lado, mas foi realmente muito difícil saber do ocorrido – ela fez uma pausa analisando seu neto e beijando seus cabelos loiros ela voltou a atenção a Harry —Nos meses que se seguiram, nós passamos dias e noites tentando achar uma forma de contornar a situação – Harry franziu o cenho. O que ela queria dizer?! — E então vimos que não havia, exceto, aceitar tudo e apoiar vocês dois no que fosse preciso.

— O senhor deve saber que apesar de ter oferecido minha casa e de estar me dando bem com meu filho, ainda não sou seu fã. – Lucius disse com o mesmo sorriso nos lábios e Harry permaneceu quieto — Não posso dizer que seremos amigos, senhor Potter, mas acho que uma trégua permanente é o bastante, certo?

Harry assentiu.

Suas mãos suavam imensamente e ele teve a certeza que estava mais pálido do que as mãos de seu sogro.

— Esse garoto tem o nosso sangue e é quase uma cópia do Draco. Não podíamos rejeitá-lo de qualquer forma. – Harry bufou mas preferiu não discutir.

— Obrigado.

— Não queremos deixar você constrangido, Harry. – Narcisa falou se pondo de pé — Essa casa é sua a partir de agora, fique a vontade pra andar por aí e pedir ajuda da Winky se preciso.

— Obrigado senhora Malfoy. – ela sorriu acariciando seus braços.

— Agora vamos indo, o café da manhã deve estar pronto e o Draco, desesperado. – ela riu e ainda nervoso, Harry fez o mesmo.

Ele seguiu Narcisa o mais rápido possível, evitando qualquer contato com Lucius que parecia nem ter movido algum músculo da cadeira. Já na sala Harry viu Malfoy andando de um lado e assim que viu o namorado na companhia dos pais, ele correu até ele segurando em seu rosto.

— O que fizeram com ele?! – disse exasperado analisando cada parte de seu corpo — Amor, você tá bem?! – ele encarou sua mãe — Mamãe, por favor, o que você fez?

— Nada, Draco. Não dizemos nada. – o loiro viu o namorado assentir e respirou fundo.

— Só estávamos conversando baby, não se preocupe. – Harry sorriu reconfortante beijando sua testa e mesmo desconfiado Draco entrelaçou seus dedos no do outro o puxando até o lado de fora da casa. Harry ainda não tinha certeza sobre como seriam as coisas dali pra frente, mas esperava que ao menos Narcisa tivesse sido sincera e que a relação entre eles fosse pacífica até a volta para Hogwarts.

𝙰𝚌𝚌𝚒𝚍𝚎𝚗𝚝𝚊𝚕𝚕𝚢 𝙸𝚗 𝙻𝚘𝚟𝚎 - 𝙳𝚛𝚊𝚛𝚛𝚢Onde histórias criam vida. Descubra agora