Segunda-feira de manhã. Hora de ir para o trabalho. Sem notícias do meu pai, comecei a me arrumar. Estava escolhendo uma roupa no closet quando ouvi uma batida na porta do quarto.
— Entra — eu gritei.
Um instante depois, Dom deu um berro:
— Onde é que você está?
— Aqui no fundo.
Sua silhueta preencheu a porta de entrada.
— Alguma notícia do seu pai?
Eu me virei para ele.
— Ainda não. Mandei uma mensagem, mas ele não respondeu.
— Então ainda deve estar no avião.
— Ou então perdeu uma conexão. Quem sabe? — Olhei para as minhas roupas com uma cara de interrogação.
— Espera aí. — Ele entrou, passou por mim, pegou uma calça de linho cinza e uma camisa de manga curta preta.
— Obrigada. — Aproveitando que ele estava por perto, eu o abracei. Ele retribuiu com tanta força que fiquei sem fôlego. Surpreso por sua demonstração de carinho, fiquei agarrado a ele por um bom tempo, com o rosto grudado em sua camiseta. Pela primeira vez em vários dias, Dom estava totalmente vestido e, apesar de usar apenas jeans e uma camiseta, transmitia a impressão de um visual elegante e sofisticado.
— Está tudo bem? — eu perguntei.
— Estava com saudade de você, gato — ele murmurou com a boca colada aos meus cabelos.
— Eu não queria que você ficasse enjoado de mim. — Tentei fingir que era uma provocação bem-humorada, mas o tom de voz dele havia me deixado preocupado. Não tinha nem um pouco da vivacidade de sempre. — Vou pro trabalho de táxi hoje, então ainda tenho um tempinho. Vamos tomar um café?
— Vamos lá. — Ele me soltou e sorriu para mim, revelando seu belo rosto de menino. Dom me pegou pela mão e me levou para fora do closet. Deixei as roupas esticadas sobre uma poltrona antes de irmos para a cozinha. — Você vai sair? — eu perguntei.
— Tenho uma sessão de fotos hoje.
— Ora, que ótima notícia! — Fui até a cafeteira e ele foi pegar o leite na geladeira. — Me parece um bom motivo pra abrir mais uma garrafa de Cristal.
— Sem chance — ele esbravejou. — Não no meio dessa confusão com o seu pai.
— E o que mais a gente pode fazer? Ficar todo mundo sentado olhando um pro outro? O que passou, passou. Nick está morto e, mesmo que não estivesse, nada pode mudar o que ele fez comigo. — Ofereci uma caneca fumegante para ele e enchi outra para mim. — A minha vontade é pôr uma pedra sobre esse assunto e nunca mais voltar a tocar nele.
— Pra você é coisa do passado. — Ele pôs o leite na minha caneca e me devolveu. — Mas pro seu pai ainda é novidade. Ele vai querer conversar a respeito.
— Eu não vou falar sobre isso com ele. Não vou conversar sobre esse assunto nunca mais.
— Ele pode não aceitar isso tão bem.
Eu me virei e o encarei, me inclinando sobre o balcão com a caneca entre as mãos.
— Ele só quer ver se eu estou bem. E esse assunto não diz respeito a ele, e sim a mim. E eu estou seguindo em frente. E estou me saindo muito bem, aliás.
Ele mexeu o café com a colher, com uma expressão pensativa no rosto.
— Pois é, está mesmo — ele respondeu depois de alguns segundos de hesitação. — Você vai contar pra ele sobre o seu namorado misterioso?
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Para Sempre Seu - Shumdario - 3 temporada
FanfictionA partir do momento que conheci Harry Shum Jr, vi nele algo que precisava. Algo que não podia resistir. Eu vi a alma perigosa e danificada - muito parecida com a minha. Eu estava atraído por isso. Eu precisava dele, tanto quanto precisava que meu co...