Capítulo 1 - Fogos e Champagne

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Prólogo

I

Saí da redação da Revista La Periódica, em San Marco, direto para o aeroporto. Fazia tempo que eu não trazia uma reportagem substancial para a equipe e o meu chefe começou a me cobrar resultados. Aquela pressão colocou um peso nas minhas costas e eu precisava de algo bom o suficiente para impressionar. O nome Miguel Fernandes ainda não era famoso e o sucesso era uma característica que eu almejava. Foi um primo meu - do tipo muito distante, que me indicou sobre a tal história, algo esquecido por muitas pessoas hoje em dia. Ele parecia nervoso e excitado acerca do assunto, me deixando apreensivo e com dúvidas.

- Isso é foi um caso mesmo ou é puro papo-furado? – insistia.

- Coloco minha mão no fogo pelo que estou dizendo. – afirmou ao telefone. – Venha para cá e poderei adiantar muitas coisas sobre essa história.

Ele pareceu fazer uma questão imensa que eu atravessasse Basca para vê-lo, sempre conduzindo a conversa com pulso firme ao reafirmar que tinha uma história sensacional. Também pediu para que eu consultasse os jornais daquela época para comprovar que não estava mentindo. Durante duas semanas, troquei meu cubículo na redação por um espaço nas bibliotecas e fichários online. Ele falava a verdade. Pude achar várias notas de rodapés, pequenos quadrados e alguns enfoques menos expressivos sobre o caso ocorrido em Paradiso no ano de 2016. Isso colocava o contraponto: se era tão incrível, por que não tinha uma grande reportagem? Ou, pelo menos, notícias mais centrais? No fim de todo esse processo, acabei gastando tempo e meu editor avisou que eu tinha duas escolhas: seguir e abraçar a reportagem ou voltar para a produção de notícias. Arrisquei e abracei-a como uma filha recém-nascida.

- Estou indo para Paradiso atrás daquela matéria! – avisei-o como se estivesse saindo para tomar um café e voltasse em seguida.

- Espere! Q-Qual matéria é essa? – ele franziu o cenho, buscando pela memória.

- Aquela história dos policiais do Planalto-Norte. Lembra-se? Meu primo me contou meio por alto e...

- Ainda está com esta besteira na cabeça, Fernandes. Eu não vou pagar sua viagem para Paradiso e, se não estiver aqui com algo até o início da semana que vem, já sabe.

Seus olhos se arregalaram junto aos braços cruzados em sinal de aviso. Eu fiquei estático e ele voltou a falar.

- Quer fazer sobre isso mesmo? É algo bem antigo, quase dez anos.

- Eu sei que tenho grande chance de cair em uma fria. Mas um assunto como este e com uma fonte me garantindo que há muitas coisas escondidas, penso que seria uma oportunidade de vendermos vários exemplares.

Sua face se encheu de curiosidade e a minha de esperança. Preparei minha pequena bagagem junto aos os documentos e os recortes da época, moldando uma reportagem flashback. Meu primo seria o primeiro a falar, mas eu precisaria de alguém que esteve dentro do caso, habilitado a contar tudo. Ele me confirmou que tinha alguém muito importante para me relatar o que houve naquele ano.

Da redação da revista, eu peguei um táxi até o aeroporto e o avião das onze horas da manhã para a cidade de Paradiso, no extremo norte de Basca. Na época das chuvas no lado oposto das Montañas Serradas, o inverno servia de potencial às investigações, já que as belas praias da cidade ficavam limpas de veranistas e do turismo acelerado. Mesmo assim, Paradiso era uma das cidades mais evoluídas do Condado de Gama, voltada quase que por sua totalidade ao turismo, por seus atrativos naturais unidas às mais recentes infraestruturas. Era como se todo o país só visse aquele lugar quando o calor chegava às casas, algo não muito surreal para um país tropical.

Ai ajuns la finalul capitolelor publicate.

⏰ Ultima actualizare: Dec 07, 2021 ⏰

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