⚜️ ODD ⚜️ Aleksander Morozova [PORTUGUÊS]

2 • Беглецы

2 • Fugitivos

Por dias entre céu e chão, Darya cavalgou com seu pequeno grupo de soldados, um lacaio e duas criadas. Ela não tinha certeza de muitas coisas, de fato, tinha certeza de apenas três.

A primeira era de que ainda não era hora de chorar. A segunda era de que precisava achar o Darkling. A terceira era de que precisava chegar nas terras que eram suas por direito em Novyi Zem.

Dessas três tarefas, apenas uma era fácil: ela estava chocada demais para chorar.

Ela se sentia uma inútil, pois não tinha a menor pista de como achar o Darkling. Seu maior recurso agora eram rumores e fofocas. Não apenas Darya buscou ouvir toda a fofoca possível sobre ele como também espalhou toda a fofoca possível sobre estar à procura dele.

Desistiu de uma vez após quase dois meses fugindo, e rumava com sua companhia maltrapilha que recolhera alguns Grisha pelo caminho para Os Kervo.

Foi quando um estalar de trovão sacudiu a estrada onde cavalgavam e no horizonte surgiu uma mancha escura que cresceu para cima e para os lados até que parecia tomar todo o horizonte.

De olhos arregalados, sem qualquer aviso, Darya tocou seu cavalo a um rápido galope, obrigando todos os seus companheiros de viagem a acompanhá-la. Um suplício, de fato, pois ao contrário dela, nem todos ali eram bons cavaleiros.

Passaram quase um dia alternando entre galope desenfreado e trote rápido para conseguir acompanhar a princesa, que cavalgava nada menos que o corcel mais rápido de Ravka.

Quando ela enfim se viu diante dele, quis chorar, mas aquele não era o momento. Não ainda.

Ele estava simplesmente parado, encarando aquela massa de escuridão trovejante diante de si.

– Até que enfim! – Darya soltou, desmontando do cavalo.

O Darkling se virou com um olhar defensivo, sombras se revolvendo ao seu redor.

– Dasha? – ele franziu as sobrancelhas, as sombras se acalmando, porém não desaparecendo. – O que está fazendo aqui?

– Ele matou Ilyana. Tive que fugir. Já deve ter matado Vladmir também. Precisamos ir. Fugir. Nos reagrupar.  – ela falou apressadamente, se aproximando em passos ansiosos de quem não dormia há dias.

– Dasha! – ele exclamou a segurando pelos ombros e forçando-a a olhá-lo nos olhos. – Você foi seguida?

– Não. Algumas pessoas vieram comigo. Devem estar bem atrás de mim. – ela falou inquieta olhando para trás. – Estamos perdendo tempo. Precisamos ir, Darkling! Nós-

– Nunca volte a me chamar por esse nome! – ele grunhiu furioso, usando uma das mãos para segurar o rosto de Darya.

– Ora me solte! – ela o empurrou com um olhar irritado. – Nem ao menos sei seu nome! Lá vou saber como chamá-lo?

O Conjurador de Sombras suspirou pesadamente, a postura desmoronando, e quando ambos se entreolharam novamente viram exatamente a mesma coisa no olhar um do outro: luto e cansaço. Muito cansaço.

Pela primeira vez viam um ao outro em um estado desalinhado. O conselheiro real e a princesa, que costumavam se vestir dos melhores tecidos sem qualquer fio de cabelo fora do lugar, agora usando vestes de montaria gastas, feições cansadas, a poeira da estrada e o vento nos cabelos.

– Por favor, eu não tenho mais ninguém. – Darya sussurrou, a voz rouca e as lágrimas ameaçando cair.

– Nem eu. Não mais. – ele replicou no mesmíssimo tom, e então em um gesto de paz, estendeu a mão. – Aleksander.