1 • Принцесса

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1 • Princesa

Havia uma nota de apreensão no olhar da princesa Darya, não porque ela não sabia o que ia acontecer, e sim porque ela sabia das consequências do que ia acontecer.

Aos 18 anos, Darya Konstantynovna Lantsov havia sido oferecida em casamento ao príncipe Ragnar de Fjerda, e na resposta viera um problema.

Havia Grishas na família da rainha Gianna, que vinha de Novyi Zem. Logo, a realeza fjerdana exigiu que a princesa Darya fosse testada antes de aceitarem a aliança.

Em momento nenhum a princesa duvidou que era Grisha. E sendo sincera, preferia ser Grisha do que ir para Fjerda. Mas o rei Konstantyn não sabia disso, então mandou buscar um Grisha com poderes amplificadores para testar a filha.

Foi patética a forma como jogaram aquele rapaz de cabelos escuros aos pés do rei, da rainha e de seus quatro filhos. Darya já ouvira falar dele, o Darkling.

A cabeça da moça tombou para o lado em curiosidade enquanto observava o Grisha que controlava a escuridão. Havia algo que a puxava para ele, e ela podia perceber o mesmo sentimento em seus irmãos mais velhos Ilyana e Vladmir, mas não no primogênito, o príncipe Anastas.

Quando o Darkling tocou no braço de Dasha, as chamas de todas as velas no recinto se ergueram rugindo furiosas.

Horrorizado, o rei Konstantyn ordenou que todos os seus filhos fossem testados, seu olhar colocando culpa sobre a esposa.

Dos quatro, somente Anastas não era Grisha. Aquele foi o dia em que tudo mudou.

Surpreendentemente, Anastas foi o primeiro a demonstrar seu suporte pelos irmãos, um que se estendeu a todos os Grishas de Ravka.

Darya sempre admirou a ambição no olhar cinzento do Darkling. A forma como ele observava as coisas fazia parecer que estava sempre montando uma estratégia, e a maioria de suas estratégias beneficiava os Grisha. A princesa queria ter um olhar como aquele.

O palácio prosperou. Os Alta prosperou. Ravka prosperou, como se os Grisha fossem sinal de boa sorte para todos, menos para o rei Konstantyn, que em questão de meses caiu doente de um mal que nem mesmo Ilyana, como a Curadora excepcional que era, pôde curar.

Todos se vestiram de preto para o funeral, e secretamente Darya admirou como a cor caia bem nela tanto quanto o vermelho. A fazia sentir-se poderosa. A verdade é que nem ela e nem Ilyana tinham muito amor pelo pai, que sempre as tratara como meros objetos de transação.

Ser Grisha trouxera a ela e a Ilyana uma liberdade que antes para elas era pura fantasia: reino nenhum queria casar seus herdeiros com princesas Grisha. Principalmente princesas Grisha poderosas que eram treinadas por ninguém menos que o próprio senhor da escuridão.

Com o tempo, agora Anastas era rei, Vladmir era seu braço direito, Ilyana a médica real e Darya… Ela não tinha bem certeza de onde se encaixava, mas do que tinha ansiava por mais.

– Eu ouvi uma história. – ela contou ao Darkling de certa feita em meio a um jantar enfadonho no qual nenhum de ambos queria realmente interagir com dignatários, então acabaram por fazer companhia um ao outro.

– Não acha que está um pouco velha para histórias, Dasha? – o homem perguntou para a princesa de agora 24 anos, o apelido saindo com a naturalidade de quem compartilhava uma ambição.

– Ouvi que os antigos Grisha não se restringiam a uma habilidade de nascença, mas aprendiam e praticavam todos os aspectos da Pequena Ciência. – Darya continuou, ignorando o comentário do líder dos Grisha.

– É verdade. Mas nem todos os Grisha de hoje têm talento ou controle para tal. – ele confirmou, desviando o olhar para a moça de forma inquisitiva.

⚜️ ODD ⚜️ Aleksander Morozova [PORTUGUÊS]Where stories live. Discover now