Capítulo quatorze : Nel Blu dipinto di Blu

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Na manhã seguinte, acordei no horário que sempre levantava para trabalhar, meu corpo já estava acostumado em acordar sempre no mesmo horário, eu me adaptava fácil. Ao olhar para o lado, vi Conrado dormindo profundamente, ele parecia estar em paz. Saio de seus braços suavemente, para não acorda-lo, e sigo de volta para meu quarto.

Faço minha higiene matinal e me arrumo para trabalhar, apesar de ser um domingo, era um dos dias de mais movimento no restaurante, e minha folga era nas segundas. Estava um pouco cansada pois, já estava fazendo uma semana que eu estava trabalhando e ainda não tinha folga, mais no dia seguinte seria minha folga e eu poderia enfim descansar. E assim, sigo para mais um dia de trabalho.

- Buon giorno. - digo há alguns funcionários que estavam arrumando as mesas.
- Buon giorno. - respondem. Sigo para os fundos do restaurante para guardar minha bolsa e enquanto guardo sou interceptada por Carmem, que parecia não se conter de empolgação.
- E aí, me conta, como foi ontem?
- Oi, foi bom. Tudo correu bem. - digo com um sorriso.
- É, pela sua cara de satisfação, vejo que tudo correu bem mesmo. - diz ela me deixando sem graça. - Não te julgo, com um homem daquele não tem como não acordar sorrindo sempre. - diz ela como se pensasse longe. A encaro. - Com todo o respeito é claro. - se retrata. - Todo o estado sabe que Conrado Lions já tem dona. - diz com um leve sorriso.
- Aí Carmem, só você viu! Vamos trabalhar, o dia mal começou e já estou cansada, vai ser um longo dia.
- Hum, pelo visto a noite foi mais que bem. - diz ela com uma certa malícia, reviro os olhos e saio.

Não é que eu não queria contar a Carmem que foi quem me ajudou, os detalhes daquela noite. Más, como eu iria me abrir com ela? Como eu iria contar tudo o que eu escondo? E o pior, como eu iria dizer a ela que minha noite com meu marido foi baseada apenas em dormir juntinhos porque eu sou virgem e travei na hora H? Eu estava realmente muito cansada.

****

Chego em casa no final daquela noite mais cansada que jogador de futebol no final de uma partida. Más, ao chegar próximo a escada, fico completamente paralisada com o que vejo. A casa estava a meia luz, pétalas de rosas faziam todo o caminho da escada, e um arroma leve e gostoso dominava o ambiente. Subo as escadas a passos lentos, tentando compreender o que estava acontecendo ali. Ao chegar no topo, vejo que o caminho de rosas continua, e segue até o quarto de Conrado onde a porta estava aberta. Um calor frio me invade, era o que eu estava pensando? Penso. Más, ao ouvir o som leve e suave de uma música italiana, tenha a certeza de quê tudo aquilo era sim pra mim.

🎶🎶🎶

Penso Che un sogno cosi non ritormi mai piú( acho que um sonho assim não retorne nunca mais) mi depingevo le mani e la faccia di Blu.( Eu pintava as mãos e a cara de azul) poi d'improviso venivo dal vento rapito.( E aí de repente vinha pelo vento arrebatado) e incominciavo a volare nel cielo infinito( e começava a voar no céu infinito) volare oh oh cantare oh oh oh oh oh ( voar, cantar) nel Blu dipinto di Blu( no azul pintado de azul) felice di stare lassú (feliz de estar lá em cima)

Sigo o som da música até a entrada do quarto e paro assim que chego a porta. O quero de Conrado era exatamente igual ao meu, com uma pequena sala logo na entrada e mais no fundo o quarto. As pétalas de rosas seguiam o caminho pelo quarto, o ligar todo estava a luz de velas arromatizante, e a frente da cama, estava Conrado. Ele usava roupas mais casuais, uma calça social preta e uma camisa polo azul escuro. Seu olhar era, eu simplesmente não conseguia decifrar. Conrado me estendeu a mão direita e eu entrei no quarto. Ao me aproximar dele, percebi várias rosas espalhadas pela cama, velas eram partes da decoração. E eu não entendia mais nada. Conrado pega suavemente em minha mão, e a acaricia. Nos olhamos olho no olho, e um ardor me fez estremecer.

- Não fiz isso pra te levar pra cama, se é o que está pensando. - diz ele me olhando.
- Não, eu não pensei isso. - digo sem graça.
- Acho que, está na hora de minha mulher dormir comigo. Pedi para que troxecem suas coisas pra cá, de agora em diante, esse também é seu quarto. E, fiz isso como um sinal de boas vindas. - dizia ele enquanto me olhava. Eu não conseguia dizer nada, apenas o olhei por alguns instantes e, sem pensar duas vezes, o beijei.

🎶🎶🎶🎶

E continuo a volare felice. ( E continuo a voar feliz) piu'in alto dele sole ed âncora piu'su.( Mais alto que o sol, e ainda mais acima) mentre il mondo pian piano scompare negli occhi tuoi Blu.( Enquanto o mundo lentamente desaparece nos teus olhos azuis) la tua voce e una musica dolce Che suona per me.( A tua voz é uma música doce que toca pra mim) volare oh oh cantare oh oh oh oh ( voar, cantar) nel Blu degli occhi tuoi Blu, feliche dia stare quaggie. ( No azul dos olhos seus azuis, feliz de estar aqui em baixo)

Enquanto Domenico Modugno cantava, me perdi em seus lábios e no sabor de sua boca. Se eu estava entregue? Não, eu já pertencia a ele.

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