Cap 35/

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Dia seguinte

Hoje eu estava feliz porque hoje era sexta-feira, o meu dia de folga. Eu tinha até esquecido disso, cheguei no trabalho e Cris havia dito que hoje era o nosso dia de folga.

Ela me convenceu de passar na sua casa para ficamos um pouco conversando e fui, depois eu iria para minha casa descansar um pouco. Estava na sala esperando a Cris vir com o café, quando vi o pai do Caio, o senhor Guilherme. O mesmo estava com um terno preto e com as mãos no bolso e parou bem na minha frente.

- Olivia, quanto tempo não te vejo!. - Ele diz me olhando e eu sorri tentando ser gentil. - Acho que não nos demos muito bem na nossa primeira conversa. - Senhor Guilherme me olha.

- Bem, acredito que não seja isso, você só disse que minha faculdade não me daria futuro e perguntou se eu não recebi educação do meu pai. - Falo olhando para ele.

- Posso dizer que sou um homem de Gênio forte. - Ele senta no sofá que estava de frente para aonde estava sentada. - Me conte mais um pouco de você Olivia, eu ouvi muito sobre você, fiquei curioso para saber quem era essa Olivia que todos tão admiram. - Senhor Guilherme diz.

- Acredito que deve ter sofrido uma decepção por eu não bate sua metas. - Digo o olhando e ele faz o mesmo.

- Talvez.. Eu esperava mais de você Olivia. - Ele diz me olhando. - Sei que você bem próxima do meu filho Caio, achei que podesse abrir os seus olhos.

- Do que exatamente está falando?. - Pergunto confusa querendo sabe aonde ele queria chegar.

- Meu filho quer seguir carreira como Médico, acredito que sabia disso não é?. - Ele pergunta me olhando e eu concordei. - Mas a vida toda ele estudou para ser um bom chefe e administrador de empresa e queria que você convencesse ele disso. - Senhor Guilherme diz e eu fico perplexa sem acreditar.

- É sonho dele, não posso pedir que ele desista!. - Falo olhando para ele que riu.

- Sonhos...- Senhor Guilherme sorri. - Vocês jovens só vivem de sonhos e quando não dão certos ficam frustrados. Vocês precisam vivem a realidade. - Ele diz me olhando.

- Frustados?. - Eu que sorriu agora e o Senhor Guilherme olhou pra mim. - Frustada eu ficaria por ter que largar o meu sonho, para virar marionete do sonho de alguém...

- O que quer dizer com isso?. - Ele pergunta erguendo as sobrancelhas.

- Está tentando transformar o seu filho num boneco!. - Digo olhando para ele. - Só que o Caio não aceita, ele não é obrigado a seguir uma carreira de algo que ele não deseja!

- Eu também não tive escolhas!. - Senhor Guilherme diz se alterando e eu caio na real.

- Você não teve escolhas? E ao invés de deixar seu filho fazer escolhas, está comentando o mesmo erro com ele?. - Pergunto o olhando e por mas que tentasse disfarçar, seus olhos vacilaram.

- Você não sabe de nada! É apenas uma menina!. - Ele diz me olhando e levantando.

- Eu posso ser "apenas uma menina" , mas conheço mais seu filho do que você mesmo. - Falo me levantando.

- Como?. - Ele se vira me olhando.

- Isso mesmo que você ouviu!. - Falo perdendo a paciência, que Jesus me desculpe, mas não dá. - Você a vida toda mandou o que seu filho queria fazer, deu ordens, colocou ele em cursos e tentou transformar ele o máximo possível em alguém como você. - Jogo tudo. - Mas nunca, nunca parou para ouví-lo. Ele tem traumas por sua culpa!

- Cala boca menina, você não sabe de nada!. - Ele diz me olhando com raiva.

- Você que não sabe de nada! Meu pai pode ter morrido, mas antes dele morrer ele foi um ótimo pai e conheceu verdadeiramente a filha dele!. - Bato no peito enquanto ele me olhava. - Você por acaso parou ouvir o sonhos do Caio? Ou perguntou como foi seu dia? Ou conversou com ele sobre seus traumas de infância que você causou?. - Perguntou apontando para ele. - Não! Vai deixa para conhecer seu filho quando for tarde demais? E não tiver como voltar atrás?. - Pergunto olhando no fundo dos seus olhos que explodiam de raiva.

- Aqui Olivia, trouxe seu suco. - Ouvimos a voz da Cris e olhei para ela que olhava para mim e para seu pai.

- Valeu Cris, mas eu não quero não! Preciso ir para casa. - Falo olhando para ela que me olhou como "o que está acontecendo aqui? ". Me virei pegando minha bolsa e olhando para ela. - Até depois. - Sorriu de lado para ela e antes de sair olha para o Senhor Guilherme e logo depois saiu dali.

[.....]

- Ué, cadê o povo dessa casa?. - Pergunto quando entro em casa vejo tudo vazio, sei que o Gustav está faculdade, mas a minha mãe? - Mãe?. - A chamo enquanto entro mas não ouço nada.

Vou andando até chegar no seu quarto abro a porta que estava aberta e não tinha ninguém, só algumas roupas na cama.

- Provavelmente ela saiu... - Falo olhando ao redor e vendo sua roupas na cama. - Depois fala que eu sou bagunceira. - Falo rindo e indo pegar suas roupas para colocar no guarda roupa.

Vou colocando suas roupas de volta no guarda roupa, enquanto coloca vi um papel branco caindo no chão, me abaixo para pegar.

- Ué o que é isso?. - Pergunto pegando na mão, parecia uma carta. Viro ela e meu coração parar por um momento.

De: Carlos.
Para: Maria.

Fico olhando para carta na minha mão e fico paralisada, era do meu pai!. Saio do meu transe e abro a carta bem devagar, sei que não devia estar mexendo nas coisas da minha mãe, mas caiu do guarda roupa, eu não estava mexendo.

Abro a carta e começo a ler.

Maria,
quando ler essa carta peço que não sinta raiva de mim.
Nosso casamento já estava indo de mau à pior, quero que sabia que é culpa não foi sua, mas minha. Me enfraquece espiritualmente e comecei a ouvir mais minha carne do que meu espírito.

Quando vi já estava voltando a beber novamente e quando vi já estava na cama com outra mulher. Minha fraqueza nunca vai ser desculpa para minha traição, mas espero que possa me perdoa um dia.

Eu estava passando por muita coisa dentro de mim esses últimos dias. Dúvidas, confusões, eu perdi meu próprio eu. Quando vi que também havia pedido você, aí foi quando tudo desmoronou encima da minha cabeça. Quando vi estava me vendo numa casa sem você, sem sua companhia, seus sorrisos que melhorava os meus dias.

Sem as histórias horríveis do Caio, sem os estresses da Olivia. Comecei a me imaginar sozinho, mas muito antes já me sentia sozinho.

As vezes eu queria que você visse esse carta antes, talvez me parasse como sempre fez. Mas sei que quando ver será tarde demais, acho que eu queria isso, já que escondi ela bem.

Diga ao Gustav que eu amo e que ele deve seguir seu coração e diga a Olivia que eu a amo e que ela tem um futuro muito grande. Eu te amo e te amarei para sempre Maria! Me perdoe um dia.

P. S.: Não diga nada a Olivia sobre esse carta, não quero que ela sofra ainda mais.

Carlos

Terminei de ler a carta e cai sentada na cama sem reação.

[.....]

For a Wait I (REVISÃO)Where stories live. Discover now