twelve - back to the old house, or hell

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Feyre acordou somente quando chegamos a um palacete de mármore branco e telhado esmeralda, já nas terras mortais. Criados se aproximavam da carruagem e, depois de tanto tempo convivendo com os feéricos da Primaveril, era estranho estar cercada de humanos. Pessoas completamente humanas. 

Reconheci minhas irmãs ao vê-las saindo pela porta da frente da casa. Não reconheceram nem eu e nem Feyre, não as julguei por isso. Depois de tantos anos usando calças e túnicas não era estranho não nos reconhecerem em vestidos tão... extravagantes. Elas também estava diferente: vestidos refinados, o rosto e o corpo não mais esquelético. No final, Tamlin havia realmente as ajudado. 

Nestha fez uma reverência e Elain a acompanhou.

— Bem vinda ao nosso lar — cumprimentou Nestha, os olhos voltados para o chão —, Senhoras...

Foi Feyre que a cortou, rindo. Eu só conseguia pensar no que aconteceria de agora em diante. Rhysand afirmará que eu poderia voltar, só teria que esperar Amarantha atacar e não achar nada.

— Nestha — falou e a mais velha ficou rígida. O que só fez Feyre rir mais. — Nestha, não reconhece as próprias irmãs? 

Elain arquejou. 

— Feyre? O que aconteceu com a tia Ripleigh, então? Ela está... morta?

Decidi que não queria ficar para escutar a conversa. Entreguei meu chapéu a um dos criados que estava mais perto e segui na direção onde Nestha e Elain tinham vindo; vaguei pela casa até chegar no que parecia o escritório, mal abri a porta quando escutei uma voz atrás de mim. Completo ódio envolvendo cada palavra.

— Então, a passarinho voltou? — me virei e dei de cara com meu padrasto. Ele poderia ser amoroso com minhas irmãs, mas comigo não. Nunca comigo. 

— É o que parece não é?

— Feyre? 

— Procure-a. Não sou sua pomba correio.

Sai dali antes que ele pudesse fazer, ou falar, qualquer coisa. Então, percebi que isso era a única coisa que fazia nos últimos dias. Fugia. Saía sem deixar as pessoas terminarem uma frase completa, ou sem esperar que elas tivessem qualquer reação.

«——————⁜—⁜——————»

William, pai de minhas irmãs e meu padrasto, chorou ao ver Feyre e ordenou que um baile fosse feito em homenagem a ela. Os criados não entenderam por que a homenagem não se estendia a mim também, mas resolveram não perguntar e apenas saíram para organizar as coisas. 

Procurei não sair do quarto na maior parte do dia, e tentei encontrar algum livro para me distrair. Quando me cansava, sentava na janela do quarto e ficava observava Feyre e Elain cuidado do jardim. Nestha ficava perto delas, mas estava tão distante quanto era antes. 

Feyre havia ido até a aldeia que morávamos entregar a riqueza que, para os outros, havíamos herdado. Não consegui ir com ela, não suportaria voltar para aquele lugar, não sem querer jogar tudo paro alto e ficar lá de vez; porque lá, pelo menos, não teria que aguentar William, ou Nestha, ou Elain, ou o fato de que não voltaria mais à Prythian. Não teria que aguentar o fato de saber que prometi a Lucien e Lene que os tiraria dali, mas fugi ao invés disso. 

Decidi que desceria para jantar com eles, depois do que deveria ser quatro dias trancada dentro do quarto. Me arrependi da decisão na mesma hora.

— Ela conheceu alguém? — escutei Elain perguntando. Estava quase entrando na sala de jantar, mas resolvi parar na sombra da porta e escutar. 

Corte de Amores e Segredos - Versão AntigaWhere stories live. Discover now