Capítulo um: A troca.

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Olá meus leitores preferidos ❤️
Estou reescrevendo e respostando está linda história pois achei necessário corrigir alguns erros de gramática. Mas vamos lá, um romance é sempre vem vindo e lido pela a segunda vez é ainda melhor.

— Mamãe, você já me deu banho! — digo contestando no mesmo instante que minha mãe começa a tirar meu vestido.
— Tem certeza querida? — perguntou ela se abaixando para ficarmos da mesma altura. — Parece que nunca vou conseguir diferenciar vocês duas. — ela sorri. — Desculpa a mamãe, tá bom!?— disse me abraçando.

Durante toda a minha vida perdi as contas de quantas vezes mamãe confundia eu e Isabella.

****

— É Isabella! Nem a mamãe conseguia nos diferenciar. — digo olhando atentamente para minha irmã.  — Sempre odiei isso, mas vejo que hoje, pela a primeira vez na vida,  será bom para todos. — digo me virando novamente para a janela do quarto.

Lá fora, o dia estava perfeito. O sol se mostrava cada vez mais, o céu tinha poucas nuvens e o dia parecia promissor. Mas aqui dentro, dentro desse quarto, tudo parecia nublado, fechado e cheio de névoas.

— Está pronta Isadora? — ouço a voz inconfundível de meu pai. Me viro para a porta do quarto e o vejo ainda mais elegante que o normal. Com um conjunto de terno, colete e gravata azul marinho que lhe caía muito bem, por sinal.
— Será que um dia vou conseguir me perdoar por isso? — pergunto  amargamente. Meu pai me olha seriamente, como sempre fazia antes de me repreender ou de me dizer algo que não mudaria mesmo se eu quisesse.
— Isso é o certo a se fazer, você sabe! — ele disse convicto. Não tinha mais volta. — Vamos! — disse ele pela última vez e em seguida saiu me deixando sozinha novamente.

Volto minha atenção pela última vez a minha irmã que está em coma, totalmente longe de tudo o que acontece a sua volta. Deitada em sua cama hospitalar, em seu quarto que há alguns meses havia se tornando um quarto hospitalar totalmente ausente do que acontecia a sua volta.

Respiro fundo e sigo, sem olhar para trás. Se eu assim fizesse, não teria coragem de prosseguir.

Dentro do carro, seguimos rumo ao meu destino. Ao destino que escolheram para mim. E assim, enquanto observo as ruas conforme fomos passando, tento me conter. Me manter no controle agora era parte de mim, ser forte, corajosa, destemida eram características que eu precisava ter de agora por diante. Estar no controle, era onde eu precisava estar para que o plano ocorresse bem. E assim, em meio a tanta pressão , uma lágrima solitária caí.

— Não seja fraca Isadora!  Sua irmã não era assim. — a repreensão de meu pai veio, e fiz apenas o que me restava fazer.

Sequei aquela lágrima dolorida e tentei mais uma vez estar no controle.

Durante todo o caminho, o silêncio foi  predominante. Por mais que eu quisesse gritar, chorar, colocar tudo para fora, me contive. Eu não podia. E aquilo parecia me corroer por dentro, eu já estava no meu limite. Suspirei em alívio, quando o carro parou em frente ao luxuoso hotel da cidade, o ar  dentro do carro estava pesado demais. Havíamos chegado ao nosso destino. Descemos do carro e fomos conduzidos até o elevador. Minhas mãos tremiam de ansiedade, meu coração acelerava, mas  eu tinha que me conter, tinha que relaxar. Era preciso.

— Não se esqueça, depois que essa porta se abrir, você será Isabella, Isabella Ventura. — disse meu pai num tom sério ainda olhando para a frente.

Fiz que sim com a cabeça abaixada  concordando com o acordo. Era só isso que me restava fazer, concordar e fazer meu papel. Ser Isabella.

As portas do elevador se abriram assim que ele parou na cobertura. Levantei meu rosto lentamente e a visão que tive me deixou ainda mais apreensiva. O salão de festa estava cheio, muita gente estava presente ali. Pessoas bem vestidas e elegantes, pessoas importantes da  alta sociedade do estado, todos estavam ali por um só motivo, comemorar a chegada de Conrado Lions e nosso casamento, quer dizer, casamento dele e de minha irmã.

Nos juntamos aos convidados e tive que encarnar meu papel. Tentei parecer ao máximo com minha irmã, havia passado as duas últimas semanas treinando seus  trejeitos. Apesar de sermos fisicamente iguais, eu e Isabella éramos completamente diferentes. Enquanto  Isabella era espontânea, animada,  comunicativa; eu me fechava em meu mundo. Preferia a companhia de um bom livro e amava meu mundo solitário. Por isso, quase ninguém sabia que a simpática e agradável Isabella tinha uma irmã gêmea, por isso, e, também pelo fato de ainda na adolescência, resolvi me afastar de vez daquele mundo onde eu nunca me adaptei, e com isso, segui para o sul do país, para morar com minha avó materna. Até que, há pouco mais de dois meses, voltei para casa, depois de concordar com a ideia insana de meu pai de me passar por minha irmã para salvar a todos.

— Você está indo bem!  — disse meu pai ao meu ouvido. Fiz que sim com a cabeça e continuei sorrindo enquanto bebilicava  uma taça de champanhe. O sorriso forçado e os goles de champanhe era apenas para disfarçar o nervosismo, que insistia em me acompanhar.

— Senhoras e senhores... — ouvimos um homem alto e robusto chamar a atenção de todos. Nos viramos em sua direção e ele continuou. — É com  prazer e satisfação, que dou as boas vindas a  meu amigo e sócio, Conrado Lions! — todos aplaudiram e então ele surgiu.

Nunca o vi pessoalmente. Nunca estive com ele. O conhecia apenas por fotos, e digo com toda a certeza: o futuro marido de Isabella era um homem lindo e simpático.  Esbanjando um sorriso largo e feliz, Conrado olhou a todos com atenção, até que seus olhos passaram por mim. Senti um frio na barriga quando ele fixou o olhar sob os meus,  e com um sorriso ainda mais expressivo, caminhou em minha direção. O destino havia sido traçado, e que Deus me ajude!

A TrocaWhere stories live. Discover now