69 - "...eu te amo, muito..."

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Os dias seguintes estavam sendo, digamos que, bons demais para ser verdade, não que estivéssemos esperando algo ruim acontecer, acho que isso já aconteceu demais, mas diante dos acontecimentos dos últimos meses, estar em paz é meio que um desconfiamento inevitável.

Quando nos certificamos que Matthew finalmente deixou o hospital e foi julgado e condenado a bons anos atrás das grades, nós conseguimos ficar mais animados para nossa viagem.

E claro, muito aliviados.

Acredito que se Matthew sair com vida da prisão, estará velho o bastante para nem se quer ser reconhecido ou poder ter mais alguns anos de vida fora da cadeia, o que é merecido no caso dele.

De malas prontas para sairmos de casa, eu e Cole tomamos café da manhã enquanto minha mãe da seus conselhos super protetores, desde usar camisinha à não beber a ponto de não ficar lúcidos o suficiente, e também ter cuidado para não se acidentar de alguma forma.

Ela também me repreende quando digo que ela poderia ter viajado no dia anterior e me deixado sozinha em casa, ela se negou a todo custo, e cumpriu com a palavra quando disse que só deixaria nossa casa quando eu fizesse o mesmo.

Na visão dela, eu ainda sou uma garotinha incapaz de cuidar de uma casa sozinha, ou ser responsável o bastante para isso.

Ela me afunda tendo esses pensamentos sobre mim.

Cole rir o tempo todo, disfarçadamente, claro. Ele sabe que se minha mãe focar nele, vai puxar em sua orelha por um bom tempo.

  - Vocês precisam aprender que nem tudo é só diversão. - Minha mãe diz ao acabar o café. - Eu já fui adolescente, sei como é ter os nervos a flor da pele em relação a muitas coisas.

  - Mãe, relaxa. - Digo após tomar um gole do meu café. - Se estar se referindo a sexo, a falta de camisinha e um futuro neto, não vai acontecer tão cedo, pode ficar tranquila, ok?. - Ela me encara.

  - Do jeito que vocês estão? - Ela balança a cabeça negativamente. - Duvido muito. - Ela aponta para Cole  - Esse garoto vai ser pai logo logo, e você... meu Deus, não quero nem pensar.

  - Poxa mãe, da um voto de confiança, eu em.

  - Não é cedo demais para essa conversa? - Cole fala finalmente. - Quero dizer, a gente sempre fala sobre isso, né? Sobre tomar cuidado e... - Ele fica meio pensativo, e então olha para minha mãe. - Amy, acha que mesmo depois de meses juntos, se fossemos tão irresponsáveis, isso não já teria acontecido? Um filho?

  - Querido, a questão é: e se houver um descuido? E se beberem demais e esquecerem de se proteger? - Minha mãe divide o olhar entre nós dois. - Eu sei como é chato clicar na mesma tecla sempre, mas eu não quero que vocês tenham o futuro de vocês interrompido dessa maneira. - Ela fixa o olhar em mim. - Nós sempre falamos sobre isso, não é querida? - Eu assinto. - Posso parecer uma velha chata, mas só quero que aproveitem cada fase da vida de vocês, da maneira certa. - Ela segura nossas mãos. - E no dia que eu receber a notícia que terei um netinho, será o dia mais feliz da minha vida.... - Ela fica de pé. - ...mas esse dia não precisa ser daqui um mês.

Eu e Cole rimos.

  - Bom, o meu vôo sai às 10:00hrs, mas preciso estar antes no aeroporto. - Minha mãe diz da cozinha. - Que horas pretendem sair?

  - Camila ficou de passar aqui às nove, ela já deve estar chegando na verdade. - Respondo indo até ela levando meus pratos e os de Cole e os lavando.

𝐒𝐇𝐔𝐓 𝐔𝐏, 𝐅𝐔𝐂𝐊 𝐌𝐄.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora