Uma história simples, onde a filha do diretor é obrigada a dar aulas de física para uma aluna. Também conhecida como seu amor platônico.
Mas nunca em mil anos ela iria admitir isso, bobagem.
A não ser que estivesse bêbada.
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"O que você acha do tamanho dos meus peitos?" Eu digo enquanto empurro meus seios um contra o outro por cima do sutiã preto.
Minha melhor amiga que está sentada na poltrona ao lado da cama tira seus olhos do celular para me observar através do reflexo no espelho e junta suas sobrancelhas. "Por que eu tenho que falar sobre seus peitos?"
Eu a observo de volta. "Pois você é a única que tem o privilégio de ver o meu corpo, assim sendo a única que tem o direito de opinar sobre algo." Mudo minha pose e deixo meu tronco reto para ver se consigo alguma mudança. Falho miseravelmente ao perceber que não é uma questão de ângulos e sim de tamanhos. "Porque eles são tão pequenos?"
"Melhor do que serem enormes ou de plástico, você viu que a Emma colocou silicone?"
"A Emma?!" Salto meus olhos e me viro para observá-la com indignação. "Aquela da aula de geografia?" Ela concorda com a cabeça sem me olhar de volta. Ergo as sobrancelhas e volto a me observar no espelho. Não é todo dia que alguém de dezessete anos coloca silicone, mas então me lembro que estamos na Califórnia e o que mais tem por aqui são adolescentes ricos e que se modelam de acordo com um padrão. Não que eu esteja reclamando do corpo que eu tenho, mas no fundo sinto um pouco de inveja.
Fazer parte de um padrão é o mesmo que cortar suas raízes em lugares que você se sente bem. Ou você ficou muito extravagante com essa maquiagem, ou você precisa usar mais base abaixo dos olhos pois suas olheiras estão horríveis. Talvez a cor marrom não combinou muito com seu estilo e você fica melhor de vermelho. A iluminação da sua foto não ficou lá essas coisas e talvez por isso você não conseguiu tantas curtidas.
Infelizmente essas coisas se tornaram rotineiras ao redor de todo o mundo e por aqui as coisas não são diferentes. Ir para a escola é o mesmo que pedir para se comparar com algo pois vamos ser sinceros, adolescentes são seres horríveis. Ou você faz parte de algo e as pessoas te elogiam ou você não faz parte de nada e é considerado esquisito por isso. Me pergunto se as pessoas realmente sabem como eu me sinto ou se já se perguntaram alguma vez.
Seria engraçado se todos soubessem que ser filha do diretor não é algo tão divertido assim?
Suspiro e volto para a cama, erguendo meus braços eu me jogo contra a superfície macia. Se Jisoo não estivesse aqui provavelmente estaria comendo iorgute enquanto assisto algum programa da MTV.
"Jennie?" Ela me chama. Claro que já usou seu cérebro inteligente para me decifrar como sempre faz. Digo um 'Hmm' de volta pois a essa ultura já estou de olhos fechados. "Você sabe que ter ou não silicone não te faz menos bonita, né?" Dessa vez digo um 'Uhum' e ficamos em silêncio por um tempo. "Quer me contar como foi ontem com sua aluna?"
Mesmo tentando fugir desse assunto ela iria me puxar de novo, óbvio. Desde ontem a noite já recebi a mesma pergunta sete vezes. Sim, eu contei. Todas as vezes respondia que 'Foi normal' ou que 'Foi tranquilo', mas é pra isso que melhores amigas servem, encher o saco até que você diga tudo. Tudo mesmo. Virei de barriga para cima e fiquei encarando o teto do meu quarto enquanto formulava as palavras certas. "No começo foi meio estranho porque pra mim ela estava odiando ficar alí, a gente estudou e ela aprendeu bem as coisas, mas depois eu descobri que na verdade eu que estava sendo uma fria com ela."
