Cores

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Bonjour! ♥🦋

Cá estou eu com mais uma fanfic para vocês, dessa vez com um tema diferente.

Como seria a vida de Marta e José Alfredo se tivessem que passar por cima do orgulho por um filho? A vida deles ficou sem suas cores após o divórcio e Amélie os fará ir além para encontrá-las.

Espero que gostem e apreciem esse tema tão importante: o Autismo e sua influência nas meninas!

Boa leitura!

- Mia Bitencourt

"Amélie é como um sopro de vida em meio ao sufocamento da alma. - M.M. de Mendonça e Albuquerque."

Silêncio ensurdecedor, o médico psiquiatra analisava os exames. Ele lia uma, duas, três vezes, na quarta deu o veredito.

- Dona Marta, eu sinto muito. – O médico a olhava com pena. Marta mexia nos anéis inquietamente, esperava o restante da frase, um pranto embargado já tentava atingir a mulher. Ela não queria ouvir, mas precisava. – Amélie é autista. – Sua mente viajou naquela frase, todo o resto da explicação do médico foi em vão. Marta paralisou naquela palavra um tanto desconhecida. “Autista... Autista... Autista.” Martelava. O que isso significava? Como seria? Estava tão confusa.

Em seu âmago, uma dose de preconceito. Ela não sabia o que era autismo, já tinha ouvido falar, mas não era uma pauta frequente, era invisível aos seus olhos. Enquanto o médico falava, Marta levantou-se, pegou sua bolsa na cadeira ao lado e saiu sem dar uma palavra sequer. Estava sufocando! Implorava por ar.

Seus saltos ecoavam pelos corredores da clínica, passos firmes, nariz empinado, olhos vazios. Estava desnorteada, estava sozinha, precisava de ajuda, entretanto, era uma mulher solitária, não tinha alguém que a fizesse digerir tudo aquilo!

Entrou no carro, às janelas fechadas, o ar-condicionado em sua temperatura mais fria, 18c°. Pensou, repensou, inspira, expira. Pegou o celular, pesquisou.

O autismo, cientificamente conhecido como Transtorno do Espectro Autista, é uma síndrome caracterizada por problemas na comunicação, na socialização e no comportamento.”

Respirou fundo quase em desespero, sua filha, sua menina perfeita, a mais bonita, a mais parecida com ela, era... Imperfeita? A mulher sucumbiu diante da falta de informação!

- É mentira, é mentira! – Às mãos passando entre seus cabelos, estava afogada! Afogada em seu próprio preconceito. Era humana, nenhuma mãe queria ouvir aquilo, logo ela, a mais insensível, a mais fria como dizia José Alfredo, estava, pela primeira vez, sentindo um turbilhão de coisas que ela nem sabia descrever! Em um acesso de raiva, jogou o celular contra o para-brisa do carro, a força era tanta que causou uma rachadura no vidro do automóvel.

Ela queria um abraço, queria entender tudo aquilo, queria que o médico estivesse errado! Eram tantos avisos, eram pedagogas, empregadas, o motorista, a tia da cantina, a faxineira, a diretora, todos diziam! “Amélie tem algum problema! Essa menina só desenha!” eram cruéis algumas vezes, noutras ainda tinham um pingo de empatia e paciência, “Mãezinha, a leve em um médico, pode ser déficit de atenção, ou a matricule em aulas de pintura!”.

Ligou para os empregados, pediu que buscassem Amélie na escola, avisou que não voltaria para casa naquele dia, deu a desculpa de passar a noite com seu noivo. Estava noiva fazia seis meses, era um homem gentil, a tratava bem, tinha dinheiro, ela seguiu a vida, mas teria que recuar.

Quanto a José Alfredo, só o via quando levava a filha para a casa dele. Era um bom pai, era apegado na menina, diferente das outras vezes, Zé tinha mais tempo, adorava estar com sua caçula. Andava com algumas mulheres, nada muito sério, diferente de Marta, ele preferiu não entrar em um novo relacionamento mesmo após anos de divórcio.

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