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Acordo com o som insuportável do alarme, e me xingo por não ter fechado a janela ontem a noite por estar bem calor.
Fico mais uns minutos na cama, antes de levantar de vez e ir até o banheiro escovar os dentes e fazer minhas necessidades.
Hoje teria que ficar de novo com meu pai no seu consultório de psicologia, já que aqui em casa estava começando uma obra e minha mãe trabalhava o dia inteiro em outra cidade.
Meus avós não são daqui, ainda tem o motivo deles serem bem velhinhos, então de qualquer forma não daria para ficar com eles e dar o meu devido trabalho.
Troço de roupa, colocando apenas uma calça jeans simples, um blusão branco, e um all star roxo.
Desço as escadas, e pego apenas uma maçã na fruteira, antes de sair pela porta, e entrar no uber, que eu já tinha pedido.
O homem anda por uns dez minutos e logo estaciona em frente ao enorme prédio espelhado que meu pai trabalha faz cinco anos.
Eu sempre fico aqui fazendo absolutamente nada, apenas sento em um canto da sua recepção e as vezes conversando com Charly, que trabalhava de secretaria, e digo as vezes por raramente ela estar parada e sem nada para anotar, ou marcar, ou outras coisas que secretários fazem.
Entro no lugar, já indo direto até o elevador e apertando no quinto andar, que era onde ele ficava.
Assim que as portas de metais se abrem, me deparo com um garoto loiro, de uns um metro e oitenta, braços tatuados e estilo duvidoso.
— bom dia! — sorrio tentando ser o mais simpática possível, mesmo estando bem mal humorada.
Ele não diz nada, apenas fica completamente travado olhando para minha face confusa, tudo bem, mal educado.
— vou ter um ótimo dia também, passar bem. — me afasto, vendo o garoto não tirar os pés do lugar, e franzo o cenho ainda muito confusa.
Abro a porta de vidro, e vejo a loira sorrir para mim, e então faço o mesmo, a puxando para um abraço.
— como foi seu fim de semana Tay? — ela me pergunta, se sentando na sua cadeira de couro novamente.
— foi normal, apenas ouvindo a gritaria dos meus pais decidindo a cor do azulejo dos banheiros novos. — ela ri.
— encontrei o Tayler. — rio franzindo o cenho.
— esse seu pequete tem quase meu nome, credo! — deixo minha bolsa no canto do banco, e me sento, colocando meus pés pra cima, enquanto ninguém chega.
— então né, toda vez que eu vejo você lembro dele, depois você me fala pra esquecer né.
— garota, quer que eu mude meu nome por causa dele? sai fora.
— oi filha. — meu pai acena rapidamente pela frecha da porta que ele havia aberto.
— oi pai. — sorrio, e volto a conversar com Charly, até que tenho que parar pois alguns pacientes chegaram.
Inclusive aquele loiro, que me olhou, e o vi estremecer.
Menino doido.
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