25- THE END

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Ruby perdeu as forças que tinha nas pernas caindo de joelhos enquanto chorava no ombro de Ziggy que abaixou tentando acalma-la.

Não que a própria mulher estivesse, era como reviver aquela mesma cena com sua irmã que aconteceu no acampamento de 1978. Ela se repetia no mesmo lugar.

Ruby olhou para trás, tentando limpar as lágrimas ao se levantar e ir até o corpo, agora morto, de Jake.

— Eu não quero falar nada... Mas... – Lizzie disse – Eu avisei sobre nossa maldição... Eu sei que o momento é péssimo, mas é isso, Ruby. É a nossa maldição... Sinto muito.

— Não acho que seja o melhor momento para isso, Elizabeth. – Ambar falou irritada

Jake era como um sobrinho para Âmbar, que ela perdera cedo demais. C. Berman continuava encarando os dois no chão, de longe.

— Vocês tem magia, não é? Por que não trazem o garoto de volta? – Martin perguntou

Elizabeth abaixou a cabeça.

— Até magia tem limites, ela não pode criar sentimentos, por exemplo, não verdadeiros. Não podem criar uma pessoa ou um ser, nem trazer ninguém de volta a vida... – Lizzie fala – A morte é o destino de todos, não tem como voltar atrás...

— É o fim do jogo... – Ruby falou segurando o choro

Ruby continuava sentada, olhando para o corpo de Jacob que estava no chão, cheio de sangue.

C. Berman então deu alguns passos para frente, abraçando a garota, Ruby deitou a cabeça no ombro da mais velha se permitindo chorar.

O clima no shopping agora estava bem mais tenso e com razão, de certa forma a maldição das Wright.

— Eu sinto muito. – A Berman sussurrou

Todos ficaram em um silêncio nada constrangedor, até Deena e Sam entrarem correndo, cobertas de sangue.

— O que aconteceu? Vocês estão bem? – Deena perguntou, correndo na direção deles

Ruby saiu do abraço que estava com Ziggy, e foi até Deena a abraçando fortemente.

A cacheada concluiu o que havia acontecido, haviam perdido mais um amigo. Ela retribuiu o abraço com força, fechando os olhos.

— Você está bem? – a Wright perguntou

— Eu estou, estou... E você? – Deena perguntou

Sam se aproximou de Jake, levando uma mão a boca em choque. Ela se aproximou de sua namorada e de sua amiga

— Eu sinto muito, muito mesmo. – Sam falou – Nada disso teria acontecido se eu não tivesse me mudado para Sunnyvale...

— Não foi sua culpa, as vezes as coisas devem realmente acontecer... – Ruby falou

— Temos que saber o que vamos falar para a polícia. – Âmbar diz, tentando não mostrar que estava abalada

— Posso mudar a mente de todo mundo... – Lizzie disse dando de ombros

— Bom, ela simplificou tudo... – Martin disse

Elizabeth sorriu, abrindo uma mão. O sorriso sumiu de seu rosto. Batendo uma mão na outra, Lizzie parecia desesperada.

— Não tá funcionando. – Lizzie disse

— O que? – Âmbar perguntou confusa

Ruby abriu uma mão, sua magia não funcionava mais. Ela não era mais uma bruxa.

— Não tenho mais magia. – Lizzie diz

— A maldição acabou... – Ruby falou

— Vocês duas estão bem? – Josh perguntou indo até a cunhada e a irmã mais velha

Ruby se afastou um pouco, apenas esperando a polícia chegar

— Sei o quão difícil está sendo ultimamente. – Ziggy disse sentando ao lado da garota – Eu mesma já passei por isso, se isolar não irá adiantar.

— Acho que deu certo para você...

— Não, de qualquer forma eu acabei dentro dessa confusão de novo. – Ziggy falou – Olha, garota, se precisar de um lugar para ficar, pode ficar na minha casa, ok?

Ruby deu um sorriso mínimo, lágrimas ainda desciam pelos seus olhos.

— Ok. – ela respondeu chorosa

(...)

Meses haviam se passado, Ruby estava com seus cabelos descoloridos em um loiro. Ela entrou no cemitério, deixando uma rosa no túmulo de seu pai, uma no de sua mãe. Estava com um buquê e colocou um em cada túmulo. Kate, Simon, Heather. Jake.

Torcia para conseguir superar tudo aquilo e seguir com a sua vida. Para finalmente ser feliz.

— Eu e Ziggy estamos morando juntas. – Ruby falou olhando para o chão – Ainda... Somos uma bela companhia uma para a outra, bem, Lizzie não fica muito em casa. Ela está vivendo o que não pode viver. Fico feliz por ela. Queria que estivessem aqui para ver isso... Vou terminar o colegial em duas semanas, mandei carta para todas as universidades que conheço longe daqui. Me desejem sorte. Acho que posso ser uma boa advogada... Eu amo vocês, todos vocês.

Ela saiu do local, limpando algumas lágrimas que invadiam seu rosto. Saiu sem perceber um vaso de flores flutuando com sua mão brilhando em verde brilhante.

E sem saber que alguém havia pego o livro.

The Wright's Curse - Fear StreetWhere stories live. Discover now