7 - De volta

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Um ano depois

"Por que pratica esse inglês todo dia, querida?" Minha avó me pergunta. 

"Me traz boas memórias, vovó." Respondo. "Diferente daqueles desgraçados na escola que não sabem nem multiplicar direito. Idiotas." 

"Olha essa boca! Não foram as maneiras que te ensinei!" Sorrio quando vovô entra na sala. 

"Vovô discorda disso." Ele ri e ela o fuzila com o olhar, o fazendo parar. 

"Certo. Diminuo meus palavrões se diminuir os seus. E também, só falo em casa, as pessoas julgam demais." Rio. 

"Sem chances." Ela me olha. 

"Vá passear. Antes que me canse de você e te coloque em um internato só para garotas." 

"Deuses, por favor, não." Me levanto e saio da casa, pegando um livro e me sentado no quintal. É um daqueles raros dias em que estou de vestido, porque meu avô me deu esse, e tudo que ele me dá é valioso o suficiente para que eu saia da zona de conforto. 

Às vezes me pergunto como as coisas estão para os Pevensie

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Às vezes me pergunto como as coisas estão para os Pevensie. Não deixei de pensar neles nenhum dia desde que voltei de Nárnia. Não sei quanto tempo eles passaram lá. Não se quanto tempo se passou em Nárnia. 

Certo, não vou conseguir ler agora. Vou fazer o que faço de melhor, escalar árvores. Foi o ano mais inútil da minha vida, pode ter certeza, mas pelo menos aprendi a escalar árvores. 

Começo a subir na mais alta que tem em meu quintal e meu pé escorrega, me fazendo cair. Grito olhando o céu e vejo que mudou levemente de tom de azul, e olho pra baixo, vendo dois homens e um anão - que estava completamente amarrado e machucado - em uma canoa. Os homens largam o anão na água e uma flecha vermelha atinge um deles. Eu me aproximo cada vez mais do homem que ficou no barco, e caio de frente pra ele, quase virando o barco. Me levanto rapidamente e ele me olha. "Olá". Digo e dou uma cotovelada em seu rosto e o chuto pra água, pulando atrás do anão. Ouço gritos de fora da água e vejo alguém nadando em minha direção enquanto puxo o anão do fundo. 

"Annie?" ouço uma voz abafada seguida de bolhas e olho pra frente, vendo o rosto de Peter.

"Peter!" falo sorrindo e soltando bolhas. Ele me ajuda a carregar o anão até a superfície e o abraço. "Você cresceu!" ele ri. 

"E você caiu do céu?" Rio de volta e vejo Susan e Lucy, as abraçando. Peter começa a desamarrar o anão e vejo Edmund chegando puxando o barco. Corro até ele e pulo nele, o abraçando. Ele me segura com força e me roda no ar. 

"Você voltou!" ele diz quando me põe no chão.

"Te disse que ia voltar." Sorrio andando até os outros enquanto o anão tosse e cospe água. 

The Warrior Where stories live. Discover now