— Posso ler o seu, Morgie? — ela perguntou.

Pensou, consigo mesma, que pelo menos não era a única ali com problemas, apesar de saber que a culpa por ter colocado Morgana naquela situação era dela. Ao menos não estava tão no fundo do poço quanto estar apaixonada por um idiota de marca maior feito o Potter, ainda assim era terrível também, porquê ela havia beijado um babaca. A aula passar tão rápida, apesar do grande show que a professora fizera ao mais uma vez desvendar os mistérios do futuro de Morgana e até mesmo invadindo a privacidade de uma memória que ainda nem acontecera, que ela mal teve tempo de acompanhar os seus amigos, que naquele momento estavam já saindo da sala e conversando entre si.

— Que professora maluca...

Ela reclamou sozinha, ao mesmo tempo que passava na frente da mesa onde os Marotos estavam. Sirius, que mexia nas cartas com descrença, deixou que seus amigos caminhassem na frente e ficou alguns passos atrás de Pandora, quase como um predador, quando na verdade ele estava mais para presa. A garota paralisou ao perceber a presença dele, atrás dela e sentiu, não o corpo dele, mas a aura que ele exalava tocar suas costas. Sirius gostava tanto de provocar e sabia que aquilo atingia Pandora em cheio, por mais que tivessem dado um tempo durante o Natal, ele não podia contar com a calmaria para sempre, precisava ganhar aquela aposta.

Ele levou sua mão quente até o cabelo dela que caía em sua nuca e o afastou, quase fazendo com que ela sentisse a respiração dele contra aquela parte da pele e soltou uma risadinha. Ela tinha um perfume bom e adocicado, quase o tentando a beijá-la ali mesmo.

— Você está usando o colar. — ele comentou, em voz baixa.

Ela sentiu a respiração contra sua nuca dessa vez, quase de uma forma provocativa, como se Sirius quisesse deixá-la nervosa. Pandora pensou, por alguns segundos, que talvez ele estivesse tentando fazê-la pensar em alguma idiotice, porquê estava escondendo alguma tática infalível para o seu plano de ganhar a aposta. Mas o que?

— É meu, não é? — ela respondeu.

Ele sorriu, ainda segurava o cabelo dela, fazendo-a se segurar com uma força quase bruta para não arrepiar o seu corpo inteiro com aquele toque. E talvez aquilo fosse o pior de tudo, se render a um beijo? Tudo bem, ela poderia fingir que não aconteceu... mas corresponder aos toques dele daquela forma, como se seu próprio corpo não quisesse mais esconder que queria-o por perto. Que ele a desejasse da mesma forma.

— Como está a nossa aposta? — pergunto Sirius.

Ele deveria estar tramando alguma coisa, ela podia sentir em sua carne, por mais que não quisesse admitir, ela o conhecia.

— Ah, você sabe, perfeito como sempre. Sabia que ele me chamou para sair mais uma vez?

— Ele sai comigo todos os dias.

— E por quê não te beija?

Não era uma mentira se ela dissesse que tivera um estranho sucesso em manter contato com Remus, mas ainda assim não teria um beijo apenas por falar bobagens com ele. Nisso, tinha de admitir, Sirius tinha mais privilégios, já que dormiam no mesmo dormitório desde o primeiro ano e mantinham uma grande amizade... mas aquilo era o suficiente para tentar Remus aos pecados da carne?

Aliás, era o suficiente para Pandora também? Aparentemente o único beijo que ela havia pensado naqueles últimos tempos não era o que desejou por muitos anos, mas sim o de Sirius, aquele maldito garoto que teve a brilhante ideia de misturar apostas com toques físicos. Parecia ter um veneno vicioso correndo em suas veias e ela não queria mesmo saber qual era a finalidade daquilo.

— Lembre-se, os dois tem que querer. E sóbrios. — ele avisou.

Ela revirou os olhos.

— Sóbrios? Acha que eu só teria coragem de dar umas bitocas se tomasse algo antes? — Dora riu. — Ah, não... essa e outras coisas eu gosto de fazer sóbria.

UNTAMED • sirius blackWhere stories live. Discover now