• doze •

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CAPÍTULO DOZE
the queen of white lies

Quando acordou naquele dia de aula, com Morgana gritando em seu ouvido, tão desnorteada quanto ela, pensou em nem se levantar, talvez o fato de ter cometido o maior erro da década. Não que ela fosse influenciada por um beijo, muito menos iria começar a se apaixonar por Sirius feito uma tola, mas aquilo estava lhe dando nos nervos, deixando-a nervosa apenas por lembrar que fora maluca o suficiente para corresponder ao beijo e pior ainda, ter gostado dele.

Se levantou quase arrastada pela melhor amiga, que saíra antes dela, já pensando que tudo o que ela precisava era de um banho e quem alguma poção que a fizesse perder a memória, não parecia tão ruim assim esquecer de algumas coisinhas. Se arrumou tão rápido que esqueceu de ajeitar a gravata, como na maioria dos dias, é claro, ela era desorganizada por natureza. Saiu correndo ainda enquanto calçava os sapatos e seguiu Morgana no corredor, enquanto discutia com Severus sobre alguma planta qualquer. Quando já estava prestes a entrar na sala, foi parada por quem ela menos queria ver naquele dia de confusão e viu seus amigos seguirem caminho, como dois idiotas que nem prestavam atenção.

Remus John Lupin, parado em sua frente, resolveu puxar assunto como um velho amigo. Apesar de estar lindo como sempre, parecia cansado, as olheiras profundas deixavam aquilo claro.

— Acho que você esqueceu de ajeitar a gravata. — ele riu. — Eu te ajudo.

— Claro... obrigada.

Ele, sem nenhuma inibição, segurou a gravata com atenção e praticamente a puxou para perto, ajeitando o tecido verde e prata ao redor do pescoço dela e fazendo um nó perfeito. Pandora não pôde deixar de trancar a respiração feito uma mergulhadora, olhando-o com os olhos quase arregalados aquela situação tão... próxima e pensou que talvez ela gostasse que ele fizesse coisas como aquelas, que prestasse atenção em coisas bobas como uma gravata colocada de forma errada.

— Pronto. — falou. — Mas lembre-se, eu sou um monitor, quem sabe na próxima vez eu tiro alguns pontos da Sonserina.

Mas ele estava sorrindo... pra ela.

— Ah, e você faria isso, Lupinzinho? — ela perguntou. — Pode deixar. Não decepcionarei você.

— Eu estava pensando se você gostaria de... não sei, talvez ir em um treino comigo outra vez. — ele comentou. — Posso roubar mais uns bolinhos.

Ainda era confuso quando ele falava coisas assim para ela, demonstrando uma vontade verdadeira em vê-la. 

— Eu acho ótimo, é só me avisar.

Entraram juntos na sala, sendo recebidos por alguns olhares nada receptivos, como os de Severus e Sirius, o seu pior pesadelo em formato de pessoa. Sentou-se ao lado dos amigos, embaralhando as cartas de tarô que ali estavam, enquanto tentava não prestar atenção nas pessoas ao seu redor, talvez assim não lembrasse que no dia anterior havia beijado Sirius Black e praticamente fez o mundo parar de girar, já que tal ato mais parecia um milagre do que algo que alguém normal faria. Ela não detestava aquela aula, mas sentia que não conseguia interpretar nada tão bem quanto devia. Imagine só se ela lesse naquelas cartas que alguém iria viver por uns sessenta anos e de repente caísse um raio na cabeça dessa pessoa? Riscos.

— Agora você é amiguinha do Lupin? — Severus perguntou. — Pensei que você odiasse aqueles idiotas.

— Ele é a excessão. — Dora contou. — Mas não se preocupe, Sev, meu coração sempre vai ser só seu.

Ele riu.

Quando uma carta caiu de seu baralho, ela não pôde evitar prestar atenção e interpretar com seu péssimo jeito para Adivinhação, que O Diabo só poderia significar confusão em sua vida, resistência ao novo, ódio cego e desejo fulminante por alguma coisa que deveria ser ruim. Ou seja, já não conseguia confiar em sua intuição e agora muito menos nas cartas.

UNTAMED • sirius blackWhere stories live. Discover now