Primeiro Arco - A doce Sensação de ser Adorada pelos amigos

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Voltando ao que realmente importa, cá estava eu correndo pela avenida principal desesperada para chegar na porra do açougue, o chefe com certeza vai me dar a maior bronca da vida por chegar uma hora e meia atrasada. Eu já me sentia suar de nervoso e agonia.

E foi exatamente como eu disse.


— LARISSA !!! ATRASADA !! VAI PAGAR HORA EXTRA NO FIM DE SEMANA !!! – Reviro os  meus olhos evitando olhar para o ruivo barbudo, seu olhar ameaçador me fez encolher e morder os meus lábios. O Carlos era um pouco sádico quando esta nervoso

— Maria Luisa senhor.. não Larissa, é diferente. – resmungo engolindo o meu orgulho, afinal a errada era eu, e ele é meu chefe. E pai da garota que basicamente me fez eu me atrasar.

Sim. O Carlos é pai da Luana.

— É A MESMA COISA !! AGORA VAI TRABALHAR !! – desvio o olhar fazendo um biquinho de birra, odiava receber ordens, ainda mais ordens gritadas. Mas mesmo com aquele sentimento frustrante de teimosia, ignoro essa sensação e pego o avental que ele joga na minha direção. Prendo o cabelo num rabo de cavalo alto, tiro o moletom e o casaco afinal eu não queria sujá-los, ficando só de top e calça, boto o avental grosso e de couro que era próprio para o frio do freezer, lavo as mãos só por questão de higiene e coloco as luvas, elas também eram próprias para o freezer, afinal eu não queria congelar os meus dedos muito menos ter uma inflamação no pulso, obvio que já havia sofrido com isso, por esse motivo que usava o uniforme do açougue todo certinho. Calcei as botas que também faziam parte do uniforme e finalmente pude entrar no freezer, era enorme e haviam vários e vários tipos de carnes espalhados pelos ganchos, pedaços de carne quase que do tamanho de meu corpo, o Carlos era tanto o líder da minha antiga gangue quanto um dono de frigorífica que por debaixo dos panos, ajuda a transportar todas as mercadorias clandestinas que a gangue trafica pela cidade. eu obviamente não me envolvia mais com o trafico ou com a gangue, então apenas trabalhava tranquilamente no açougue, ate mesmo gerenciava ele. Carlos apenas ficava para receber o que eu não recebia e trocar informações com o seu informante, que no caso também era o caminhoneiro.

durante as próximas duas hora o meu trabalho foi abrir as peças inteiras das carnes, cortá-las e separá-las ao mesmo tempo em que tirava todas embalagens cheias de drogas ilícitas de dentro dos estômagos.

Era assim que eles transportavam.

A buzina do caminhão se fez presente em pouco tempo, meu corpo já estava acostumado com a temperatura baixa do freezer então o chefe me fez dar uma pausa de cinco minutos para não sofrer nenhum problema de saúde.

Quinze minutos depois de me acostumar com a temperatura do ambiente, meu trabalho agora era retirar as carnes do caminhão e colocar dentro do freezer, obviamente por não ficar mais de dois minutos dentro do mesmo, a mudança de temperatura não iria me prejudicar.

— Iae man como vai ? – como de costume o ajudante do caminhoneiro, chamado Duka, estava dentro da contêiner com as portas já abertas e um grande pedaço de boi em seus ombros, aceno para ele sorrindo recebendo seu sorriso amistoso de volta. Ele joga o pedaço de carne com facilidade na minha direção, como já era acostumada, apenas o sustentei em meus ombros e levantei um legal para o rapaz. Minha caminhada para o freezer foi rápida, sua porta já estava aberta então não tive nenhum problema, deixo a carne em um dos ganchos que já havia preparado e volto rapidamente para a frente do açougue.

— Tô bem e você Duka ? Já falei pra deixar de lenga lenga e me chamar de Malu – Ele deu de ombros todo risonho e jogou outro pedaço de carne embalado, desse jeito parecia ate mesmo um corpo humano. Assustador.

Nosso Maldito Fluxo - Conto Sáfico -Where stories live. Discover now