Além Da Embalagem.

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Passei pela portaria, este era o primeiro "point", e o lado bom foi: ninguém me reconheceu. - Bom, não sei se isso é exatamente uma coisa boa. Será que eu realmente era TÃO invisível ao ponto de que ninguém consiga lembrar de mim?!

"Continue!" era o que eu dizia a mim mesma. Consegui subir as escadas, cheguei ao corredor, e sim, minhas mão gelaram. Elas sempre gelam. Aquele tanto de gente num mesmo lugar, realmente não era minha praia. Era como se eu fosse um holograma, aquelas pessoas me atravessavam. Era como se eu não existisse. Mas enfim, quem liga para isso?! Terminar a droga do ensino médio era uma das minhas obrigações irritantes; tanto quanto ter que arrumar o quarto todas as quinta-feiras.

Eu pudia ver aquele olhar conhecido vindo em minha direção. É claro, só poderia ser a Alessandra (agora com cabelos cor de fogo). Sabe aquelas pessoas que realmente nasceram com sorte? Eu nunca fui uma delas, mas essa garota com certeza foi! O mais irônico é que no meu último ano em que estive aqui a gente andou junto. A Devorah e a Nanda tinham ido para outro lugar e eu tinha ficado só; ao mesmo tempo que a Alê, tinha sido expulsa do "clubinho" dos pop's, porque a antiga melhor amiga dela (Sophia), achava que a coitada dava em cima do namorado, um tal de M.P... O fato é que isso não era verdade, mas só eu e Alê sabíamos disso.

Ela ainda esbanjava aquela confiança que pode-se dizer que era a sua marca registrada, e pelo que eu via, Alessandra era a mesma garota popular, só que a agora com longas curvas no corpo. Ela olhou nos meus olhos, do mesmo jeito que ao atravessar uma avenida seu olho esbarra em cima do olhar de um desconhecido. Não tenho ideia se ela lembrou quem eu era, mas de todo jeito ela não parou, e nem falou comigo.

Tudo o que eu queria naquele momento era ter a Madá, e a Gêh comigo. Que saudade chata! Por que mesmo era preciso um colégio com "curso especial para futuros doutores"? Até parece que eu iria cursar medicina... Enfim, isso é uma outra história. Agora o que eu precisava mesmo era encontrar minha sala, sem pagar nenhum mico no caminho.

Mas pra onde será que minha antiga "colega favorita" foi? Se eu seguisse ela, eu encontraria a sala do 2ºano, e metade das chances de eu fazer um papelão estariam mortas. Me virei e avistei ela abraçada com um garoto que eu sabia que conhecia (havia cursado a sexta série com ele), mas não lembrava o nome dele de jeito nenhum.

"Pera, era alguma coisa com K. Kauê, kaio... Ka o que gente?" - eu definitivamente tinha que parar de falar sozinha!- "lembrei: Carlos. Finalmente!"

Sabe, eu devia está falando sozinha sem perceber que estava com aquele olhar de gente doida pra cima deles, porque quando terminei minha conversa comigo mesma eles estavam me encarando.

Morta de vergonha, tudo que eu consegui fazer foi pegar o papel que indicava o meu armário e dar o fora daquele corredor. Nem andei muito, porque na verdade a ficava depois da primeira sala, logo depois que você vira o corredor a esquerda.

Peguei o iPad que o colégio disponibiliza, e fui tentar encontrar a sala. Pra minha sorte, dois passos depois me dei de cara com uma placa gigante: "passagem para o segundão!".

Entrei e lá estava praticamente vazia. Alguns rostos conhecidos pra mim. E a questão era: Alguma das quelas pessoas lembravam de mim de volta?

Escolhi sentar na terceira cadeira da segunda fileira indo da porta em direção a janela. Pra mim ali era o lugar perfeito: Nem na primeira cadeira, nem no fundão. E do meio da fileira a gente ainda fica ligado em todas as conversas atravessadas.

Aos poucos foi entrando gente... Eu até puxei assunto com umas meninas que eram novas(pra mim), e por mais que isso me surpreendesse, até que eu estava me saindo bem em um primeiro dia, como em tanto outros.

O sinal tocou e aula iria começar(ô coisa chata!! Ninguém merece escola!).

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