The Last Owner

Capítulo 2- Decisão e muito a fazer.

     Elas tinham acabado de voltar para casa depois de um dia exaustivo de aula, Marinette tinha sido escolhida para fazer o figurino da peça de teatro que teria na escola. No quarto, Tikki sai de seu esconderijo na bolsa.
     — Como vou fazer isso Tikki, são muitos! Não tem como costurar isso tudo entre as akumatizações do Shadow Moth.
     — Você consegue Marinette, você sempre resolve tudo no final!
     — Esse é o problema, queria poder resolver tudo sem ser de última hora.
     — Não se preocupe demais com as akumatizações que ainda não aconteceram, foque no seu projeto — ao falar, Tikki dá um pequeno bocejo.
     — Não dormiu bem a noite, Tikki?
     — Não consegui nem fechar os olhos. — disse dando outro bocejo, lembrando do porquê tinha ficado acordada. Ouvia Marinette falando dos compromissos do dia enquanto deitava no divã.
     Tikki não percebeu quando adormeceu, mas percebeu o caos do quarto no momento em que acordou. Os Kwamis voavam de um lado para o outro tentando ajudar Marinette em algo que a garota tentava fazer. Marinette corria de um lado para o outro enquanto arrancava coisas da parede e jogava dentro do baú. "Ah! As fotos do Adrien", pensou Tikki, "mas porquê arranca-las nessa pressa toda?".
     — Marinette, está tudo bem? — perguntou.
     — Ai Tikki, que bom que acordou. É o fim! O Adrien está vindo junto com a Alya e o Nino para tirar as medidas do figurino, não vai dar tempo!
     Ela não precisou dizer mais nada, no mesmo instante Tikki saiu tirando todas as fotos do Adrien que estavam grudadas nas paredes e em quadros. Em alguns minutos não havia vestígios de que um dia o quarto de Marinette tivesse fotos do modelo.
     — Ufa! - exclamou a garota — Deu tempo.
     Como se isso tivesse invocado seus amigos, Alya levanta o alçapão, entrando no quarto rosa. Os Kwamis se escondem rapidamente. Não de Alya, claro. Ela já sabia de tudo. Mas sim do resto do grupo.
     — E aí, amiga? Como vai a vida de figurinista? — pergunta Alya, dando uma risadinha ao olhar para as paredes vazias.
     — Muito corrida — diz Marinette também rindo.
     — Fala aí! Viemos te dar um pouco de trabalho — brinca Nino quando entra.
     Logo atrás, entra Adrien. A garota já se desconserta, seus joelhos bambeiam e Tikki, que se escondera com os outros Kwamis, observava sua portadora sorrir sem jeito enquanto gaguejava para responder o simples "Oi, tudo bem?" que o garoto tinha falado.
     O resto da reunião ocorreu da mesma forma. Tikki ficou impressionada com o profissionalismo adquirido por Marinette na hora de tirar as medidas de Adrien. Ela foi direta e nem gaguejou nesse momento, sua dona realmente levava seu trabalho a sério! Logo já havia terminado e os três já se despediam de Marinette, quando houve um grande estrondo.
      Os garotos olharam pela janela para procurar a fonte do barulho. Logo viram um akumatizado destruindo a praça perto da casa de Marinette. As garotas se entreolharam. Alya começou a falar.
     — Acho que é melhor nós irmos agora.
     — É muito perigoso, vocês não podem sair agora! — disse Marinette, olhando para Alya procurando por outra solução, não colocaria os amigos em risco. Nessa hora Adrien interrompe seus pensamentos.
     — Onde é o banheiro?
     — Agora? — diz Nino.
     — Essas coisas não tem como controlar, não é mesmo? — o loiro diz coçando a parte detrás da cabeça e dando um sorriso sem graça.
     — Eu te mostro onde é, preciso ir falar com meus pais de qualquer forma — diz Marinette já puxando Adrien para o andar inferior. Antes de sair, lança um olhar discreto para onde Tikki estava escondida, levantando levemente as sobrancelhas.
     Ela deixa o garoto na porta do banheiro enquanto segue para um armário ao fim do corredor, esperando Tikki aparecer para se transformar.
     — Parabéns Marinette! Você conseguiu tirar as medidas do Adrien sem ficar estranha — diz Tikki atravessando o teto.
     — Você viu? Ele é tão lindo e... Chega de conversa. Tikki, transformar!
     Ladybug e Chatnoir lutam contra o vilão akumatizado e salvam Paris mais uma vez. Tinha sido uma luta e tanto. Marinette volta para casa e tromba com Adrien, que estava saindo do banheiro, e Alya e Nino, que desciam as escadas de seu quarto.
     — Precisamos ir agora ou seu pai vai ficar bravo, Adrien. — diz Nino.
     — Relaxa, eu consigo explicar o atraso.
     Após se despedir de seus amigos, Marinette sobe para o seu quarto e se joga na cadeira.
     — Ai Tikki, eu ainda tenho tanta coisa para fazer!
     — Eu te ajudo, Marinette. No que precisar.
     — A gente também ajuda! — diz Trixx saindo de seu esconderijo com os outros Kwamis.
     Dessa forma, os Kwamis e Marinette trabalharam por horas para fazer os figurinos.
Tikki estava bem pensativa, tinha decidido contar a Marinette o que acontecera no dia anterior, mas ainda não tinha certeza se aquela era a decisão correta. Ela estava se sentindo tão sobrecarregada tendo que ser a guardiã, a Ladybug e a Marinette ao mesmo tempo. As akumatizações se tornavam mais e mais frequentes, muitas desculpas tinham que ser dadas. Tikki via o que Marinette tentava esconder de todos, o cansaço. Ao fim da noite, alguns dos figurinos tinham ficado prontos, mas ainda tinham muito trabalho pela frente.
     Já era tarde e Marinette tinha aula no dia seguinte. A garota deitou em sua cama procurando o sono, mas foi interrompida por Tikki, que apertava sua bochecha em busca de sua atenção.
     — Marinette, posso te contar uma coisa?
     — Claro, Tikki. Pode me contar qualquer coisa.
     — Eu não sei se devo, mas quero muito dividir essa história com você.
     — Que história Tikki?
     — Da minha última portadora.
     Nesse momento, os outros Kwamis deitados ali por perto se levantaram.
     — Não acha que ainda é muito cedo Tikki? — pergunta Sass — Não apresse as coisas.
     — Não. Na verdade, acho que é o momento exato.
     — Acho que não estou acompanhando muito vocês — brinca Marinette, dando risada.
     — Marinette, tudo aconteceu há quase um século atrás, em 1930.
     — Eu achava que não havia tido nenhum herói ou heroína no mundo há mais de 200 anos, Tikki.
     — E não houve. Nenhum de conhecimento público, pelo menos — diz o Kwami dando uma risadinha e sentando-se no joelho de sua portadora — Era uma vez...