Capítulo 11

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Kênia

Fogo de escuridão e fogo tempestual, um contra o outro, explosão contra explosão.

Eu cravei minhas garras como uma águia no peito da criatura que rugiu, tentando me atingir com as suas próprias.

Não, não!

Nem a própria mãe pode me derrotar. -eu grunhi.

Afastei o rosto para encarar o amarelo doente de seus olhos amendrontados.

Porque eu estou acima dela.

Eu rugi e minhas presas afundaram no pescoço da criatura, silêncio, apenas o rugido ecoando pelo o campo de batalha, através dos gritos e das lâminas se chocando, mais uma mordida forte, afundando ainda mais e o corpo da besta tomou, as asas caindo, a vida sumindo de seus olhos.

Minhas asas bateram e eu lancei o corpo da criatura abaixo, ela caía com precisão, ele atingiu o chão com um estrondo, caindo diante das rainhas, diante de suas mestras, morto.

Elas encararam pálidas a criatura e eu rugi.

O som de uma lâmina ecoando eu virei meu olhar para encarar meu irmão, bem a tempo de ver a espada de Beron cravar em seu abdômen, ao mesmo tempo que meu irmão se movimentou, cortando a garganta de Beron, o corpo do ex grão-senhor foi ao chão, para em seguida o de meu irmão.

DOMINIC! -rugi um grito.

Eu mergulhei, meu corpo se destransformando, eu atingi o chão com um estrondo que estremeceu o mundo. Até música acima.

Eu atravessei caindo de joelho diante dele, meu irmão puxou a espada de seu corpo com um ofego, largando a lâmina no chão, os olhos azuis sem foco.

— Dominic, Dominic olhe pra mim. -pedi nervosa, o puxando para mim.

— Ei, eu tô bem. -sussurrou.

— Não está não, você não está bem. -sacudi a cabeça, as lágrimas caindo.

— Eu fui corajoso, como você um dia me ensinou. -ele murmurou.

— Dominc. -soluçei.

Azriel e Cassian me encararam de longe, impedindo que os guardas chegassem até nós.

Um relâmpago meu rugiu e eu golpeei todos, o raio transpareceu matando os queriam chegar até nós, os matando.

— Está ficando escuro. -ele sussurou.

— Não, Dominic, fique acordado, fique acordado, fique aqui comigo. -segurei o seu rosto.

— Mas eu estou tão cansado. —ele sussurrou— eu só preciso dormir um pouco mãe, só um pouquinho.

— Não. —soluçei— não pode.

Ele me encarou, os olhos vagos.

— Eu amo você, irmã, mãe. -ele disse baixinho.

— Eu também te amo.... Filho. -balbuciei em meio ao choro.

Eu não o deixaria ir, ele não poderia partir agora.

— Você não vai, Dominic, não pode dormir. -murmurei.

Um sorriso cansado.

— Você é minha heroína, desde sempre...

Ele fechou os seus olhos.

E eu gritei, eu gritava, apenas gritava, não ouvia seu coração bater, não ouvia sua respiração.

Aquele vínculo, aquele laço de irmandade entre nós havia se partido, eu não ouvia mais a sua risada ou as suas provocações, não o ouvia me chamar de baixinha, ele estava morto.

Corte de Sombras e TrovõesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora