Corte de Sombras e Trovões

Capítulo 2

Você escolhe, cair e continuar no chão, ou então levantar e erguer a sua espada.

    ~Autora

Kênia

Eu encarei os vários papéis diante de mim na minha mesa, e como se já não fosse o bastante, meu irmão bateu a porta.

— O que houve? Dom, estou um pouco ocupada. -suspirei.

— Há boatos de uma nova guerra. -ele disse.

Eu ergui meu olhar para ele.

— Onde?

— Pythrian.

— Oh. —foi o que eu disse— e no que isso me interessa mesmo?

— É uma guerra, Kênia.

— Suposta. —o corrigi— você mesmo disse.

— E se houver não vai lutar? -ele questionou.

— Minha corte está bem protegida, ninguém sabe que ela sequer existe, então não tenho o porque me preocupar com o resto. -falei.

— Pessoas podem morrer.

— É uma guerra, sempre haverá perdas. —eu disse— quando o nosso pai pediu ajuda aos grão-senhores no passado para reconstruir a corte tempestual eles negaram, friamente.

Ele abriu a boca.

— E o nosso pai morreu deixando o legado em minhas mãos e eu ergui sozinha a nossa corte. -falei firme.

Ele me encarou.

— Eu lembro pouco. -ele disse.

— Eu sei, você só tinha seis anos. —falei— eu ergui tudo isto com você nos braços, então perdão por ser inteligente e rancorosa em relação aos outros grão-senhores.

— Sabe que não são mais os mesmos grão-senhores, são os filhos deles. -ele disse.

— Que foram criados por quem mesmo? -o encarei com deboche.

Ele revirou os olhos.

— Nem mesmo por Mor? -ele questionou.

— Mor sabe se cuidar, assim como eu aprendi sozinha a cuidar de nós dois. -falei.

Ele iria protestar.

— Fim da conversa, Dominic. -falei voltando minha atenção aos papéis.

Ele suspirou, dando a volta na mesa e então senti um beijo no topo da minha cabeça.

— Eu sei o que passou para trazer tudo de volta, e para cuidar de mim. —ele disse— mas não deixe o passado endurecer o coração bom que tem, irmã.

— Meu coração está muito bem, obrigada. -suspirei.

Ele me encarou de esguelha.

— Talvez esteja na hora de você arrumar um... Uhum. —ele tossiu de leve— um companheiro.