— Vicenzo seu pai esta chegando aqui, o soldado da entrada acabou de informar.

— Merda!

Respondo gritando para que ele possa escutar do outro lado da porta.

— Vou receber ele na biblioteca.

Começo a catar minhas coisas espalhadas pelo chão. Amanda está vestindo sua camisola.

— Sobe para o quarto, vou ter que receber ele.

Ela balança a cabeça em concordância e dirigiu-se para porta. Pego minhas roupas e vou para o banheiro, tento me recompor o máximo possível.
Me olho no espelho, pra quem é tá bom.

Começo a caminhar em direção da biblioteca, ele já está lá conversando com Matteo.

— Bom dia Don Gambino, a que devo a honra?

— Bom dia Vicenzo, fiquei sabendo do ataque no aeroporto e resolvi vir aqui, afinal você tem meu sobrenome não posso deixar você por aí fazendo merda.

Matteo deixa eu e meu pai sozinhos na biblioteca.

— Eu queria capturar esses russos malditos, então os enganei fazendo que acreditassem que eu iria sair do país.

— E conseguiu alguma informação?

— Deixei dois vivos para torturar, mas não consegui nada de novo, só o que já sabemos.

Ele fica pensativo por um tempo então fala.

— Não vou duvidar de seus métodos de tortura, pois eu mesmo te ensinei e muitos deles você sentiu na pele não é mesmo.

Ele sorri para mim de forma sarcástica.

Fecho minhas mãos em punhos, lembrando das atrocidades que ele fazia comigo quando eu era mais jovem, as inúmeras cicatrizes espelhadas pelo meu corpo são um lembrete diário do inferno que vive nas mãos desse demônio que se diz meu pai.
Respondo ele de forma seca.

— Sei muito bem como arrancar confissões das pessoas.

— Eu sei disso, fui um ótimo professor... Temos que resolver essa coisa com Nikolay o mais rápido possível, isso não é bom pra nós, um russo de merda tentando medir forças com nós, não tem nem cabimento.

— Estou cuidando disso.

— É bom que cuide mesmo, não admito que La Casa Nostra seja desafiada dessa maneira.

A presença dele é insuportável, ele é desprezível.

— Que cara é essa Vicenzo, você deveria tentar disfarçar um pouco o seu descontentamento comigo, faça como eu em relação a você.

— Só estamos nos dois aqui não preciso ficar atuando.

Caminho até a bandeja com bebidas, Maria provavelmente trouxe para cá quando falei que o atenderia aqui.
Sirvo uísque para mim e para ele. Meu pai se aproxima pegando um dos copos.

— Eu quero casar com a Amanda aqui mesmo... Uma cerimônia simples no civil, só para os mais próximos.

Ele me encara desconfiado.

— Você engravidou ela?

Penso na confusão do anticoncepcional, gravidez realmente é uma possibilidade.

— Não.

— Tem que ter um casamento grande, você sabe como funciona, você é um Capo... tem normas a serem seguidas.

— Eu caso com ela agora e já começo a organizar o casamento formal para Casa Nostra e os aliados.

— Nunca pensei que te veria assim por uma mulher, está de quatro, um cachorrinho nas mãos dela. Você me acha o demônio mas não esqueça que é meu filho e a fruta podre não cai longe do pé...

Viro meu uísque e preparo outra dose.

— A vadia deve ter algo de especial, fiquei curioso, acho que preciso conhecer melhor minha futura nora.

O encaro com meus olhos cheios de ódio. Jogo meu copo na parede fazendo com que ele se estilhace contra a parede.

— Nunca mais fala assim dela.

Ele solta uma gargalhada.

— Estou lembrando da sua namoradinha do ensino médio, ela era uma vadiazinha muito gostosa, tão apertada, me da tesão só de lembrar daquela bunda.

A imagem vem em minha mente, meu pai comendo minha namorado no meu quarto.
Fico fora de mim, agarro o miserável pelo colarinho o erguendo. Dessa forma vejo como ele é pequeno em comparação a mim, parece até indefeso.

— Eu não sou mais a porra de um adolescente burro, eu te mato seu miserável.

Meu pai está com os olhos arregalados, por um momento até assustado.

O Solto, ele da dois passos para trás se recompondo.

— Qual é o seu problema Vicenzo?? Como ousa.

— Meu problema é você! Sai da minha casa.

Ele solta uma gargalhada.

— Sua casa? Tudo que você tem fui eu que te dei.

— Isso não é verdade, muito do que tenho faz parte do meu fundo, deixado por minha mãe.

— Você é um ingrato miserável Vicenzo.

— Vou ser grato pelo o que? Por você ter matado minha mãe... Por ter me torturado, por ser um demônio e fazer da minha vida um inferno.

— Eu não matei aquela puta burra, ela se matou.

Solto uma gargalhada.

— Você esquece que sou seu filho, sei que foi você... Mas sabe o que me consola, saber que você matou ela pra casar com outra, e acabou tendo que tratar um câncer, o que te deixou estéril.

Solto uma gargalhada.

— Então você teve que assumir o papel de marido que jamais esqueceu sua primeira esposa... Quando na verdade você não se casou de novo para ninguém descobrir que você não pode ter filhos por infertilidade.

Ele saca sua arma é aponta em minha direção.

— Você não vai atirar no seu filho... O que vão pensar né? Don Gambino matou seu próprio filho... Um Don sem filho, isso não é bom pai, la famiglia não gosta de ter um Don sem filhos, assim como não gosta de ter um Capo sem esposa. Estou resolvendo minha parte.

Ele abaixo a arma e sorri.

— Você é meu filho mesmo...

Viro as costa e falo enquanto caminho para a porta.

— Você sabe onde é a saída.

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Autora
Espero que vocês estejam gostando da minha história. Me desculpem pelos erros ortográficos, pois não sou uma escritora profissional, mas estou amando escrever.
Votem nos capítulos e comentem!😁

Vicenzo: O filho do Don Место, где живут истории. Откройте их для себя