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Porém, não mudou a Sarah ao todo. Continuava com o mesmo gênio. Aceitou uma taça com água do garçom. Não poderia beber, imaginou quebrando aquela taça e enfiando vidro por vidro no rosto da Thaís, principalmente nos olhos e também na língua, depois a deixaria morrer engasgada no seu próprio sangue como um bicho. Pensando bem... Seria bem capaz de a mesma morrer com o seu próprio veneno.

Algumas cobras sempre se picam.

— O jogo mudou não é mesmo? — Thaís provocou. Estava morrendo de alegria por esfregar na cara de Sarah que estava com a Juliette.

Sarah olhou bem para a Thaís, um sorriso sarcástico surgiu em seus lábios.

— Parece que sim, não é mesmo? — Sarah colocou um dedo sobre os lábios, e apertou os olhos. — Mas sabe de uma coisa? Você não tem uma postura de ganhadora. — Depois fez uma careta. — Todo esse teatrinho para me informar que terá uma noite “especial” com a Juliette, só mostra o quanto está insegura.

Thaís também sorriu, mesmo que á sua vontade era de esganar a Sarah.

— Não foi um teatrinho, minha querida. Foi um aviso: Juliette é minha mulher, e você nem deveria estar aqui ciscando os restos.

Sarah passou a mão nos cabelos. Manteve o seu sorriso sarcástico. Não iria demonstrar nada aquela mulher. Se Thaís era uma naja, Sarah poderia ser muito pior.

— Eu gosto dessa sua convicção. — Sarah falou suavemente. — É muito bom. Continue assim, será uma delícia assistir a sua queda perante os meus pés. — Deu um passo para frente como se fosse seguir em uma direção, mas parou ao lado de Thaís, deixando que sua boca ficasse próximo da orelha dela. — Posso ter pedido uma batalha, mas a guerra será intensa, e tenha certeza de uma coisa: Pra você, eu não perco.

Sarah iria saindo quando a Thaís agarrou firmemente o seu braço a obrigando parar. Thaís deu uma risadinha para descontrair o clima. Quem visse, acharia que estaria tendo uma conversa de amiga.
 
— Se eu fosse você, não ficaria tão animadinha assim. Não se sei se lembra, mas a Juliette está com pavor de você por estar carregando esse bastardo. — Thaís falou em tom baixo. — Á cada dia que passa, mais a lacuna entre vocês crescem, juntamente com essa sua barriga. Á cada dia vocês ficam mais distantes. E ficará mais ainda quando a Juliette gritar o meu nome no orgasmo que a darei hoje, enquanto você ficará em seu apartamento dando uma de babá. Quem é que está ganhando nessa história, querida? — Thaís a soltou.

Sarah sentiu a fúria envolver o seu corpo, tornando a sua respiração pesada. Olhou para cima, e respirou algumas vezes para ter calma. Não podia ter raiva assim! Fazia muito mal para o bebê.

Com um ar vitorioso, Thaís abordou o garçom.

— Você poderia buscar uma taça de vinho branco para mim? — Thaís pediu. — Estarei junto da minha namorada. — Apontou para Juliette. — Pode me servir ali, obrigada.

Sarah acompanhou o garçom com o olhar, o seguiu como se não quisesse nada. Como se tivesse admirando o local. Comemoração particular? Thaís era muito ingênua se lhe dissesse isso e não esperasse que ela fizesse alguma coisa para impedir que isso acontecesse.

Ficou olhando uns quadros, e viu o garçom enchendo uma taça de vinho com o vinho branco. Só que o mesmo deixou a bebida em cima da mesa improvisada e foi guardar o vinho na geladeira. Olhando para um lado e para o outro, aparentemente, ninguém estava interessado em olhar para aquele lado. Abriu a sua bolsa e retirou o remédio que tinha comprado na farmácia. O abriu, e correu até a taça.

Despejou todo o líquido transparente na taça, depois o mexeu com o dedo. Guardou o frasco vazio dentro da bolsa, e voltou para a recepção. Aceitou uns canapés. De longe, ficou assistindo a Juliette com a Thaís, estavam tirando fotos. Vez ou outra, os olhares dela com a morena se cruzavam, e Sarah sorria suavemente.

Faz De Conta || Sariette • ADP Where stories live. Discover now