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De volta ao solo pernambucano. Juliette quase chorou quando finalmente o ônibus tinha parado na rodoviária do TIP. Estava esperando o Gilberto, parecia que a Stella compartilhava da mesma agonia. Estava agitada. Tentava se acalmar e também a sua filha. Não demorou muito para que o Gilberto surgisse... Cumprimentaram-se com sorrisos e um rápido abraço. Porém, a recepção maior foi entre pai e filha.

— Nunca mais suma com ela. Nunca mais a afaste de mim. Ouviu bem? Ou eu a caço no inferno! — Gilberto disse sério. Estava abraçando a Stella com muito carinho e saudade.

— Sim. Não se preocupe... Não farei mais isso. — Juliette respondeu um pouco envergonhada. — Você pode ficar com ela essa manhã? Tenho que resolver a minha situação. — Perguntou quando entraram no carro.

— Posso ficar com ela á semana toda, se quiser. — Gilberto sorriu e olhou a sua filha pelo retrovisor. — Ela parece bem maior nessas últimas semanas.

— Sabe que também achei isso?

Os dois sorriram. Stella balançava o chocalho e falava a sua língua estranha. Juliette estava tão nervosa. Não sabia como a Sarah iria recepciona-la, mas torcia para que fosse com um enorme beijo e abraço! Suspirou ao pensar nisso... Todo o seu corpo reagia em ansiedade e também em saudade quando pensava em sua esposa. Sabia que as palavras seriam poucas para se desculpar de sua atitude. Mas estava disposta a passar uma borracha no passado e seguir em frente com a história de amor.

Conversou muito pouco com o Gilberto. Soube através do mesmo que Sarah estava residindo no apartamento. O seu nervosismo não permitia trocar mais do que duas palavras. O Gil entendeu. Ele mesmo ficava assim sempre que tinha uma briga com o Arcrebiano e iria se conciliar. Parou na frente do prédio.

— Obrigada. Á tarde, eu a pego. Ok?

— Por que não amanhã? — Gilberto deu um sorriso cumplice. — Aposto que vocês têm muito que “conversar”.

Juliette riu, não ficou nem um pouco envergonhada. Saltou do carro, abriu a porta traseira e se despediu de sua filha com muitos beijos.

— Depois pego as minhas malas.

— Boa sorte.

Juliette acenou para o Gilberto que partiu com o carro e foi até a portaria. O porteiro a conhecia, e liberou a porta.

— Dona Julie, quanto tempo!

— Algumas semanas, Severino. — Juliette respondeu com um sorriso. — Sabe informar se Sarah está em casa?

— Sim... Ela chegou muito animadinha com... — Severino deu um sorriso amarelo. Já tinha tido muitos problemas com os moradores por sua boca grande, resolveu se calar. — Enfim, pode ir.

Juliette estranhou, mas sua ansiedade para ver a sua esposa foi demais. Subiu no elevador e parou no andar de Sarah. Antes mesmo de descer, se olhou no espelho, apesar das olheiras estava bonita. Respirou fundo na porta antes de ter coragem de tocar na campainha... Tocou muitas vezes antes de escutar um resmungo alto... Sorriu e seu coração se acelerou ao ouvir a voz de sua amada, mesmo sendo um palavrão.

Levantar a cabeça foi uma tarefa muito árdua para Sarah... Parecia que tinha recebido diversas pedradas nas parentais; Pior que o som da campainha não ajudava em nada. Abriu os olhos e quis morrer. Estava tonta, enjoada e também com muita dor de cabeça. Choramingou. Mexeu-se e sentiu um braço possessivo em sua barriga. Era um rapaz. Lembrava-se vagamente dele... No bar, depois na boate e até mesmo em sua própria cama, tinha feito muito sexo com ele. Só não conseguia se lembrar do nome, isso era péssimo. A campainha insistiu. Tirou o braço de si, e se levantou. Fez uma careta, estava dolorido por demais. Vestiu seu robe e foi atender a porta, não se preocupou em lavar o rosto e muito menos pentear o cabelo. Eram oito horas da manhã. Por Deus! O som da campainha estava deixando louca, soltou um palavrão e abriu a porta.

Faz De Conta || Sariette • ADP Where stories live. Discover now