55

2.7K 269 291
                                    


Um plano teve que ser pensado de última hora. Quando foi buscar a Stella, tinha o pensamento de levá-la para o parquinho, mas com a inclusão de Juliette, pensou em outra coisa. Parou em um sinal fechado, e mandou uma mensagem para a sua irmã, mandando-a se arrumar. Iriam para o parque de diversão: Veneza Water Paker.

Pediu também que Carla colocasse um biquíni seu, e da Stella na bolsa. Como tinha um quarto apenas para ela no apartamento, tinha muitas roupinhas da Stella. E sobre a Juliette, compraria um para ela no parque. O menor possível. Estava com vontade de ver aquele corpo bem provocativo.

Olhou para a Stella no retrovisor. Ela estava chupando dedo, com os olhos fixos na sua bolsa bem colorida. Deu um leve sorriso com a cena, depois olhou para Juliette que tinha os olhos na janela.

— Então. Que história é essa de cama? — Sarah perguntou sem rodeios. Não gostava de enrolar nada.

Juliette empalideceu com a pergunta, e mordeu o lábio inferior. Tecnicamente, não tinha porque dar muita explicação para a Sarah, porque estavam “separadas”. Mas escutou o ciúme vibrando na voz de Sarah. Gostava de provocar a onça com vara curta, mas... Não quando estava em um carro com a sua filha presente.

Respirou fundo, e olhou para a Sarah.

— Na casa do Gilberto tem dois quartos apenas. Estou dividindo o quarto com a Thaís, e como a cama é de casal, também.

Sarah apertou com força o volante á ponto dos nós dos seus dedos ficarem brancos. Controlou um ódio misturado com ciúme que queimava dentro de si. A Stella estava no carro, e não era saudável uma criança presenciar brigas.

— Por que... — Sarah começou com a voz alta. Mas olhou para trás e respirou fundo. Diminuiu o som da voz. —... diabo que ela está dormindo com você na mesma cama? E por que você está permitindo isso? Não existe um colchão extra pra ser colocado no chão? Na sala, por exemplo?

Juliette juntou os cabelos e prendeu em um coque mau feito. Estava amando esse ciúme de Sarah, resolveu explorá-lo mais.

O sinal abriu e Sarah colocou o carro para circular.

— Porque ela ou eu iríamos dormir num colchão na sala se tem o calor de uma cama de casal bem aconchegante para nós? — Juliette provocou com um sorriso de lado.

Sarah tremeu. Os pensamentos negativos invadindo a sua mente com uma força impressionante. Estava odiando aquelas imagens que surgiam de acordo com a sua imaginação. O ciúme queimando as suas veias. Estava vendo até um pouco turvo, mas isso não a impediu de acelerar mais um pouco o carro.

— Porque você é uma mulher casada! — Sarah quase gritou, respirando rápido. — E é bem nítido o interesse dela por você.

— Ah, agora eu sou uma mulher casada? Por que antes, eu era uma mulher livre para fazer o que bem entender da minha vida. — Juliette disse ironicamente.

Sarah desviou de um carro, e buscou uma faixa mais tranquila. A faixa de frente ao seu apartamento. Seguindo a avenida, rapidamente chegaria a seu condomínio.

— Você está frescando com a minha cara? É isso? — Sarah esbravejou. Assustando a Juliette. Stella nem ligou, estava traquinando, puxando a bolsa do banco pra cima de si. — Eu não a quero junto dessa mulher. A partir de hoje, você não ficará mais na casa do Gilberto, irá morar comigo no apartamento.
 
Juliette deu uma risada sem humor, mas no fundo... Estava bem quente, quase pegando fogo com esse ciúme de Sarah.

— Não é assim que a banda toca! Estou á duas semanas morando na casa do Gilberto e você nem se deu o trabalho de me convidar para morar em seu apartamento, aliás, nem me queria por perto. Agora que a Thaís surgiu, você quer morar comigo? — Juliette estralou a língua, dando de ombros. — Vá para uma merda que isso não vai acontecer.

Sarah ficou mais irritada. Estacionou o carro na frente do condomínio, faltando um passo pra ser bruscamente. Retirou o cinto e virou-se para olhar bem para Juliette, a sua vontade era de esganá-la.

— Não quer morar comigo por quê? Está interessada naquela ridícula? Está querendo dar pra ela? É isso? Que ser a putinha dela?  — Sarah perguntou com ódio, os olhos ficando avermelhados.

Sarah ficou indignada com as insinuações, e sem pensar duas vezes, esbofeteou a Sarah. A loira foi pega de surpresa, mas nem tanto assim, a morena sempre gostava de batê-la sempre que se sentia ofendida. Juliette soltou o cinto e tentou sair do carro.

— Eu não vou ficar aqui ouvindo esse absurdo!

Antes mesmo que pudesse abrir a porta, Sarah acionou a porta da trave, segurou a Juliette firme pelos cabelos e puxou a cabeça da morena para si. Juliette gemeu mais de prazer pela pegada do que de dor, para não se entregar totalmente, ainda deu umas tapas em Sarah que se esquivou e a puxou mais pra si.

Stella tinha encontrado o seu chocalho, o tinha tirado da bolsa, totalmente alheia ao confronto nos bancos da frente, começou a balança-lo, enquanto ria.

Sarah olhou dentro dos olhos de Juliette... O seu olhar intercalou entre os olhos e a boca avermelhada. O ciúme que a deixava cega era um pouco descontado nos cabelos da morena que fazia questão de segurar com força.  Os olhos de Juliette brilhavam entre a raiva e a luxúria, na posição que se encontrava com a cabeça puxada um pouco para trás e o couro cabeludo doendo muito, qualquer movimento, a pressão em sua cabeça e os puxões de cabelo aumentaria. A loira iria fazer questão disso.
 
O que estava deixando a Juliette louca!

— Se você pensar, imaginar, ousar ou ter qualquer coisa com essa talzinha... — A voz de Sarah era baixa, mas bem aterrorizante. Os olhos não se descolavam. —... Eu quebro a sua cara, depois quebro a cara dela. Ouviu bem!? Não vou ter pena em deformar essa sua linda carinha...

O efeito da ameaça foi devastador para a Juliette... O seu sexo molhou-se e se contraiu, a fazendo gemer baixinho. Isso foi uma deixa para Sarah devorar os lábios da morena em um beijo delicioso.

Juliette agarrou-se em Sarah, agarrando-a pelo pescoço. Sarah soltou a mão dos cabelos da morena, e a agarrou pela cintura, esquecendo-se totalmente que tinha uma criança no recinto. Puxou a morena para o seu colo que foi em um pulo, sem descolar os lábios. As línguas se encontraram em um movimento lento, numa brincadeira bem perigosa que aumentava o desejo entre elas. Sarah sugou a língua da morena para a sua boca e deu uma leve chupadinha, arrancando um gemido abafado de Juliette que cravou as unhas nos braços da loira.

Sarah arrepiou-se, e estremeceu-se de dor. Mas a dor era deliciosa para ela, que soltou a língua da morena e voltou a beijá-la com sede. O ar faltou, e Sarah deslizou a boca pelo queixo da Juliette, dando uma mordida. A morena jogou a cabeça para trás, e gemeu, depois voltou para beijar a orelha de Sarah quando se deparou com um par de olhos castanhos a olhando com interesse e curiosidade.
 
Afastou-se de Sarah em um pulo.

— Criança bem curiosa no recinto. — Murmurou Juliette diante o olhar questionador de Sarah.
 
Sarah olhou para trás, e riu envergonhada. Tinha se esquecido da Stella.

— Moma? — Stella balbuciou a sua segunda palavra.

Juliette e Sarah se entreolharam, e riram abobalhadas, incentivando a Stella que continuasse com o seu vocabulário quase nulo. Mas outras palavras foram surgindo, desviando totalmente a atenção. Juliette sentou novamente em seu banco, e começaram a rir. E Sarah se perdeu no sorriso delas...


Voltei :)

Faz De Conta || Sariette • ADP Où les histoires vivent. Découvrez maintenant