How can I think about

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Esse trabalho consistia basicamente na ideia de um orfanato e abrigo para bruxos que foram afetados com a guerra.

Eu sabia que os feitos dos comensais haviam destruído muitas famílias, então eu tinha planos de criar locais recreativos para essas pessoas terem a oportunidade de se reerguer, e apesar de ter passado tanto tempo, eu ainda queria fazer isso.

Quando estava prestes a me erguer da cadeira para ir buscar um café ao desistir de encarar aquele documento por mais tempo, vejo o moreno de olhos verdes entrar na sala com um sorriso imenso e dois copos de isopor nas mãos e sorrindo para mim ao deixar o mesmo na minha mesa, piscando um dos olhos e deixando uma pasta junto do café.

— Você está acabado. — Ouço o moreno dizer e reviro os olhos, pegando o copo de café e tomando um longo gole, gemendo em satisfação ao sentir o líquido quente descer pela minha garganta.

— Eu não consigo ter uma ideia. — Digo emburrado, fazendo uma expressão frustrada e deixando um bico emburrado em meus lábios, vendo Harry se sentar na minha mesa e sorrir na minha direção, negando com a cabeça.

— O problema é exatamente esse. Você precisa parar de pensar por um tempo se não vai enlouquecer. — O homem diz deixando o próprio copo de café na mesa, inclinando o corpo na minha direção e colocando minha franja para trás, sorrindo gentilmente.

Um detalhe importante sobre minha relação com Harry é que ela evoluiu bastante. Era simples, Harry gostava de dar carinho, era muito carinhoso e tinha uma carência por contato físico com os amigos. E eu, bom, eu estava viciado por todas as sensações que Harry me fazia sentir e, mesmo não tendo muita noção do que era, gostava de sentir.

Então eu dei liberdade total e ele estava se aproveitando disso, o que era incrível.

Harry encarava meu rosto com atenção, analisando cada mísero detalhe e sorrindo ao ver meu rosto ficar corado, me fazendo ter gana de esganar aquele pescoço bonito, mas tento abstrair meu ódio e penso no problema a minha frente.

— Se fosse fácil. Tudo que consigo pensar é isso. Eu preciso só de um caminho, porque com o resto eu me viro. — Digo de forma séria, deitando meu rosto na mesa e em questão de segundos a mão do moreno estava em minha cabeça fazendo um carinho lento.

— Você está preocupado demais com isso. Você pode fazer seu projeto depois que tiver recuperado toda a fortuna da sua família, não precisa correr. — Ouço o mesmo dizer e ergo meus olhos na direção dele, negando com a cabeça antes de me levantar, ficando em frente ao corpo sentado.

— Eu preciso fazer esse projeto. Eu preciso de alguma forma compensar o mundo bruxo pelas coisas horríveis que o meu pai fez. Eu não suporto carregar um nome em que só faz as pessoas lembrarem coisas ruins. Eu só quero que as pessoas vejam o quanto eu me esforço para ser bom mesmo sendo filho de um comensal. — Digo levando a mão até a imensa cicatriz disforme de onde ficava minha marca negra.

Após o fim da guerra, entrei em conflito por não ter ficado em Hogwarts e ter fugido com minha mãe, pois mais uma vez eu havia sido um covarde e fugido dos meus problemas.

Disposto a mudar isso, fiz a prova para auror e passei, mesmo com todas as dificuldades, mas eu não suportava o olhar das pessoas na marca negra em meu braço. Então, no dia em que meu pai havia sido sentenciado a prisão perpétua em Azkaban, decidi que ia mudar de vida.

Bebi um estoque de firewisk e fiz vários cortes na marca, em seguida coloquei um ferro em chamas por cima, vendo a pele arder e se tornar vermelha, criando bolhas quase imediatamente.

Eu sabia que se fosse a um hospital bruxo, eles iriam reconstruir meu braço e lá estaria a marca novamente, então fui a um hospital trouxa. Foi nessa época que meu preconceito com os trouxas caiu por terra, porque eu havia sido tão bem atendido e bem tratado pela equipe que eu decidi conhecer melhor a cultura trouxa.

Não era tão diferente da nossa.

Após 2 meses de tratamento, minha pele estava curada, mas estava com uma terrível cicatriz que deixava a marca negra irreconhecível. Isso me causou alívio, e era só isso que me importava.

As pessoas continuariam achando que eu era um comensal, mas eu aprendi que não se pode controlar o pensamento dos outros, então não fazia questão de nada, mas eu ainda sentia que devia de alguma forma compensar o mundo bruxo pelas coisas horríveis que o meu pai fez.

— Nada do que seu pai foi culpa sua. Você era só uma criança Draco. — Ouço Harry e dizer e sorrio, sentindo o mesmo segurar meu braço e fazer um delicado carinho na pele cicatrizada.

— Eu sei, mas eu sou um homem adulto agora. Nada vai me impedir de limpar o nome Malfoy. — Digo de forma determinada, vendo o sorriso bonito nascer nos lábios de Harry, causando um estranho formigamento nas pontas dos meus dedos.

— O nome Malfoy não está sujo. É um nome bonito, representa uma grande família bruxa. Seu pai está com o nome sujo, mas ninguém aqui liga para ele. Não se prenda aos erros dele, faça esse projeto por você. Porque você quer fazer bom, não porque quer compensar algum erro de algum parente. — O moreno diz de forma calma, mantendo o carinho em meu braço e sorrindo ao final da fala, fazendo o formigamento em meus dedos subir e eu sentir uma leva dormência nas pernas.

Merlin, eu preciso controlar essas sensações.

— Você tem razão. Eu vou me acalmar. Mas eu ainda preciso ter uma ideia rápida. — Digo com um bico emburrado nos lábios, vendo Harry rir e apertar ambos os lados do meu rosto.

— Você não pode ser fofo no trabalho, a gente combinou. — Harry diz de forma indignada.

— Não faço ideia do que você está falando. — Digo rindo baixinho.

— De novo vocês estão nessa? Por que não se beijam logo? — Me afasto das mãos de Harry ao ouvir a voz de Ron invadir o escritório, vendo o homem com um sorriso malicioso nos lábios.

— Você vê maldade em tudo. — Harry diz descendo da mesa e indo na direção do ruivo sem tirar o sorriso do rosto.

— Não é só porque você é pai de família que precisa esquecer da vida sexual Harry. Draco é bonitinho, dá uma chance. — Rony diz dando de ombros, sorrindo malicioso na minha direção.

— Nós somos só amigos. — Harry fala como se fosse a maior explicação do mundo.

— Eu e Hermione também fomos só amigos um dia. — Rony rebate erguendo ambas as sobrancelhas.

— Não é a mesma coisa. — Harry diz com um biquinho.

— Eu estou ouvindo vocês dois. — Digo de forma indignada, jogando uma bolinha de papel em Rony

— É para ouvir. Se você for esperar uma iniciativa do Harry você vai mofar. A Gina teve que agarrar ele depois do jogo de quadribol, ela puxou ele com uma mão e a outra ainda estava segurando a vassoura dela. — Rony diz entre risadas, sendo atacado por várias bolinhas de papel vindas de Harry.

— Cala a boca Rony. — Harry diz de forma brava.

— Por que? É verdade. E a Cho? A pobre coitada precisou pedir um visgo para sala precisa. — Rony continuou fugindo dos ataques de Harry com graça.

Mas minha mente havia desligado em certo momento e estava focada em outra coisa, pensando os prós e contras e analisando ambas as coisas com atenção.

— Pelo menos eu não fiquei meses atracado com Lila Brown por medo de terminar com a garota. — Harry diz de forma debochada e Rony fecha a expressão.

— Mais respeito, eu fui o primeiro amor dela. — Rony diz de forma séria e Harry começa a rir.

— Eu fui o primeiro amor da Gina e tivemos um término amigável, qual o seu ponto? — Harry diz de forma risonha, fazendo Rony revirar os olhos.

— Eu vou te mostrar o ponto agora. — Rony diz indo na direção de Harry com o punho fechado, mesmo mantendo a expressão séria, dava para ver que era uma brincadeira.

— Vassouras. — Digo de forma alta.

— Vassouras? — Rony pergunta de forma curiosa, mas Harry me encara com uma expressão de dúvida antes de entender o olhar em meu rosto, sorrindo de forma ampla, vindo até mim com um sorriso orgulhoso e acenando em concordância.

— Vassouras.

Where have you been - DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora