Capítulo 6

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Cindy pensou em se desvencilhar de Steve, mas aquele cheirinho bom dele a impediu. Ela também se sentiu satisfeita ao ver Sally e Dina emburradas. A cada dia ficava mais próxima de Steve e não percebia que já estava interessada nele. Eles se sentaram nos bancos individuais em frente ao balcão e pediram um lanche.

⸺Deixe que eu pago o meu. –Cindy avisou. Steve apenas revirou os olhos, piscou pro garçom e lhe deu um maço de dinheiro. ⸺Steve!

⸺Ah, Cindy, se somos namorados mesmo que de mentira, temos que agir como tal. Se eu estivesse te namorando, pagaria a conta do nosso encontro. –Cindy sentiu seu coração acelerar. E de repente sentiu que queria que aquilo fosse real. Não conteve o sorriso. Steve endireitou os ombros, tentando se recompor e evitou olhar para aquela menina. Tentou se concentrar no hambúrguer e no refrigerante. Falhou em evitar o nervosismo. Toda hora engolia em seco. Bebeu o refrigerante para aliviar a sensação. Cindy tentava controlar o riso. Se compadeceu do rapaz e segurou a sua mão livre. Steve se resetou no banco.

⸺Ora, não precisamos fingir? –ela piscou. Ele apertou a mão dela e sorriu.

Sem perceber eram a atração do local. Cochichos e mais cochichos. No entanto, os dois só prestavam atenção neles mesmos. Até que Steve começou a notar um garçom guardando um pedaço de papel amassado no bolso. Apontou de forma sutil a Cindy que logo ficou séria. Ele o seguiram com os olhos. O rapaz foi para a parte de trás da lanchonete e nem um minuto depois, Carter saiu.

⸺Esse rapaz trabalha aqui na lanchonete? –Cindy perguntou à garçonete que limpava o balcão.

⸺Quem? Esse que saiu? Rodriguez? Não, tem umas duas semanas. Por quê? –ela parou de limpar.

⸺Não, por nada, é que nunca o tinha visto por aqui. Ele me lembra um amigo de infância. –mentiu.

⸺Ah, sim. Ele é diferentão, com essas tranças e piercings, mas é gente boa. Passou por maus bocados com a família, está tentando recomeçar.

⸺Maus bocados?

⸺Sim, pais viciados, dívidas, irmão preso... Complicado. Ops, não deveria estar fofocando. –bateu na boca. Cindy apenas sorriu, Conseguiu bem mais informação que esperava. A garçonete tinha um pequeno crachá que dizia Kelly. Ela parecia bem íntima de Rodriguez. Os dois conversavam bastante. Carter não voltou. Depois de uns quinze minutos os outros jovens saíram.

Quando Cindy fez menção de sair, Kelly comentou com o amigo que Cindy o achava parecido com um colega de infância. Ele fez uma cara de dúvida, e deu um meio sorriso pensativo.

⸺Você também me lembra alguém. –ele coçou o queixo. Cindy ficou meio constrangida, mas Steve apertou seu ombro incentivando-a. ⸺Acho que já entreguei lanche na empresa do seu pai. –Cindy congelou. Ela não se lembrava. ⸺Senhor Tunner. Me lembro porque ele me deu uma boa gorjeta e foi bem simpático. Isso não acontece todos os dias. –brincou. A loira ficou feliz em saber sobre isso.

⸺É, meu sogro é bem gente boa. Prazer em conhecê—los, Rodriguez e Kelly. –disse Steve. Cindy corou ao ouvir "sogro."

⸺Podem me chamar de Drake. O prazer é meu, a gente se vê por aí.

⸺Com certeza. Até! –se despediram.

Drake parecia ser um bom rapaz para ser um traficante. Porém, não poderiam julgar sem provas. E infelizmente, as pessoas se vêem encurraladas e fazem más escolhas, seguem o caminho mais fácil ou conveniente.

⸺Quer ensaiar para a peça lá em casa? –perguntou Steve. Cindy foi pega de surpresa. ⸺Cindy, você tem que parar de corar com toda frase que eu digo. –riu.

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