31 - A décima segunda badalada

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Coloco a máscara dourada antes de sair da limusine, de mãos dadas com o meu irmão

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Coloco a máscara dourada antes de sair da limusine, de mãos dadas com o meu irmão.

Câmeras e olhares curiosos são apontados para nós, acompanhados de perguntas inaudíveis, pelo embaralhar das palavras despejadas de uma só vez.

— Você tá legal? — Fred cochicha, sem tirar os olhos do caminho, enquanto subimos a escadaria principal.

Não sou capaz de responder, preciso concentrar e canalizar os meus sentidos a não cair.

Com a mão livre, ergo a saia do vestido na intenção de não tropeçar na barra. Um degrau após o outro. Ignore os flashes, ignore os flashes. Não dá. Guardas estão nos arredores, contendo os jornalistas, mas o oscilar das luzes dá um certo desespero, desloca um pensamento do outro. Tudo o que eu sei é que o reino ansiou por esse dia, ansiou conhecer o príncipe, e eu estou aqui para descobrir quem é o fantasma ou o que tem tentado me dizer.

Piora depois que sou anunciada na entrada do salão dourado, me torno a atração principal e o alvo de olhares difíceis de decifrar.

Gosto do som da música tocada pelos violinistas, mas nem isso faz com que eu me sinta melhor.
Qualquer um no meu lugar estaria deslumbrado por causa dos convidados bem vestidos entre taças de cristais, joias caras e o papear com palavras rebuscadas. Nada disso me impressiona. Meus sentidos me elucidam, clareando as circunstâncias como realmente são e tudo o que eu consigo ver são sorrisos fajutos. Eu sou um deles.

Como presumi e como mais temi, Rosana não desgrudou de mim pela primeira hora. Me fez cumprimentar duques, condes e barões de outros reinos. Além dos ministros de Verena, que eu já estava acostumada.

Chequei meu celular a cada cinco minutos para ver se eu recebi alguma mensagem do fantasma, alguma pista, ou um sinal de que estava por perto, no entanto, Rosana percebeu a minha obsessão pelo aparelho e o tirou de mim.

— Querida, gostaria de apresentar formalmente o rei Lorran e a rainha Kendra de Rovena. — Ela me põe em frente a um homem e a uma mulher de sorrisos amistosos. — E, essa é a filha deles. — Se refere a uma garota de mais ou menos a minha idade.

Ela é tão bonita quanto a mãe. A pele âmbar realça os fios pretos, lisos e longos, que caem como uma cascata pelas costas do vestido dourado. A jovem tem um sorriso marcante, os olhos pequenos amendoados de íris acastanhadas, que trazem o mesmo ar de gentileza dos pais.

— Princesa Elinor de Rovena a seu dispor. — Ela diz amigável, fazendo uma breve reverência.

Detesto reverências, especialmente fazer reverências, mas receber um sorriso ao invés de um nariz empinado me faz ceder um pouco.

— É um grande prazer conhecê-los. — Digo, curvando os lábios com esforço, arrumando a minha postura em seguida.

— Lady Isla, devo dizer que a senhorita é ainda mais bela pessoalmente. — A rainha Kendra elogia em um sorriso abrangente. — Elinor e muitas garotas do nosso reino são encantadas com as suas vestimentas e claro, as botas.

Onde se Escondem as Causas Perdidas - 01Onde as histórias ganham vida. Descobre agora