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S/n, que acabou de completar seus vinte e um anos, está naquela fase em que saímos da adolescência e passamos a encarar a vida adulta

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S/n, que acabou de completar seus vinte e um anos, está naquela fase em que saímos da adolescência e passamos a encarar a vida adulta. Como um ser humano qualquer, ela estava assustada. Saber lidar com dinheiro, cartão de crédito, economizar quando você só quer curtir um sábado à noite com seus amigos e o pior, terminar a faculdade. Essas são coisas que assustam os recém-adultos.

O medo do desemprego é frequente em sua vida, já que S/n não tem certeza se ama aquilo que cursa e se suportará atuar em sua área. Como todo bom adolescente perdido e apaixonado por leitura e história, encontrou no curso de direito uma desculpa para ler mais. Mas ler livros sobre leis a entediava.

No entanto, ela estava na reta final, e como já havia chegado tão longe, desistir não estava em seus planos. S/n estagiava em um escritório que era mais ou menos o que ela queria, curtia os assuntos que lhe eram passados e devorava cada petição com amor. Porém o tchan, aquela faísca que nos mantém vivo, essa, ela nunca encontrou em seu curso.

Caros leitores, talvez S/n se quer tenha notado, mas ela amava aquilo e apenas inventava desculpas para não escolher entre ser ou não ser.

E em mais um de seus dias atarefados, onde S/n corre pela cidade para cumprir com seus compromissos dentro do horário, ela acaba sofrendo um acidente. Ao atravessar, digo e grifo, na faixa, com o sinal vermelho para os carros. A jovem garota se choca contra uma moto, que vinha em alta velocidade.

Para ela, foi algo bruto, que lhe lançou ao chão, rasgando seu joelho esquerdo. Mas para ele, foi como atropelar cachorro morto, apenas uma lombada.

O homem parou sua moto, retirou seu capacete da cabeça e limpou uma sujeira imaginaria em seu ombro. Era visão perfeita do diabo, com um conjunto de couro que roubava todo o brilho do sol, os cabelos negros de Madara esvoaçavam à medida que o vento batia nele.

Ele limpou a garganta e procurou sua voz mais grave para lançar suas futuras palavras, havia pessoas se acumulando ao redor do ocorrido e ele não estava nem um pouco a fim de aparecer em capas de tabloides.

— Mas que porra você estava fazendo no caminho? — A voz grave reverberou entre os demais, mantendo todos longe, mas a garota estava muito irritada para abaixar a cabeça diante do brutamontes que lhe atropelou.

— Você é cego ou que? Não está vendo o sinal vermelho! — Ela esbravejou e isso provocou um sorriso ladino no homem. Ele desceu de sua moto e caminhou até ela, estendeu sua mão, mas ela negou. Lhe oferecendo um olhar de pura fúria geminiana.

— Você está bem? — O guarda local a levanta com cuidado. — E o senhor vai levar carteirada por isso! — Diz pegando seu bloco e anotando a placa.

— Aí! — Ela leva sua mão ao joelho, revelando sua ferida no local. Madara tenta ignorar, mas uma leve pontada de culpa chuta em sua consciência. No entanto, ele não move um dedo para ajuda-la, apenas continua a encarando.

O acordo.Where stories live. Discover now