CHAPITRE TROIS

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°PHILLIP MAXWELL

Coloquei as mãos na cintura e respirei fundo antes de voltar a minha corrida.

Desde cedo aprendi a me virar, a vida não é fácil, você precisa aprender a dar o seu melhor em tudo e achar que pode fazer mais...

Sempre fui rodeado de muito amor, carinho e atenção. Sei que parte disso aconteceu porquê fui resgatado, minha mãe era uma viciada que vivia acabando com nosso dinheiro em apostas e meu pai um alcoólatra qualquer que me batia sempre que algo em sua vida dava errado, ou certo, tudo era motivo para me bater.

Quando completei 6 anos, no mesmo dia, meu pai bateu tanto na minha mãe que ela não resistiu. Ele ficou louco, logo depois me agrediu, e se matou. São imagens que rodaram a minha mente por muito tempo, seus gritos, o rosto totalmente diferente e a fúria do meu pai, eu encontrei o seu corpo enforcado no quarto deles. Pouco tempo depois Melissa Bellnero e Vicent Maxwell me adotaram e me ajudaram, eu nunca tive ou senti nenhum tipo de amor como deles, fiz tratamento com psicólogos para superar o trauma e, bom... aqui estou eu, Phillip Bellnero Maxwell, construindo o meu império.

Eu gosto de ter controle de tudo, sei que assim as coisas dão certo. Anthony e Matthew são meus primos, trabalham comigo na empresa, mas claro, conquistaram as suas. Tenho uma irmã, Mariana, de 15 anos, ela é... difícil, assim como todos os adolescentes. E eu... a pessoa do passado fodido, com 29 anos, empresas espalhadas pelo mundo, mulheres sempre que quero, ficando cada vez mais rico e assim quero permanecer.

Nova York, 5:45 a.m

Sinto o suor na minha testa e minha respiração ficando cada vez mais ofegante, aumento a velocidade e paro chegando ao meu limite.

Correr pela manhã é uma das coisas que mais gosto, o céu hoje está nublado, nunca consigo dormir bem, e isso não é motivo para me parar, corrida me ajuda a pensar, sempre lembro a minha história, para saber que estou aqui por dedicação e foco, não por pena.

Chego em minha casa passando pelo portão principal, depois disso entro no elevador apertando no botão do último andar e vou retirando os tênis de corrida. Olho no relógio e são 7:18, posso muito bem fazer tudo com calma para ir até o escritório. Está tudo indo bem por lá, menos meu secretário particular, e com o dos meninos. Nós precisamos de pessoas dedicadas ao trabalho, que dêem o seu melhor, eu sei que pagamos muito bem e muito mais para isso, Sarah é minha secretária, contratei há cinco anos atrás, muito competente e profissional, mas preciso de uma pessoa para me seguir.

Ao entrar na minha casa subo as escadas em direção do meu quarto, jogo o tênis perto da porta e vou para a grande parede de vidro, a vidraça cobria do chão até o teto perto da minha cama, passei por ela e fui apreciar a vista daqui de cima, a sensação é surpreendente e satisfatória, vejo os carros e pessoas andando de um lado para o outro, com medo de se atrasarem. Não imaginam o quanto é prazeroso saber que as pessoas fazem de tudo para te agradar e fazer seu trabalho impecável com medo de não ser bom o suficiente. Não sofro com isso. Sou bom em tudo que faço.

Tomei um banho gelado e fui ao closet vestir meu terno preto, ajeitei a gravata em meu pescoço e desci. Não tomaria café em casa hoje. Na garagem passei os dedos entre as chaves, sorri ao ver a da minha Range Rover preta. Esse carro é minha paixão! Saí da garagem em direção da empresa, parei no meio do caminho tomando café no Marinny's e li um livro.

Mariana gosta muito de ler, e às vezes aparece com livros muito interessantes. Ela me mostrou "Dom Casmurro" de um autor brasileiro, Machado de Assis, ouvi falar muito sobre ele e estou lendo, Capitu é realmente uma fingida e interesseira. Ao olhar no relógio vi que estava alguns minutos atrasados, sorri travesso, nada que um nervosismo não faça. Ao entra na empresa meu celular notificou. Era Victoria, minha amiga e foda fixa.

Até Que Sejamos Um - Livro 1.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora