Capítulo 16 - Quiero

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Capítulo Especial AyA Day - 1° de agosto de 2021

"Porque tienes miedo de sentir, porque eres alérgico a soñar y perdimos color, porque eres alérgico el amor"

"Despiértate, absurda, no sigas a oscuras. Él nunca te quiso, él solo te hizo probar la locura"

"¿Quién de mí te habrá curado? Y embriagado de anestesia, como si tuvieras amnesia"


POV Miguel

Perdido em meio a pensamentos, imaginando tudo que eu queria jogar na cara da minha querida sogra, acariciei os cabelos de Mia novamente ao ouvi-la choramingar mais uma vez naquela noite. Suspirei fundo, frustrado por não conseguir dar a ela a noite de sono tranquilo que merecia após o dia conturbado. Embora ela não parasse de se remexer e resmungar, parecia se acalmar com meus carinhos e palavras sussurradas como se pudesse me ouvir mesmo adormecida, e por isso me mantive acordado na tentativa de puxá-la para longe toda vez que um novo pesadelo chegasse. Vislumbrei o relógio digital em cima da mesa de cabeceira, sendo o responsável pela única luminosidade presente no quarto, que marcava 4:15 da madrugada, meus olhos estavam pesados de sono, o peso do dia anterior também cobrando o seu preço sobre o meu corpo. Na tentativa de diminuir um pouco a tensão muscular que contraia os meus ombros, me acomodei melhor na cama, deitando no travesseiro e puxando o corpo adormecido de Mia para o meu peito, a abraçando forte e fechando os olhos por alguns segundos, ao menos assim foi o que pareceu.

Sem conseguir conter o cansaço que eu sentia, acabei adormecendo agarrado a minha namorada e sonhei com nossas férias em Cancún, na ilha do amor eterno. Mia sorria lindamente, gargalhava me jogando água na beira do mar e se esquivando quando eu tentava pegá-la. O sonho era tão real que eu podia sentir o sol quente aquecendo a minha pele e fazendo o suor brotar no meu corpo. De repente o calor começou a ficar muito forte, desconfortável, o sol não apenas aquecendo, mas queimando o local onde incidia. Estava tão quente que dava a impressão de eu estar perto dele, perto demais, grudado para ser mais exato. Acordei assustado, e para o meu espanto, a sensação de calor não cessou. Abri os olhos e entendi o porquê do sonho, eu literalmente estava grudado com a fonte que irradiava calor naquele quarto, mas não era o sol, e sim, minha namorada que queimava em febre nos meus braços.

Me sentei na cama preocupado e toquei a testa quente de Mia com os cabelos grudados de suor, constatando aquilo que mais temia, o banho de chuva já começava a cobrar suas consequências, como se todos os acontecimentos do dia anterior não tivessem sido o suficiente. "Obrigado universo!", exclamei irônico revirando os olhos e já levantando da cama em busca de termômetro e um antitérmico para controlar sua temperatura.

Liguei o abajur para me ajudar na busca, mas não obtive sucesso, revirei todo o meu quarto e banheiro sem achar a porra de um paracetamol que fosse. Sem mais alternativas, bati na porta do quarto da minha mãe.

-O que foi, meu filho? - Abriu a porta assustada, ainda fechando o roupão que jogou por cima do pijama e me olhou preocupada.

-Desculpa te acordar mãe, mas Mia tá ardendo em febre, não achei remédio nem termômetro... - Expliquei preocupado, passando a mão entre os meus cabelos pelo nervosismo.

-Não precisa pedir desculpa, sua caixa de medicamentos tá aqui, eu peguei semana passada porque Lolly estava com dor de cabeça e esqueci de colocar no lugar. - Disse entrando no quarto e retornando com um termômetro digital e uma cartela de dipirona em mãos. - Vai medindo a temperatura dela, enquanto eu busco água pra darmos o remédio. - Orientou.

A esperada primeira vez  de Mia e Miguel - MyMOnde as histórias ganham vida. Descobre agora