Capítulo bônus - Como é bom amar (por Lila)

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Vocês são incríveis e já chegamos nas trinta estrelas no último capítulo! Ou seja, hora do bônusss! Espero que Lila possa se justificar um pouquinho!! E, pra quem gostar dela, já tem mais um capítulo bônus programado narrado por ela em breve!!

Obrigada pelo carinho de sempre.

Espero que vocês gostem!

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Desnorteada com o rumo de minha conversa com Amanda, desci correndo as escadas e bati na porta de Gustavo. Quem abriu foi Eduardo. Ele ficou me olhando, esperando eu dizer alguma coisa, mas eu não conseguia dizer nada. Eu mal conseguia segurar minhas lágrimas e começava a senti-las se aglomerando no canto dos meus olhos.

― Gustavo está no banho – Eduardo finalmente disse, encostando-se a porta e me dando espaço para entrar no quarto.

Eu assenti, caminhando cabisbaixa para sentar na cama. Eduardo fechou a porta atrás de si e continuou me olhando, inclinando a cabeça para o lado como se buscasse entender o que estava acontecendo. Como um cachorrinho fofo.

― Você quer conversar? – ele perguntou, ainda me encarando da porta. – Alguma coisa aconteceu?

― Nã-ão – minha voz falhou. – Está tudo ótimo.

Eu não sei o que tem naqueles olhos dele. Eu não sei se é o tom da cor, eu não sei se é a maneira como ele os espreme, tentando decifrar, eu não sei se são os longos cílios ruivos que contrastam com o verde. Eu só sei que tem ALGUMA COISA que funciona quase como um soro da verdade.

Ele fazia isso toda vez que queria saber alguma coisa sobre a Amanda. Da primeira vez, respondi as perguntas sem nem questionar nada. Nas seguintes, quando eu começava a questionar, ele usava seu olhar letal e quando eu me dava conta, já estava contando tudo que ele queria saber. Não que eu tivesse muita coisa para falar, nem que suas perguntas fossem, realmente, muito invasivas. Porém, se ele queria saber algo sobre Amanda, por que não perguntava para ela?

― Eu acho que ela me odeia, Lila – ele dizia, dando de ombros.

― Ora, por que ela odiaria? Que ideia.

Aí ele saía discorrendo sobre momentos desagradáveis dos dois, onde eles discutiram sobre alguma idiotice relacionada a quebrar copos e eu ficava olhando para cara dele, tentando entender como um menino tão inteligente podia ser tão burro. Era óbvio que ele gostava dela. E o que ele não sabia era que aquela era a maneira da Amanda se defender quando não entendia o que estava acontecendo com ela.

E toda vez que ela não entendia o que estava acontecendo com ela, significava que ela estava ficando apaixonada.

Sim, ela tem um dedo podre. Talvez ela tenha uma mão inteira podre. Porém, acho que o mais podre de tudo é sua insistência em se autossabotar. Claro, foram experiências ruins no passado, mas hoje seu medo é tão grande de se frustrar novamente que ela se defende antes mesmo de entender o que está sentindo. E esse é um dos motivos pelos quais ela continua escolhendo os caras errados...

Porque os caras errados não tentam cavar um caminho para seu coração. Tentam traçar o caminho mais rápido para sua cama. Porque os caras errados não passavam pelas etapas normais de um relacionamento, mas focavam em conquistar seu físico, para que seu mental não questionasse muita coisa. Preferencialmente nada.

E os caras que tinham real potencial para ser caras certos? Amanda fechava a porta na cara deles. Os caras que tinham potencial para ser caras certos seguem os passos de um relacionamento normal e isso significa que Amanda tem tempo suficiente para deixar sua mente doentia agir e se autossabotar. Quase como se soasse um grande alerta vermelho de “opa, tem um cara interessado, ele vai ferrar com minha vida de novo, melhor eu chutar ele para fora”. Como ela faz com Eduardo.

Acampamento de Inverno para Músicos (nem tão) TalentososWhere stories live. Discover now