42 - "Porra Lili, que cara é essa?"

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Eu nunca pensei que um mal estar me faria chegar tão rápido ao banheiro como eu cheguei. Subi as décadas tão rápido que podia ter tropeçado e quebrado no mínimo o pescoço, mas obviamente eu não estaria aqui agora contra a história caso isso tivesse acontecido.

Eu mal me agachei sobre o vaso sanitário e botei para fora todo o lanche que havia comido na lanchonete do campus, isso por pura teimosia minha de colocar cheddar no hambúrguer, esse caralho nunca me faz bem.

E sim, não tenho duvudas que isso seja apenas pelo lanche que comi, diferente de Camila que insinuou uma... meu Deus, uma gravidez.

Imagina só, eu com dezoito anos, no primeiro ano da faculdade, em um relacionamento que mal começou e grávida.

Sinto vontade de vomitar de novo só de pensar em ter minha vida virada de cabeça para baixo dessa forma. Não quero me martirizar por uma coisa assim, mas sem dúvidas agora e nem tão cedo é hora para um bebê.

Cole entra no banheiro e se põe ao meu lado, seus olhos estão transbordando medo e preocupação. Ele coloca meu cabelo para trás o prendendo como um rabo de cavalo em sua mão.

  - Você tá bem? - Pergunta aproximando seu rosto. - Quer dizer, se sente melhor?

  - Sim, um pouco. - Digo sentando no chão de frente ao vaso. Ele faz o mesmo. - Não posso comer cheddar, sempre acaba nisso.

  - Acho que vou comprar uma água de coco para você e algum remédio para...

  - Não precisa, eu estou bem.

  - Mas você pode piorar e também a Camila falou que você... se você... - Ele gagueja me fazendo olhar para ele. - Você acha que...

  - Não, Cole. Eu não estou grávida, tá bem? - sinto alívio em seu rosto. - Acho que nem teria como. Usamos camisinha e quando não, eu tomo o remédio, sabe disso. - Ele me olha como quem quer fazer uma pergunta, e eu sei qual. - Não, eu não esqueci nenhuma vez.

  - Tá legal, então. - Ele fica de pé e me ajuda a fazer o mesmo. - Vou na farmácia, precisamos tirar qualquer dúvida que possa existir.

  - Cole...

  - Não custa nada né? - Ele me corta.

  - Tá, tá bem.

Confesso que no fundo também sinto a dúvida martelar dentro de mim, então deixo que ele compre um teste.

Mais tarde, no meu quarto após estudar para uma de minhas provas, tomo um banho e deito na cama para descansar. Acabei indo ao banheiro mais duas vezes, e mal comi alguma coisa desde então, exceto pela água de coco que Cole me trouxe e da panqueca sem recheio que Camila fez.

O teste? deixei isso para depois.

Dois toc's na porta me faz se deitar de forma mais comportada na cama e então peço que a pessoa entre, no caso, Camila.

  - Oi, vim encher seu saco. - Ela diz vindo até mim sorridente.

  - Claro que veio. - rio.

  - Se sente melhor? Já sabe se vai me dar uma sobrinho? ela ri. - ou sobrinha?

  - Para com isso, Camila. Eu não estou grávida, eu não sou louca a esse ponto. - Ela assente. - E sim, eu estou melhor.

  - Que bom, pelas duas coisas então.

  - E você, você está? Nem imagino pelo que é passar por uma divórcio de pais, deve ser péssimo.

𝐒𝐇𝐔𝐓 𝐔𝐏, 𝐅𝐔𝐂𝐊 𝐌𝐄.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora