Capítulo 13.

1.1K 117 92
                                    

— Pelo seu sorriso, a noite foi ótima. — Hermione me surpreendeu, enquanto eu tentava entrar de fininho em casa.

— Não esperava que você tivesse aqui na sala. — falei, fechando a porta e indo até a cozinha.

— Estava te esperando, você vai me contar como foi? Vocês passaram muito tempo juntos. Vocês ficaram, não é?

— Ficamos, e foi ótimo, Hermi. — falei sorrindo bobo, enquanto enchia um copo com água.

— Você descobriu alguma coisa sobre o bar? Sobre o Artur? Você vai aproveitar essa oportunidade, não é? Matar as suas dúvidas.

— Eu não posso fazer isso com ele, no começo foi pelo Artur, agora não é mais.

— E por que é agora? — a morena franziu a testa e se aproximou. — Eu sei que você está curtindo ele, mas não sabia que estava mergulhando tão fundo. Todo mundo sabe que você é apaixonada pelo Artur.

Todo mundo quem? Eu, você e o Will? E vocês nem sabem tanto assim, então tecnicamente eu posso mentir e dizer que não estou apaixonada pelo Artur. Eu sempre menti para mim mesma em relação a várias coisas, mentir sobre isso não ia fazer mal, me enganar, me auto-sabotar, ele não está aqui para alimentar esse amor, o que torna tudo mais fácil.

— Talvez não seja paixão, só um lance. — sorri de canto e ela me olhou, ela me conhecia demais para saber que eu estava mentido, Artur tinha o meu coração inteiro, por mais que Vitor estivesse conquistando ele aos pouquinhos. — Ei, por que você sumiu ontem pela manhã?

— Fui ao médico. — engoliu seco e deu de ombros.

— Para saber sobre o bebê? — era um assunto que a gente não tocava muito, desde que ela preferiu fingir que a gravidez não existia.

— Não, sobre mim. Meus exames não estão muito legais, eu preciso fazer um pequeno tratamento antes de aborto.

— Você vai abortar, Hermi? — suspirei, era uma escolha que me incomodava, mas era o seu corpo, o seu bebê, mesmo que eu nunca tenha pensado em ser mãe, deve ser legal ter alguém pequenininho para amar, cuidar e proteger.

— Vou, Chloe. Eu estou prestes a me formar, juntando uma grana para abrir a minha confeitaria, é um obstáculo, não preciso disso agora.

— Espero que fique tudo bem, que seus exames saiam legais daqui a um tempo. Você sabe o que penso sobre isso, mas eu te apoio. — toquei a mão dela e sorri, eu não ia abandoná-la só porque pensamos diferentes, tomamos escolhas diferentes. — E sobre o cara, o pai, você sabe. Já conseguiu descobrir quem é?

— Não, mas não é o Caio, não precisa se preocupar. — ela debochou.

— Pouco me importo se meu irmão é o pai ou não, só quero saber se você decifrou a charada.

— Acho que é um cara que eu fiquei naquele bar, eu nem tenho o número dele, é irrelevante. — ela riu. — E daqui a algumas semanas esse assunto vai morrer, eu nunca estive grávida.

— Tudo bem, então. Vou tomar um banho, e em falar em gravidez, preciso do número da sua ginecologista, minha menstruação anda mega desregulada.

— Você não fez o preventivo depois que deu, não foi?

— Não, eu não fiz. Eu sei que você avisou, a minha mãe também sempre disse isso, mas como ela estar sem falar comigo, não posso falar sobre isso com ela.

— Eu te envio o número ou vou com você. Usou camisinha essa noite, não foi? Não queremos outro bebê indesejado por aqui.

Até que um bebê com o rostinho do Vitor seria fofinho, principalmente se ele herdasse as suas covinhas. Baby Traynor Cooper. Preciso parar de pensar essas coisas para não pagar com a língua depois de dizer que nunca pensei em ser mãe.

Meu Inesquecível Vizinho Onde as histórias ganham vida. Descobre agora