Capítulo 11.

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— Eu não devia ter te dito isso. — levei a mão até o rosto e suspirei.

— O quê? Que o Artur tem um irmão morto ou que os pais dele estão se divorciando? — Hermione riu. — Você deixa de me dizer várias coisas, nunca pensei que a sua vida fosse tão interessante, até o cara gato correu atrás de um paparazzi por você.

— É por isso que eu não te falo as coisas! Promete guardar segredo? — fiz beicinho enquanto a encarava.

— Eu não preciso espalhar isso para as pessoas, Chloe. Me poupe. — revirou os olhos e continuou a passar o pincel com blush nas minhas têmporas. — Você está curtindo ele?

— Quem? O cara do bar?

— Não, o Papai Noel. Claro que é o dono do bar!

— Não sei... quer dizer, estou gostando de passar um tempo com ele, é diferente.

— Diferente como? Do jeito que você vai tirar o nosso ex vizinho misterioso e transante da cabeça? — ela abriu um largo sorriso, bem irônico por sinal.

— Ah, Hermi... — suspirei. — Ele é o tipo de pessoa que está na cara que vai te mostrar o lado diferente é bom da vida, sem problemas, sabe? O Artur é o oposto, ele é o problema, um mundo cheio de luxúria... acho que é da natureza humana curtir o mais difícil.

— Você gosta mesmo de se foder, hein. Está pronta, olha. — ela me entregou o espelho e observei os detalhes da maquiagem leve.

— Você é a melhor, eu já disse isso hoje? — levantei rapidamente e a abracei.

— Ele vem te buscar? — a morena sentou-se na cama e observou trocar de roupa.

— Ele vem, falou que ia me fazer uma surpresa.

— Eu achei ele empolgado. Mais empolgado que o Ben.

O Ben. Nossa, há quanto tempo esse nome não passa pela minha cabeça? Por alguns segundos lembrei dos nossos momentos juntos, momentos especiais e marcantes, pelo menos para mim, sim. O cheiro do perfume dele ainda era recordável, forte e marcante, aconchegante, me fazia lembrar prazer, felicidade. Foram bons momentos com o Ben. Acho que em meio a tudo o que me aconteceu, ele foi a única pessoa que não me decepcionou.

— No que está pensando? Em qual dos seus caras? — Hermione debochou.

— No Ben, ele sumiu, não foi? — sorri de canto e peguei o celular para fuçar o Instagram dele.

— Ele não sumiu, você que parou de se importar. — minha amiga de levantou da cama e o som da buzina vindo lá de fora, uma chamada de Vitor interrompia o meu momento stalker. — Acho que é o seu príncipe encantado.

Ignorei a chamada e peguei a bolsa, enviei uma mensagem avisando que já estava descendo e continuei a busca por notícias da minha paixonite de uma festa e uns dias.

— Boa sorte, só se apaixone se ele te levar para Paris. — sorri agradecendo o jeito bobo da minha amiga me incentivar uma nova tentativa de "romance".

Saí distraída mexendo no celular e bati a porta, apertei o botão e esperei o elevador. Só Deus sabe como eu odeio esse elevador por quinhentos motivos, a demora e as memórias fodem com a minha vida.

— Boa noite, vizinha. — a voz irritante surgiu atrás de mim.

— Boa noite. — forcei um sorriso enquanto olhava para a vizinha nova que estava morando no apartamento de Artur. Como ela se chama mesmo? Edna? Débora? Eduarda?

O elevador abriu e eu nem me dei o trabalho de puxar assunto, acho que o tom de voz entregou que a sua presença me incomoda, sempre incomodou. Continuei olhando o Instagram do cara de cabelos pretos e sorriso largo e cativante. Ben estava namorando e parecia mais apaixonado do que nunca, e pensar que aquela boquinha já... fico feliz por ele estar feliz e com alguém que ame, ele merece muito, e eu também, então não posso deixar Vitor esperando.

Meu Inesquecível Vizinho Onde as histórias ganham vida. Descobre agora