16. Tio

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- "Eu não tenho nada a esconder." - Wangji respondeu friamente.

Yuan estava encolhido em seu colo, vez ou outra brincava com a gravata do pai. Seus grandes e escuros olhos estavam vermelhos, entregando seu choro e cansaço nesses últimos dias.

Wangji tinha a aparência dura, seus olhos e lábios cerrados em um linha reta. Seus braços estavam firmemente agarrados a criança, como se tivesse medo de alguém rouba-lá.

A sua frente, sentados nas cadeiras em fileiras, Xichen e Qiren mantinham o semblante calmo, mas as olheiras escuras debaixo dos olhos exalavam cansaço e noites mal dormidas.

Os homens estavam no escritório do Lan mais novo, que ficava localizado em sua residência.

- "Eu também não tenho nada para esconder, muito menos a dor que senti nesses anos!"

Ao lado, sentada elegantemente em uma cadeira, a figura pequena e magra de uma mulher rebateu.

Seus olhos pretos lacrimejaram, e logo após, algumas lágrimas desceram graciosamente pelo rosto pálido e limpo.

- "Dor? Não sabia que pessoas como você sentiam isso."

- "Doutor! Está vendo? Como o senhor pode acreditar nessa história ridícula quando ele me trata assim!"

Doutor Su, o velho advogado da família Wen, olhou pesadamente para o homem sentado.

Com sua voz carregada de ironia, ele se dirigiu vagamente ao homem.

- "Senhor Lan, tenha modos. A senhora Wen veio de bom grado me pedir ajuda e-"

- "Você não é qualificado para falar comigo." - Respondeu inexpressivo, o interrompendo.

Su She bufou impaciente e incrédulo.


Cerca de duas semanas atrás, Wangji recebera uma ligação de seu tio Qiren, informando-o que sua presença fora convocado na Advocacia da Criança.

O que o fez deixar a empresa rapidamente e se dirigir ao endereço fornecido, depois de deixar Yuan com Yang.

Quando o rapaz chegou ao local, teve conhecimento que há 3 meses a guarda de seu filho foi pedida e uma audiência fora aprovada pelo juiz.

- "Você me abandonou e tirou meu filho de mim! Ainda finge que não me conhece?!"

A voz fina e aguda de uma mulher ecoou pela sala. Seus saltos altos e pesados acompanharam o ritmo rápido e desesperado, ocasionando um tilintar horrível e constante no chão.

Ao seu lado, um homem mediano e de postura desleixada a seguia. Seu rosto demonstrava nojo e desdém, seu queixo arrogamentemente levantado como uma seta apontando para cima.

Wang LingJiao e Wen Chao.

Ou melhor, Wen LingJiao e Wen Chao.

- "Juiz, eu te imploro! Yuan é meu filho e foi tirado dos meus braços ainda bebê por esse cafajeste!"

- "Por que não diz para ele que foi você que nos abandonou? Que deixou meu filho sozinho e fugiu com todo dinheiro que eu tinha guardado?!" - Wangji esbravejou.

A partir daquele dia, o juiz ordenou uma avaliação presencial na residência onde a senhora Wen e seu atual marido moravam.

Logo após, a residência do Lan recebeu fiscais também.

Depois da avaliação, o juiz concordou que ambos os lados estavam aptos para criar uma criança.

Sobrando apenas uma visita em conjunto para averiguar o relacionamento com o criança.



𝙾 𝙵𝙸𝙻𝙷𝙾 𝙳𝙾 𝙼𝙴𝚄 𝙲𝙷𝙴𝙵𝙴Onde histórias criam vida. Descubra agora