61.Quarto do pânico.

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— Hanna, tenho ouvido muitas coisas sobre ela... - Ela ironiza. - Coisa não tão boas, terríveis eu diria, nunca pensei que ela fosse do tipo "amante ciumenta". - Solta uma risada.

— Os boatos são completamente falsos. - Falo seriamente. - Hanna está sendo acusada de um crime que não cometeu, ela e David eram muito amigos, ela nunca o machucaria.

— Bem, não é isso que as autoridades e as pessoas andam dizendo. - Arquea a sobrancelha. - Sejamos sinceros Ethan, uma mulher apaixonada pode cometer muitas loucuras. - Debocha.

— Como tem coragem de debochar em um momento como esse? - Falo com repulsa. - Ela te salvou! E você é a única pessoa que pode provar que ela nunca esteve naquele apartamento naquela maldita noite! - Engrosso a voz, transparecendo raiva.

— Ela ter tido uma atitude digna não a faz uma santa, não devo nada a ela! - Cerra os dentes.

— Sabe que se ela quisesse poderia ter deixado aqueles homens fazerem o que bem entendessem com você. - Aponto o dedo para a mesma.

— Isso foi escolha dela, eu não pedi absolutamente nada. - Se inclina para frente e soletra sua última palavra.

— Não seja ingrata Izzy, vai deixar uma pessoa inocente ser condenada?! - Passo as mãos pelos cabelos. - Precisa ajuda-la no julgamento, você é nossa última esperança.

— "Nossa" última esperança. - Enfatiza. - Porque você a protege tanto em? O que ela tem que faz com que todos se importem tanto com ela?! Vocês nem tem o mesmo sangue. - Se levanta e grita nervosa.

— Porque ela é muito importante pra mim, e se ela cair, nós vamos cair juntos! - Me levanto e afirmo com força.

— Você vai se arrepender, todos vocês vão, ela não merece tudo isso, ela não tem nada demais! - Diz com ódio, com seus olhos cheios de lágrimas.

— E sabe porque você nunca teve e nunca terá isso? - Me aproximo. - Por ser assim, uma garota mimada que só se importa com si mesma! Quer saber Izzy Changretta, eu admiro muito a Hanna por ter tido empatia por você depois de tudo que você fez, eu não sei se teria a mesma ternura. - Falo seriamente olhando em seus olhos.

A mesma me encara vermelha de raiva, não deixando nem uma lágrima sequer escorrer. Sem dizer mais nada me afasto e saio dali rapidamente, caminho até meu carro e entro no mesmo. Assim que vou liga-lo sou tomado pela raiva e despejo o peso de meu corpo no banco, olhando para baixo respiro fundo tentando me acalmar. Me dava nojo o jeito que as pessoas eram ingratas, eram ruins. Hanna não era santa, ninguém é, nem eu.

Mas era boa de coração com quem merecia, e não merecia estar passando por isso. Quando a conheci ela parecia ser tão confiante, por onde andávamos ela mantinha sua postura forte e chamava atenção. Eu sempre a admirei desde então, ela sempre andava com sua armadura intacta, me ajudou em muitos momentos de fraqueza, me mostrando que eu precisava lutar pelo que queria.

E agora ela está tão abatida, pela primeira vez na vida eu vi o medo em seus joelhos, estavam acabando com ela pouco a pouco e eu não podia fazer nada além de tentar levanta-la para mais um roud dessa luta que nunca acaba. Hanna era mais que uma amiga, eu não sabia distinguir o que ela significava pra mim, era como uma irmã, alguém que estive procurando minha vida toda. Após um tempo ali, consegui me acalmar e comecei a dirigir.

Meu Eterno Shelby Where stories live. Discover now