Capítulo quatro

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Lisandra

Eu não conseguia prestar atenção no filme.

Em algum momento da luta entre os robôs gigantes na televisão, Natan relaxou e passou a acariciar levemente as minhas pernas. Não era nada maldoso ou indecente, muito pelo contrário, seus dedos subiam e desciam pela minha panturrilha em um carinho gostoso e inocente. Ele nem parecia notar o que estava fazendo, sua atenção estava totalmente voltada para o que acontecia na televisão. E eu devia estar fazendo o mesmo, no entanto, desde o acontecimento no sábado, eu só conseguia lembrar do toque firme de Natan na minha cintura, dos nossos corpos grudados e imaginar como seria senti-lo sem as roupas dele atrapalhando.

Toda vez que esses pensamentos invadiam minha mente eu me obrigava a lembrar que Natan era mais novo que eu, quase inocente e que não fazia meu tipo, então eu não devia ficar excitada pensando nele. Eu gostava de provocá-lo, mas nunca tive intenção de transformar essas provocações em algo real. A culpa de todos esses pensamentos sobre Natan era devido ao meu período de seca. Eu era adepta à sexo casual, meu lema era pega e não se apega, mas com a cabeça cheia devido às provas, trabalhos e TCC, eu não tive tempo para sair à caça e agora o resultado estava sendo a líbido descontrolada.

Frustrada, eu peguei o prato do brigadeiro e uma das colheres que estavam ao lado. Enfiei uma colherada generosa na boca e fechei os olhos, gemendo em apreciação ao sentir o gosto doce na minha língua. Ao abrir os olhos, encontrei Natan me encarando com a boca aberta e o olhar vidrado. Ele me desejava. Estava óbvio em seus olhos e senti meu corpo ficar quente, como se eu estivesse em chamas e resolvi mudar aquele clima, antes que eu fizesse alguma besteira.

— Quer? — indaguei, chamando sua atenção e ele piscou algumas vezes, encarando-me com as sobrancelhas franzidas.

— O quê? — sua voz soou rouca, deixando-a ainda mais grave, e eu senti meu baixo ventre se contrair.

Se controla, Lisandra.

— Eu perguntei se você quer brigadeiro. — expliquei e vi quando seus olhos desviaram para a minha boca por uns segundos antes de assentir.

— Quero.

Eu poderia ter pego a outra colher que estava sobre a mesa de centro, mas a excitação não me deixava pensar direito e por isso eu peguei a colher que havia usado, coloquei uma dose generosa de brigadeiro e fiz aviãozinho com a colher. Natan riu e abriu a boca, mas acabou se sujando e eu ainda não estava pensando quando passei meu polegar sobre o brigadeiro no canto dos seus lábios e suguei o doce em seguida. Natan seguiu todos os meus movimentos, enquanto engolia o doce em sua boca, e eu vi quando suas pupilas dilataram. Seu olhar se tornou mais intenso e ele passou a língua pelos lábios.

Droga, eu queria beijá-lo.

— Estava sujo de chocolate. — expliquei, tentando mais uma vez me livrar daquele clima.

Natan assentiu, passando a língua no local onde eu havia passado o dedo e mordi meu lábio.

Eu queria muito beijá-lo.

— Saiu? — indagou e eu neguei com a cabeça.

— Ainda tem um pouco. — ele levantou a mão, na intenção de levá-la ao local, mas eu impedi, piscando antes de falar. — Deixa que eu limpo para você.

Senti o corpo de Natan ficar tenso quando eu aproximei meu rosto do seu e sua respiração ficou ofegante. Olhando-o nos olhos, eu me aproximei ainda mais e lambi o local onde eu havia limpado minutos antes e não havia mais nenhum resquício de brigadeiro. Natan arfou e suas mãos foram para a minha cintura, em um aperto firme.

LisWhere stories live. Discover now