8- Mudança

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Estava terminando de guardar algumas coisas em uma caixa quando ouvi alguém batendo na porta do meu apartamento.
Abri a porta, e vi Taehyung parado no corredor. Vestindo uma camisa social branca e uma calça escura

- Oi.- ele disse assim que eu abri a porta.

- Oi, entra.- dei espaço para ele entrar.

- Huh, não repare na minha roupa.- ele disse apontando para si mesmo.- Tive que ir visitar minha mãe, e não tive tempo de trocar de roupas quando cheguei em casa.

- Capaz, se você não tivesse falado, eu nem teria reparado.- ele sorriu sem graça.- Eu ainda não terminei de guardar algumas coisas...

- Ah tudo bem. Posso até te ajudar então.- diz e sorri fechado.

Assenti e caminhei até o quarto, com ele vindo atrás de mim.
Ele começou a me ajudar a empacotar as coisas, tornando o meu trabalho mais rápido.

Já haviam se passado quase duas semanas desde o dia em que eu ouvi aquela conversa no banheiro. No mesmo dia eu dei a resposta a meu chefe, aceitando ir morar com ele.
Mas a agenda estava lotada e mal tivemos tempo de respirar nesses dias. E hoje, como é sábado, conseguimos esse tempo para eu finalmente me mudar para a casa de Kim.

- Esse apartamento é seu?- ele pergunta se sentando na cama, depois de terminar de guardar as coisas nas caixas.

- Não.- neguei.- É da minha mãe, de antes dela engravidar.

- Entendi.- ele assentiu.- Então depois que ela engravidou, saiu daqui?

- Sim, foi morar com os meus avós novamente.- ele levantou as sobrancelhas.- Ela não iria conseguir me criar sozinha. Moramos com os meus avós por muitos anos.

- Aqui é um lugar realmente pequeno para se ter um bebê.- ele disse mas logo arregalou os olhos, parecendo pensar no que falou.- Não que eu esteja desvalorizando seu apartamento Lucy, jamais.

- Eu sei.- eu ri.

- Só acho pequeno para se ter uma criança. Já que ocupam bastante espaço.

- É verdade, por isso eu estava tentando não pensar nisso antes.-suspirei.- Não queria ter que voltar a morar com a minha mãe.

- E também não seria necessário, você tem a mim.- eu estava de costas para ele, terminando de arrumar as caixas e não consegui conter um sorriso fechado ao ouvir isso.

Em poucos minutos já estava tudo empacotado. Minhas roupas e todos os meus pertences estavam dentro das malas ou de caixas.

- Acho que vamos ter que fazer algumas viagens.- eu disse coçando a nuca sem graça.

- Não tem problema.- ele disse já empilhando algumas caixas para pega-las.

Peguei duas caixas e estava saindo do quarto quando Taehyung me parou.

- Eu levo as caixas.- as tirou das minhas mãos.

- Mas eu posso levar, Taehyung.- coloquei as mãos na cintura e ele negou.

- Você está grávida, não pode fazer muito esforço, muito menos carregar peso.- ele voltou a caminhar na minha direção, segurando o máximo de caixas que pôde.- Você pode trazer suas malas.

- As caixas nem estão tão pesadas.- eu disse e ele riu, continuando seu trajeto até a saída do apartamento.

Peguei as duas malas, e saí do apartamento, encontrando Kim parado a frente do elevador, com o seu pé travando a porta de fechar, enquanto me esperava.

Descemos até o térreo e colocamos as coisas no porta-malas. Fizemos o trajeto para pegar as duas caixas restantes. Tranquei a porta do apartamento e descemos até o carro novamente.

Conversamos um pouco durante o caminho a casa dele, que na verdade não era tão longe do prédio do meu apartamento.
Ao chegarmos lá, peguei algumas caixas e o ajudei a levar para dentro da residência, apesar dos questionamentos de Kim sobre isso.

Ele me guiou pelas escadas e pelo corredor, abriu uma porta no fim do corredor, ao lado esquerdo.

- Esse é o seu quarto.- disse largando as caixas na cama e eu fiz o mesmo.- Podemos mudar alguma coisa se você quiser.

- Huh, não será preciso.- sorri pequeno.- Já está ótimo.

- Vem, vou te mostrar o do bebê, e depois eu busco o resto das suas coisas.

Ele saiu do quarto e andou até a porta da frente do meu quarto. Abriu e fez sinal para eu entrar primeiro.

- Eu vou pedir para tirarem esses móveis.- parou atrás de mim, e pousou suas mãos em meus ombros.- Quem sabe passar uma tinta por cima dessa, hum?

As paredes eram da cor creme, era bonito, porém, branco com certeza ficaria melhor.

- Depois de pintado, podemos começar a arrumar o cantinho do nosso bebê.- ele deixa um leve aperto nos meus ombros.- Será que ainda é cedo para começarmos a fazer isso? Estou ansioso.

- Acho que não.- me viro para ele e sorrio.

- Vamos começar a planejar na próxima semana então.- ele sorri pequeno.- Vou buscar o resto das coisas.

Assenti e ele saiu, dei mais uma olhada no quarto, analisando cada detalhe, tentando imaginar como ficaria depois de pronto.

Saí do quarto e fechei a porta. Voltando ao quarto que seria meu, dei uma olhada no que haviam nas caixas que já estavam ali, para ver onde eu as guardaria.
Logo Kim aparece com as minhas malas.

- Você quer ajuda?- perguntou sentando na cama.- Não tenho nada para fazer pelo resto da tarde, posso te ajudar.

- Ah não, não precisa, obrigada.- agradeci.- Você deve estar cansado, vá descansar.

- Não estou cansado.- ele nega.- E se eu estiver, você também deveria estar, trabalhamos igualmente hoje.

- Hum, é verdade.- ri fraco.

- Mudando um pouco de assunto.- ele ajusta a sua postura.- Quero que você se sinta a vontade e confortável, hum? Caso algo te incomode, pode me falar, tudo bem?

- Acho que deveria ser ao contrário, não?- sorri sem graça.- Não seria se eu fizer algo que te incomode, você falar comigo?

- Não vejo motivos para que aconteça algo que me incomode.- ele dá de ombros.- Eu quero que você se sinta realmente em casa, que se sinta bem aqui. Tenho a impressão de que você está meio insegura.

- Talvez um pouco, é uma coisa que eu jamais imaginaria que ia acontecer.- me sentei ao seu lado na cama.- Morando com o meu chefe.- ri fraco.- E também não achei que você quisesse que eu viesse agora, pensei que seria perto do dia do bebê nascer.

- Minha ideia desde o início foi você vir agora.- ele afirmou.- Montarmos o quarto do bebê. Caso acontecesse algo, você passasse mal ou algo do tipo, eu estar por perto para te ajudar, entende?- assenti.- E eu também queria que nós pudéssemos nos aproximar um pouco.- ele desvia o olhar, sorrindo sem graça.- Esquecermos que somos chefe e secretária, sermos nós mesmos um com o outro na nossa casa, sermos amigos. Acho que isso é importante, não é? Termos uma relação melhor.

Ele volta a me olhar, encarando os meus olhos.

- É sim.- assenti e ele sorriu fechado.- Você tem toda razão.

Senhor KimWhere stories live. Discover now