7- Mal entendido

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Senti um forte enjôo,meu estômago embrulhou e eu levantei, indo rapidamente até o banheiro.
Entrei em uma das cabides e fechei a porta, me preparando para jogar todo meu café da manhã para fora. Mas havia sido apenas um alarme falso.

Junto com os três meses de gestação, vieram os enjôos matinais. Eu estava contando certo que eu não teria enjôos, mas me enganei, já que eu precisava correr para o banheiro de cinco em cinco minutos.

Me sentei um pouco no chão, para tentar me recompor antes de voltar ao meu posto.
Ouvi algumas vozes, de pessoas entrando no banheiro, e continuei no mesmo lugar.

- Você percebeu a barriga da secretária do senhor Kim?- ouvi uma delas falando, e me atentei a ouvir melhor.- Acho que ela está grávida.

- Huh, sim.- a outra mulher respondeu.- Ouvi falar que viram o chefe dando alguns presentes a ela, estão achando que o bebê é dele.

- Será?- revirei os olhos, ouvindo a conversa.

A minha suposição sobre a reação das pessoas estava certa. Apesar dos funcionários da empresa serem ótimos profissionais, são ótimos fofoqueiros também.

- Eu não sei, parece que ele desconfia que não seja dele.- levanto as sobrancelhas ao ouvir essa parte.- Foi o que eu ouvi.

- Seria típico, não é?- ela ri.- Dar um golpe em um dos maiores CEO de Seul, hum?

Taehyung realmente pensava isso de mim? Então seria por isso a distância dele e o motivo dele não demonstrar afeto pelo bebê?
Senti meus olhos marejados, pensando sobre isso. Aquela altura, eu já nem estava mais escutando a conversa delas e não notei quando o banheiro voltou a ficar vazio.
Suspirei e me levantei do chão, saí da cabine e andei até a frente da pia, me olhando no espelho.
Limpei a maquiagem que havia borrado um pouco, e logo saí do banheiro, voltando a minha mesa.

Não estava conseguindo focar em fazer o meu trabalho. Meus dedos estavam batucando a mesa freneticamente.

Se ele realmente desconfia de mim, porque ele se esforça tanto? Me acompanhando em consultas e me comprando presentes para o bebê. Isso seria pena?

Me levantei e caminhei até a porta do seu escritório, batendo na mesma.
Eu poderia deixar isso quieto, guardar essa história apenas para mim, mas eu não iria conseguir.
Após escutar ele dizendo para eu entrar, abri a porta e andei até a frente de sua mesa.

- Huh, eu já ia mesmo te chamar.- ele me olhando, com um pequeno sorriso no rosto.- Quero conversar com você.

- Eu também quero falar com você.- disse nervosa em saber a sua resposta.

- É sobre a minha proposta?- ele pergunta.- Você pensou?

- Não é sobre isso.- nego.- Você desconfia de mim, Kim?

- Como assim?- ele pergunta com uma feição confusa.

- Você desconfia mesmo que eu estou te enganando?- levanto as sobrancelhas.- Que meu filho não é seu?

- O que? Da onde você tirou isso?

- Desconfia ou não?- pergunto impaciente, ele parecia estar tentando me enrolar.

- É claro que não.- estala a língua.- Porque você chegou a essa conclusão?

- Eu ouvi por aí.- dei de ombros.- Só não entendo porque você não me questiona. Mas deve ser por isso então que você não demonstra afeto nenhum pelo bebê, certo?

Por mais que eu estivesse tentando disfarçar, era perceptível na minha voz o quanto eu estava magoada.

- Senta.- apontou para uma das cadeiras a frente da mesa.- Vamos conversar com calma.

Me sentei e suspirei.

- Você ouviu quem falar isso?- ele perguntou.

- Eu estava no banheiro, e ouvi duas mulheres falando, não sei quem eram.- dei de ombros.

- Lucy, você não deve absorver tudo que dizem.- ele levanta as sobrancelhas.- Já era esperado uma coisa dessas, não?

Assinto. Senti meu estômago embrulhar de novo, tentei conter um pouco, por estar tendo uma conversa séria, mas no fim eu não iria aguentar.

- Será que eu posso...?- levei uma mão a boca e com a outra apontei para o banheiro. Ele assentiu rapidamente.

- Claro, vai.

Me levantei e andei rápido até o banheiro. Me ajoelhei a frente ao vaso, e vomitei.
Me surpreendi ao sentir as mãos grandes de Kim segurarem meus cabelos, os levando para trás. Uma de suas mãos foi de encontro a minha testa, servindo de apoio.

- Passou?- ele perguntou depois que me afastei e sentei no chão.

Assenti e fiquei sentada no chão por alguns segundos.
Kim parou a minha frente e esticou as mãos, peguei suas mãos, e ele delicadamente me puxou para levantar.

- Vou pegar uma água para você.- disse e saiu do banheiro.

Caminhei até a pia e lavei a minha boca. Em seguida, saí do banheiro, voltando a sala e me sentando na cadeira em que estava antes.

Em menos de dois minutos ele já estava de volta, com uma garrafa de água. Joguei o lenço que estava a secar minha boca no lixo, e peguei a garrafa.

- Obrigada.- sorri mínimo.- E desculpa por isso...

- Não.- ele me interrompeu.- Não tem motivo para se desculpar.

Bebi um pouco da água, fechei a garrafa e coloquei sobre a mesa. Levei a mão direita ao bolso da minha saia, onde haviam balas de menta. Comecei a andar com elas no bolso, já que sentia enjôos a todo momento.

- Está melhor? Hum?- se abaixou a minha frente e tocou meu rosto.

- Estou, obrigada.- sorri fechado.

Ele assentiu e arrastou uma cadeira para mais próxima a minha, se sentando na mesma.

- Você acha mesmo que eu desconfio de você?- ele questiona.- Você realmente acredita nos boatos que ouviu?

- Eu não sei, eu só...- dei de ombros.- Podemos fazer um teste de DNA se você quiser.

- Eu não quero, Lucy.- ele diz sério.- Acho que te conheço a tempo suficiente para saber que é verdade. O seu desespero e nervosismo ao me contar sobre a gravidez, se fosse fingimento, você teria ficado daquele jeito?

- Não.- murmurei.

- São só boatos, eu nem conversei com alguém sobre isso.- ele ri fraco.- Juro que isso nem se passou pela minha cabeça. E se eu achasse, não teria te convidado para morar comigo.

- Desculpa, Kim.- suspiro.

- Relaxa.- disse espontâneo e sorriu.- E sobre eu não demonstrar afeto...- ele mordeu o lábio.- Eu sinceramente não sei como fazer isso, sou muito fechado quando se trata de sentimentos, e nunca sei como demonstrar. Mas não quer dizer que eu não sinta, hum?- ele fica alguns segundos em silêncio.- Eu também não sei muito como reagir com você, muitas vezes eu me pego querendo poder sentir ele chutando, mas fico receoso de te pedir, por que sem a sua permissão, eu jamais vou toca-la.

- Mas é só dizer, Taehyung.- disse baixo.- Eu não me importo, de verdade.

- Eu prometo tentar mudar isso.- ele encarou meus olhos.- E eu vou conseguir.

- Não se sinta pressionado, apenas por minha suposição.- desviei o olhar para os meus dedos, os apertando.

- Não estou, é bom saber sobre o que você sente.- ele segura meu rosto e me faz olhar para ele.- Assim eu posso corrigir.- ele sorri pequeno.- A coisa mais importante para mim agora, é o nosso bebê. Vocês dois são.

Tá saindo atualização todos os dias, não tô mais conseguindo controlar a ansiedade para postar🤧

Senhor KimWhere stories live. Discover now