Capítulo 21

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[Narração Atena]

– Eu a amo. – Afirma me olhando nos olhos. – E um dia ficaremos juntos, se não nessa vida nas outras que virão. – Ele diz, solto as malas e me jogando em seus braços o beijando, ele me aperta contra si, não era um beijo de "ficaremos bem" e sim um de despedida.
– Eu te amo mas só o amor não basta. – Afirmo me separando depois do beijo molhado de lágrimas, pego novamente minhas malas e saio dali sem olhar para trás, ouço os passos dele, está atrás de mim mas não me atrevo a olhar porque mais uma palavra, mais um "eu te amo" me fariam ficar e eu não podia.
Passo pelos portões e como da primeira vez chama um táxi para o aeroporto, lá aguardo quase duas horas por um vôo e quando consigo embarcar me sento na janela vendo a Arábia se afastar aos pouco enquanto o avião pegava altura, não consigo não chorar mais e dessa vez eu nem se quer tinha o meu irmão me esperando no Brasil como da primeira vez, estava mais só que nunca.

(...)

Fico em um hotel por alguns dias, eu havia vendido meu apartamento antes de resolver ir com o Luan para a Arábia e tinha largado o meu trabalho, graças a Deus não havia tido tempo deles acharem outra professora e eu pude retornar ensinando a linguagem Árabe, quanto a moradia demorei para achar uma casa, sim, não queria mais apartamentos, achei uma casa de 4 cômodos, um quintal razoável com vizinhos que respeitavam a privacidade alheia, aos poucos fui trazendo móveis de segunda mão que eu comprava e em um mês eu tinha uma casa mais normal.
Sobre o Luan não havia o visto mais, como ele disse não me procurou, não veio atrás de mim e nem ligou, melhor assim.

É tarde quando estou chegando em casa por ter dado aulas extras, já noite, entro em casa e subo direto para o meu quarto tomar um banho, é ali em baixo do chuveiro que minha visão ficou turva, tento me equilibrar com as mãos na parede e consigo, minutos depois eu volto ao normal, saio do banheiro de lingerie e me deito, pego no sono em seguida..
" – Não vai mesmo voltar para mim pêssego? – Luan pergunta surgindo da escuridão, isso era tudo o que tinha a nossa volta, escuridão.
– Isso é um sonho? Você não está aqui não é? Não é real?! – Digo olhando a minha volta, vejo em meu corpo um vestido longo, vermelho.
– Precisa voltar para mim. – Afirma.
– Não vou voltar, sabe que eu não posso. – Digo o olhando.
– Mas você precisa..– Ele insiste.
– Porquê? Porque eu preciso voltar para você? – Pergunto, aquilo era coisa da minha cabeça, não era real.
– Porque você tem que me dizer... – Ele sorri.
– Dizer o quê? – Rebato, ele se aproxima e coloca a mão na minha barriga.
– Vai vir me procurar para me dizer sobre isso. – Diz acariciando minha barriga sobre o pano vermelho do vestido.
– O que quer dizer? Luan? – Pergunto, ele já não estava mais ali, tudo estava escuro novamente e então a luz queima minha visão quando abro os olhos.
– Foi um sonho. – Concluo respirando aliviada.
Me levanto e me arrumo, tinha que trabalhar.

[Narração Luan]

Eu pensava nela dia e noite, durante as reuniões, quando estava na cidade ajudando as pessoas, até enquanto eu dormia, sonhava com ela, desde que ela se foi não toquei em nenhuma outra mulher, queria manter o cheiro dela em minha pele mas ele já havia sumido.
Saio do quarto pronto para tomar café quando dou de cara com Jasmin.
– Ainda não cresceu nem um centímetro. – Constato olhando a barriga dela sobre as roupas.
– Ainda vou fazer dois meses. – Rebate.
– Posso tocar? – Pergunto indo com a mão até a barriga mas ela dá um passo para trás.
– Não me quis como mulher então não vai me tocar agora. – Afirma passando por mim.

EstrangeiraWhere stories live. Discover now