– Minha senhora, os curandeiros querem saber quando iniciaremos nossa missão.

– Hoje mesmo. Se algum Elfo Silvestre for ferido gravemente em sua missão de extermínio de aranhas, ele deverá ser levado para a Sala de Cura e ser tratado pelos nossos curandeiros. – ela suspirou.
– Cada elfo sabe o seu posto e a função que exercerá, pois eu organizei devidamente. Eles sabem o que fazer. – disse sistematicamente.

O elfo assentiu, mas não retirou–se como deveria fazer.

Vendo que o elfo não retirou–se como o protocolo ordenava, a elfa assumiu uma expressão serena.

– Por quê ainda está aqui? Retire–se. – ordenou como se não gostasse da presença do elfo ali.

Cardhir ignorou completamente o tom autoritário de sua líder, e se pôs em frente a elfa acariciando com seus dedos o rosto dela.
Auriel não teve nenhuma reação diante daquele carinho que o elfo fazia, porém seus olhos assumiram certa escuridão.
Os olhos azuis do elfo fitaram os lábios rubros da elfa, fazendo–o curvar a cabeça, mas antes mesmo que roçasse seus lábios nos dela, Auriel se esquivou desviando–se de uma das inúmeras tentativas de beijo por parte do elfo.

– Eu ordeno que retire-se agora mesmo. – apontou com o dedo a direção da porta.
- Ego![ vá!]

Mesmo contrariado, o elfo obedeceu.

Auriel era uma elfa muito desejada por sua beleza excelsa que era realçada pelos seus cabelos negros como o crepúsculo da madrugada e possuía um rosto belo – pelos traços de seus antepassados estarem conservados em si – o que a fazia ser ainda mais cobiçada.

Respirou profundamente diante do que acabara de acontecer, ou quase aconteceu.
Cardhir era um elfo muito gentil que tentava corteja–la demasiadamente contudo, Auriel repelia os seus cortejos por não possuir nenhum sentimento amoroso por ele. Mas ele insistia, o que fazia Thalion possuir desavenças com Cardhir e tentar manter sua filha longe do elfo, o que era praticamente impossível pelo fato do elfo exercer o mesmo ofício de Auriel, mas confiava que a elfa saberia lidar com esta situação.

Seus olhos castanhos passaram a fitar cada lugar do quarto, como se tentasse memorizar cada detalhe de seu ilustre aposento.
Seus pés se direcionaram na direção da porta saindo pela mesma. Caminhou pelos corredores e desceu os degraus das escadas do palácio indo em direção a ala que foi informada que seria ocupada pelos curandeiros de Valfenda.
Sua íris castanha observaram os detalhes rústicos do palácio dos Elfos Silvestres, até ver uma elfa de cabelos ruivos – que reconheceu automaticamente – vir em sua direção.

Auriel estagnou seus seus passos, arqueando uma sobrancelha encarando a elfa Silvestre – que parou em sua frente – com uma feição séria.

– Você aqui novamente? Estou surpresa em vê–la. – os olhos verdes avaliaram a elfa de cabelos negros de cima a baixo.

– Sempre ouvir dizer que os Elfos Silvestres da Floresta das Trevas é um povo rude e rústico, e que seu único defeito é a desconfiança por estranhos. – repetiu cada palavra que ouviu a respeito dos Elfos Silvestres.
– Eu não acreditava nisso até experimentar pessoalmente o tratamento que vocês dão aos viajantes, que só tentavam atravessar suas terras.

A elfa ruiva a encarou com uma expressão severa.

– Tenha cuidado com essas palavras. Há pessoas aqui que não aceitariam ouvir isso. Mas eu serei benevolente com você.
Quanto a questão do acontecimento anterior, eu somente estava seguindo ordens como uma serva leal e obediente. – afirmou convincentemente. – Começamos mal. Deixe apresentar–me adequadamente. Sou Tauriel, a chefe da guarda real do reino da Floresta das Trevas. E quem é você?

– Sou Auriel, a chefe dos elfos curandeiros enviados de Valfenda. – respondeu altivamente.

A elfa Silvestre a encarou com os olhos surpresos, mas tratou de dissipar rapidamente.

– Então, você é a líder dos elfos que vieram de Valfenda. Seja bem vinda a Floresta das Trevas, espero que sua estadia aqui seja de seu agrado.

– Obrigada por sua recepção. – disse retornando a caminhar para a ala onde os curandeiros estavam.

– Para aonde você está indo?

– Para a ala onde meus subordinados estão acomodados.

– Fica no terceiro corredor a direita.

– Obrigada pela sua informação relevante.

– Disponha. Agora devo me retirar imediatamente. Até mais ver, chefe dos curandeiros.– a chefe da guarda real retirou–se de sua presença.

– Até mais... – disse ao olhar para atrás e observar o mesmo corredor por onde a elfa de cabelos ruivos havia saído.

Auriel suspirou prosseguindo em direção a ala onde encontraria seus servos, enquanto escutava o som de passarinhos cantando naquela manhã de primavera no reino.

O conselho que lhe dou é que você seja sábia, e tenha muita cautela, principalmente com o Rei Élfico...

Seus ouvidos ainda podiam escutar as palavras aconselhadoras que o senhor Elrond lhe disse ao partir para a Floresta das Trevas.
Se o temperamento desse rei for exatamente como descrevem, então será complicado seguir esse conselho.






NOTAS FINAIS :

Um gif para esse capítulo.
Tauriel e Auriel, essas duas vão dar o que falar nessa trama 💕 💕 💕

Tauriel e Auriel, essas duas vão dar o que falar nessa trama 💕 💕 💕

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Tradução do élfico sindarin:

– Brennil nín. Prestad? :
– Minha senhora. Há algum problema?

– Le suilon. Mae govannen an Taur-nu-fuin. Im Lauriel Morlondiel. :
– Eu os saúdo. Bem vindos a Floresta das Trevas. Eu sou Lauriel filha de Morlond.

– Le suilon. Im Auriel Thalioniel. :
– Eu os saúdo. Eu sou Auriel filha de Thalion.

– Ego! :
– Vá!

Como prometido minhas amoras deliciosas este foi o capítulo que eu prometi para vocês.

Obrigada pela consideração de vocês e nos vemos no próximo capítulo que como sempre será cada vez mais emocionante que o outro.
Beijocas meus vagalumes que iluminam a minha inspiração 😚😚😚

O Sindar e a Noldor Where stories live. Discover now