Capítulo 32

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Era a terceira rua que o Léo parava e me beijava. Eu queria que ele parasse mas ao mesmo tempo não queria, era estranho.
— A gente precisa ir pra aula, anda - Puxo ele pela mão e ele segura minha cintura com força — Meu Deus, vamo logo.
— E se a gente fosse lá em casa?
— Claro.
Ele da um sorriso.
— Que não. Você faltou muito tempo já, precisa tomar vergonha na cara.
— O pessoal vai tudo ficar em cima de você, cê tá ligada né?
— Eu tô ligada - Imito ele — Mas e daí? Vão perguntar se a gente tá junto.
— E a gente tá?
— Não sei, me diz você.
Paramos na rua e pela primeira vez fomos pegos de surpresa: um pelo outro.
— Por mim, tamo junto pra sempre - Ele da um sorriso e beija minha testa, meu, ele cresceu mais?
Interrompi meus pensamentos pra ver o que ele tinha falado: estávamos namorando? Ele queria me matar aos poucos de tanta confusão mental.

×××

Chegando na porta da escola já demos de cara com quem mais amávamos: a Ingrid.
— Vocês não sabem o que querem mesmo - Ingrid revira os olhos e sai andando.
— Vai tomar no seu - Seguro o Léo e tapo a boca dele, não era certo dizer aquilo. Ela era escrota o suficiente por nós todos.
— Como a gente foi amigo dela? - Pergunto e ele da de ombros.
Era bonitinho o jeito que eu pedia pra ele parar e ele parava mesmo, se fosse outro tinha continuado com aquelas palavras feias.
— Manu.
Consigo perceber de longe que o tom não é bom, ainda mais vindo do Gu.
— Não vai. Por favor - Léo diz assim que vê eu me afastando.
— Eu preciso...
Vejo que a situação não ficou boa mas as circunstâncias no geral estavam péssimas até dois dias atrás, o que é uma conversa rápida com o menino que estragou meu possível relacionamento de anos atrás?
Ok... Uma grande merda.

— Oi - Falo baixinho.
— Vocês voltaram?
— Bom dia pra você também.
— Desculpa mas dependendo da resposta o dia não é bom não.
Tive vontade de rir mas não pude fazer aquilo com ele: escrotisse era do Gu. Eu era só a bobinha que nunca fazia mal pra ninguém.
— Eu preciso ir pra aula. E sim, nós voltamos.
— Você não cansa de ser idiota?
— Vai se foder.
Ok, eu tinha julgado o Léo e agora lá estava eu xingando o Gustavo. Mas era merecido: situação super necessária.

×××

Meu namoro com o Léo tinha virado manchete da sala inteira. Ele era meu namorado afinal? Eu nem se quer entendia e as pessoas queriam entender antes mesmo de mim.

— Bom dia, alunos - Era o professor de física — Hoje iremos perder a aula para descermos lá no teatro. Vocês terão uma apresentação sobre o intercâmbio pros Estados Unidos.
— É o das notas? - alguém pergunta.
— Sim. O intercâmbio vai ser dado pra aluna ou aluno com melhor desempenho desse semestre.
Eu nunca tive chance nesse intercâmbio e nem interesse então apesar de descer animada por perder aula e ficar de papo com o Léo algo me dizia que não era uma simples conversa sobre como funcionava.

Destino - LeozinWhere stories live. Discover now